Ei gente, nesse capítulo (e talvez em outros) algumas falas estão em inglês. Para não atrapalhar a leitura, as traduções estarão no final do capítulo. Beijos, e boa leitura 🖤
Eu estava me preparando psicologicamente para o que eu estava prestes a fazer. Ben tinha me dito que a família do meu pai estava lá, e que eu tinha três irmãos: duas garotas e um garoto. Ele também me disse que a mais velha, Alina, pediu para ser testada. Então, ele também me contou quando os resultados dela voltaram negativos. Me senti meio mal por ela, afinal, ela havia crescido com ele, sido criada por ele, ela o amava muito mais do que eu, pois eu jamais havia o perdoado de verdade, mesmo antes de conhecê-lo eu já sentia certa raiva dele. Mas ela não. Ela o amava. Ela o via como pai, pois ele sempre foi o pai dela. Senti certa inveja dela também, por sempre ter tido um pai. Um tempinho depois, Ben apareceu no meu quarto e me disse que elas queria me conhecer. Me senti muito bem, eu estava louca para conhecê-las!
Poucos minutos depois, ele voltou, mas dessa vez acompanhado com três moças. Uma mulher, que aparentava ter a idade da minha mãe, se aproximou, sorrindo porém com a cara vermelha e os olhos inchados. Imaginei que ela fosse sua esposa. Atrás dela, duas garotas, uma parecia ter minha idade, e a outra aparentava ter a idade de Hannah. A mais velha se aproximou, e para minha surpresa, ela começou a falar em inglês comigo:
– * Hi, my name is Alina, I'm 18 Years old, I was born in São Paulo, but as my father is american, so I always had a great english. - ela fez uma pausa, e pude perceber que os olhos dela se encheram de lágrimas - Well, apparently, my liver doesn't match with my father's liver. Dr.Silva told us about you, and he said that you could save my dad... So, before you go to the OR, I would like to thank you. With all of my heart, thank you! - e ao acabar de dizer isso, ela correu e me abraçou. Nesse ponto eu estava chorando tanto quanto ela. Pude sentir sua dor de não poder salvar o próprio pai.
Passamos algum tempinho abraçadas. Depois, Ben pediu que elas se retirassem para que ele pudesse me levar ao centro cirúrgico.
Estávamos no corredor quando minha mãe apareceu desesperada na nossa frente.
– APRIL MÜLLER O QUE VOCÊ ACHA QUE ESTÁ FAZENDO?! - Como sempre, muito calma...
Eu estava prestes a falar tudo que tinha acontecido, mas Karla apareceu e prometeu explicar tudo para ela, mas que primeiro ela tinha que se sentar, e me deixar ir, pois estávamos correndo contra o tempo. Ela concordou, meio hesitante, e me deu um beijo na testa, me dizendo que quando eu voltasse eu ouviria gritos. Dei risada, pois, eu sabia que ela não ia gritar comigo. Sabia que ela ia me abraçar como se eu fosse uma santa ou algo do tipo. Ela exagera com esse tipo de coisa.
Quando eu era pequena, vi em um programa de TV algumas crianças que não tinham cabelo devido ao tratamento para uma doença terrível chamada câncer. Eu fiquei muito triste em ver que elas não tinham cabelo, e mais triste ainda ao descobrir o motivo. Eu, com meus sete anos de idade e meu cabelo gigante sempre prendido em trancinhas, na hora olhei para minha mãe e disse:
– Mamãe, o que eu posso fazer para ajudar?
Ela me olhou com olhinhos brilhando e me disse:
– Apes, você pode doar seu cabelo. A gente pode te levar em um salão, aí eles cortam um pouco do teu cabelo, e, junto com outras mechas de outras pessoas, eles fazem perucas pra essas crianças terem cabelo de novo... Mas você não precisa se você não quiser.
No dia seguinte fomos ao salão. Eu sabia que não podia combater aquela doença, mas eu ao menos poderia deixar aquelas crianças um pouquinho mais felizes.
Enfim, minha mãe achou tão lindo meu gesto, que acabei a ouvindo contá-la para os outros mais do que eu a ouvi contar histórias para fazer com que eu e Matthew dormíssemos.
Por isso eu tinha certeza que ela não ia brigar comigo por salvar uma vida.--------------------------------------
Traduções:
*Oi, meu nome é Alina, eu tenho 18 anos, nasci em São Paulo, mas meu pai é americano, então eu sempre tive um bom inglês. Bom, aparentemente, meu fígado não "combina" com o fígado do meu pai. Dr.Silva nos contou sobre você, e ele disse que você pode salvar meu pai... Então, antes que você vá para a sala de cirurgia, eu gostaria de te agradecer. Com todo meu coração, obrigada!
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Lucky
RomanceApril e sua mãe, Lana, se mudaram para o Brasil por conta do emprego de Lana. Matthew, melhor amigo de April havia se mudado para lá há 3 anos, e eles não se viam desde então. Ao matar a saudade, eles descobrem que talvez aquilo não seja só mais uma...