"Resgatando" Matthew

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   Ben, então, foi para a portaria e pegou uma caixa de ferramentas, em seguida, começamos a subir as escadas até chegarmos  no quinto andar. Chegando, Matt gritou mais uma vez por ajuda, e Ben disse que estava ali tentando abrir a porta, o que fez com que Matthew se acalmasse um pouco.
   Ele tirou uma chave de seu bolso e abriu a primeira porta - que segundo ele, travava automaticamente quando a força acabava -, ele me pediu para segurar a porta enquanto ele abria a outra, mais difícil de abrir. Essa segunda porta tinha uma pequena janela de vidro, e Matt começou a bater na janela, fingindo estar em um filme de terror. Eu comecei a rir e soltei a porta, muito sem querer. Ben olhou para trás e, como um ninja, segurou a porta antes que batesse nele.
   – Está tentando me matar, Müller? – Ele perguntou, rindo da minha cara pálida e imóvel.
   – Meu Deus, perdão, foi muito sem querer! – Eu disse, ainda imóvel.
   Matthew caiu de rir (literalmente) dentro do elevador, e sua risada era tão alta que ecoava pelo corredor do quinto andar. Ben olhou para mim, deu um sorriso e voltou a se concentrar no que ele fazia. Eu segurei a porta e me permiti sorrir por um instante com aquele sorriso idiota dele.
   Pouco tempo depois, ele conseguiu abrir a porta, e Matt se jogou para fora do elevador, e começou a beijar o chão. Eu dei risada, e dessa vez garanti que não soltaria a porta. Ele levantou e agradeceu Ben, se aproximou e disse:
   – April, o que conversamos sobre tentar matar os coleguinhas? Que feio, sem biscoitos pra você hoje.
   Fiz cara de cachorro perdido e comecei a rir.
   – Acho que não nos conhecemos formalmente, me chamo Matthew.– Disse Matt estendendo a mão para Ben, que rapidamente retribuiu o gesto, se apresentando também.
   Matt olhou para mim e disse que era melhor irmos, pois tínhamos um longo dia pela frente limpando o apartamento de seus pais. Ele subiu pelas escadas e eu estava prestes a pisar no primeiro degrau, quando Ben me puxou para perto, me fitou com seus olhos azuis, e disse em tom calmo porém encantador:
   – Você sabe que eu vou cobrar o nosso encontro, certo?
   – Sei sim.. Mas você não tem meu número! – Eu disse rindo, e então saí correndo pelas escadas. Por um pequeno vão entre os degraus, pude ver Ben sorrir e balançar a cabeça, mas sem sair do lugar. Continuei subindo, antes que ele visse que eu estava o observando.
   Cheguei no sétimo andar, e para minha surpresa, Matt não estava parado na frente da porta aberta se lamentando pelo estrago; ele estava se descalço, com as calças dobradas, sem camisa, com um balde e um rodo na mão. Comecei a rir ao ver aquela cena, mas logo ele me viu e perguntou se ele teria de fazer tudo sozinho. Comecei a rir ainda mais e logo tirei meu sapato também, e o deixei no primeiro degrau dentro do apartamento, que possuía três degraus antes de chegar ao piso da sala de estar/jantar; dobrei minhas calças e prendi meu cabelo em um coque despojado no topo da cabeça, olhei fixamente para ele, peguei o rodo de sua mão e disse:
   – Está parado por que? Vou ter que fazer tudo sozinha? – Disse, em tom irônico.

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