PASSO 1: É a Mente do Público
Tudo é concebido para a mente do público.
Mude tudo em seu roteiro para que ele seja feito para o público. Nada é mais importante do que como cada cena vai afetar o espectador. Certifique-se de que o conteúdo os envolva e os fisgue. Use os personagens para provocar o espectador e fazê-lo acompanhar, desesperadamente querendo mais.
Hitchcock sabia por que as pessoas são atraídas para uma sala escura para se absorverem por horas em imagens numa tela. Elas fazem isso para se divertir. Da mesma forma que as pessoas que vão para uma montanha-russa para serem jogadas de um lado a outro em altas velocidades, os espectadores de cinema sabem que estão seguros. Como diretor de cinema, você pode jogar coisas neles, atirá-los de um penhasco, ou puxá-los para dentro de uma perigosa história de amor, que eles sabem que nada lhes acontecerá. Eles estão confiantes de que serão capazes de sair pela saída quando isso terminar, e retomar suas vidas normais. E, quanto mais diversão eles têm, mais rápido eles vão voltar implorando por mais. (Gottlieb)
PASSO 2: Quadro Para a Emoção
PROXIMIDADE
1- Plano geral tem menos emoção. / 2- Imagem mais próxima significa mais emoção
Emoção (na forma de medo, riso, surpresa, tristeza, raiva, tédio etc.) é o objetivo final de cada cena. A primeira consideração de onde colocar a câmera deve envolver saber qual emoção você quer que o público experimente naquele momento em particular. A emoção vem diretamente dos olhos do ator. Você pode controlar a intensidade dessa emoção colocando a câmera perto ou longe dos olhos dele. Um close-up irá preencher a tela com emoção, e afastar-se para um plano em grande angular irá dissipar essa emoção. Um corte súbito de plano geral para close-up dará ao público uma surpresa súbita. Às vezes, um ângulo estranho acima de um ator aumentará o significado dramático. (Truffaut)
Hitchcock usou esta teoria de proximidade para planejar cada cena. Estas variações são uma forma de controlar quando o público sente intensidade, ou relaxamento. Hitchcock comparou isto a um compositor escrevendo uma partitura – exceto que, em vez de tocar instrumentos, ele está "tocando" o público!
PASSO 3: A Câmera Não é uma Câmera
A trama é revelada visualmente. A câmera de Hitchcock se move ao redor exatamente como os olhos de uma pessoa.
A câmera deve assumir qualidades humanas e vagar ao redor ludicamente, procurando algo suspeito em uma sala. Isto permite que os espectadores sintam como se estivessem envolvidos em desvendar a história. As cenas muitas vezes podem começar com uma panorâmica da sala, mostrando closes de objetos que explicam elementos do enredo.
Isto remonta aos primórdios de Hitchcock no cinema mudo. Sem som, os cineastas tiveram de criar maneiras de contar a história visualmente, em uma sucessão de imagens e ideias. Hitchcock disse que esta tendência mudou drasticamente quando o som finalmente chegou ao cinema, nos anos 1930. De repente, tudo foi em direção a materiais orientados para o diálogo, baseados em textos para o teatro. Os filmes começaram a depender de atores falando, e a narrativa visual foi quase esquecida. (Truffaut) Sempre use a câmera como mais do que apenas uma câmera.
PASSO 4: O Diálogo Não Significa Nada
Um de seus personagens deve estar pré-ocupado com algo durante uma cena de diálogo. Seus olhos podem ficar distraídos enquanto a outra pessoa não percebe. Esta é uma boa maneira de puxar o público para dentro do mundo secreto de um personagem.
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Dicas para o seu Primeiro Livro
Não FicçãoAqui estão alguns ensinamentos que absorvi durante alguns anos estudando sobre como contar boas histórias. Alguns textos são frutos de minhas anotações sobre vários conhecimentos que encontrei durante minhas pesquisas, outros apenas reproduções (co...