Simplesmente Acontece

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Eu peguei o controle e comecei a procurar, até que escolhi colocar meu filme favorito. Simplesmente Acontece, é um romance incrível, sou apaixonada por esse filme e ele nunca assistiu, então resolvi colocar.
Depois de meia hora assistindo eu olhei pro lado e vi Matt dormindo. Ah eu ia bater nele, mas fiquei o observando dormir. Ele tinha traços bonitos, bem masculinos mas de certa forma, suaves. Alguma coisa nele me lembrava do Shawn Mendes. Comecei a acariciar seu cabelo, e ele, dormindo, se acomodou no meu colo e agarrou meu braço esquerdo como se fosse um ursinho de pelúcia. Impulsivamente sorri. Eventualmente acabei dormindo também, segurando seu braço, me sentindo protegida.
Eu acordei cerca de duas horas depois deitada de conchinha com Matt no sofá. Não sei como aconteceu, só sei que um dos dois é sonâmbulo. Eu fui me mexer e acabei o derrubando do sofá. Ele acordou assustado e eu comecei a rir histericamente. Ele começou a rir da minha risada, que mais parecia um ganso engasgado, e ficamos rindo durante uns 5 minutos.
– Ei, vamos lá pro apartamento dos meus pais. A gente pesquisa algumas decorações por lá.
– Ok, vou pegar um casaco, e já vou.
Fui para meu quarto e vi que estava chovendo, peguei um casaco e saí. Chegamos no prédio e ele me deu a chave e me disse para subir, enquanto ele falava com o porteiro sobre alguma coisa que eu não entendi. Subi, abri a porta e me deparo com um estrago: a janela da sala estava aberta, e a casa, inundada por conta da chuva. Fiquei parada por um tempo apenas observando toda aquela água nos móveis. Alguns segundos depois, a força acabou, e o Matt não chegava, e eu já estava ficando nervosa, até que lembrei que ele provavelmente estava subindo de elevador, e quando a força acabou, ele ficou preso. Eu saí correndo pelas escadas, com a intenção de chamar o porteiro, mas quando eu cheguei lá, ele não estava na portaria. Eu voltei para as escadas e resolvi ligar para ele, mas eu estava sem sinal. Minha última alternativa foi encontrar a única pessoa que eu conhecia ali : o Ben.
Cheguei no andar dele – que eu tinha memorizado, por ser o andar onde eu chorei alguns dias antes –, e saí batendo do porta em porta até achar a porta dele.
– April Müller? – ele disse, abrindo a porta e me encarando.
– Benjamin Silva. – eu respondi, sorrindo.
– O que te trouxe a meu apartamento, madame?
– Bom, senhor, a força acabou e tenho quase certeza que Matthew está preso no elevador. – nos olhamos e rimos.
– Ok, vou te ajudar... Mas com uma condição..
– Tá, diga.
– Você me deve um encontro.
– Um.. Encontro?
– Sim.
– Ah, tudo bem então. Mas agora vamos. – eu disse, tentando esconder um sorriso.
Ele pegou uma lanterna e começamos a descer as escadas, até chegarmos na portaria. Lá, ele pegou uma chave em uma caixa debaixo do balcão e levou-me até o elevador. Ele usou um interfone, que aparentava ter 2639 anos luz, para ligar pro elevador.
– Alô? Tem alguém aí?– perguntou Ben.
– Uou, sim, eu estou preso aqui, tem como me tirar daqui?– respondeu Matt.
– Claro, bom, tem algum visor indicando o andar que você parou?
– Não, tudo está escuro.
– Tá, hum... Para qual andar você estava indo?
– Sétimo andar.
– Ok, e você notou se demorou muito para che.. Opa, espera, não saia daí haha. Lembrei de uma coisa.
Ele virou-se pra mim e disse:
– As câmeras funcionam mesmo sem força, foi uma das únicas coisas boas que investimos nesse prédio. Vou verificar, só um segundo.
Eu apertei o botão e comecei a conversar com Matt.
– Olha, seu apartamento... Ele ficou aberto e...
– Molhou?
– Alagou, seria mais correto dizer..
– Ah, droga! Meus pais vão me matar!
– Ei, calma, eu te ajudo a limpar.
– É provavelmente tarde demais Apes, os móveis não esperam para estragar.
– Tá, a gente vai dar um jeito.
– Ok.
Olhei para o lado e notei que Ben se aproximava.
– Você está no quinto andar, Matthew.

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