6º PASSO - O DIÁLOGO POR ANNE LAMOTT

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O DIÁLOGO POR ANNE LAMOTT, EM"PALAVRA POR PALAVRA"

      "É um grande prazer encontrar um bom diálogo durante a leitura, uma mudança total de ritmo em relação à descrição, à exposição e toda aquela "escrita". De repente, as pessoas estão falando e nós as acompanhamos. E temos todos os prazeres do voyeurismo, porque os personagens não sabem que estamos ouvindo. Acabamos nos sentindo bem informados sobre suas maquinações internas sem ter que passar muito tempo lendo seus pensamentos. Não quero ouvi-los pensando o tempo todo no papel. Já é muito chato eu ter que pensar o tempo todo.


Por outro lado, nada quebra tão facilmente o clima de um texto como um diálogo ruim. Meus alunos ficam desolados quando estão lendo uma história ótima para a turma e, de repente, chegam a um trecho de diálogo que é tão óbvio e expositivo que parece tirado de uma peça infantil. Nesse ponto o texto fica emocionalmente desafinado e há uma completa falta de ressonância.

O diálogo no texto literário se parece mais com um filme do que com a vida real, pois deve ser mais dramático. Há uma noção maior de ação. Antigamente, antes dos filmes, antes de Hemingway, digamos, o diálogo nos romances era muito mais estudado e floreado. Os personagens falavam de um modo que não era como pessoas de verdade falam. Com Hemingway, as coisas começaram a ficar mais simples. O bom diálogo se tornou afiado e enxuto.

Há várias coisas que ajudam quando você se senta para escrever um diálogo. Primeiro, o som das palavras - leia-as em voz alta. Segundo, lembre-se de que você deve ser capaz de identificar cada personagem pelo que ele diz. É preciso ter certeza de estar ouvindo o que eles dizem mais alto do que aquilo que você diz."


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