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JUSTIN

Me joguei no sofá da minha sala e liguei a TV, esperando finalmente poder ver algo que não seja uma foto da Selena exposta nos noticiários.
Dois meses se passaram desde que Selena revelou que não era uma princesa, e fez com que o rei, a rainha e o príncipe passassem por idiotas em frente ao reino e em rede nacional.

Apesar desses dois meses, a mídia ainda não desviou o assunto, e ainda se perguntam "Onde está a falsa princesa perdida? O que realmente aconteceu no castelo?". E a razão de não terem a encontrado, é que o reino tenta esconder ao máximo. Além disso, por que procurariam uma princesa em uma cidade tão distante do reino?

Bufei e desliguei a TV, imediatamente perdendo a vontade de assistir o que quer que fosse. Peguei meu celular e pensei em ligar para Selena, mas uma batida na porta me espantou de meus pensamentos.

– O que você faz aqui? – perguntei assim que vi Frank com dois seguranças do reino, do lado de fora do meu apartamento.
– É, parece que ainda não esqueceu o que aconteceu. – Ele falou, como se já esperasse por isso.

– Como quer que eu esqueça se não sai dos noticiários?

– Olha, disso eu não tenho culpa. Essas pessoas são incansáveis.

Virei os olhos e falei com raiva:

– O que você quer aqui? Veio pedir desculpas de novo?

– Posso entrar, pelo menos? Vim de muito longe, se é que você se lembra do castelo.

Abri espaço para ele entrar, apenas porque os dois seguranças me dirigiam olhares que poderiam com certeza me matar.

Frank sentou no sofá onde eu estava há poucos minutos, e parecia bem interessado no apartamento, talvez por nunca ter tido a oportunidade de morar fora de um castelo. Encarou cada detalhe do cômodo como se sonhasse. A sala em especial é um grande cômodo quadrado com paredes brancas e piso de madeira, em frente ao sofá preto de couro em que Frank estava sentado, havia uma TV em cima de um armário de madeira. Pela sua expressão, parecia querer conhecer o resto do apartamento, mas ignorei.

– Se sente tentado a ter um apartamento, alteza? – provoquei, mas ele deu de ombros.

Fechei a porta e andei até ficar de frente com Frank, cruzei os braços e ele começou:

– Olha, não vim aqui pra pedir desculpas. Já aprendi que você nunca vai me desculpar. Vim para saber como você está.

– Como eu estou? – falei, incrédulo – Eu não acredito. Você vem até aqui depois de ter tentado arruinar a única coisa que dava certo na minha vida e me pergunta como estou?

Ele não respondeu, parecia arrependido.

– Sim – ele levantou do sofá, ficando de frente para mim – Vim saber como você está. Porque sinto sua falta. Porque crescemos juntos e me importo com você.

Assim que notou meu olhar em sua direção, falou:

– Tudo bem, sei que fiz muitas coisas ruins capazes de provar que não me importo com você, mas no fundo você sabe que me importo.

– Se você quer saber, Frank, estou ótimo. Nunca estive tão bem e livre como estou aqui. Perto disso aqui – abri os braços, indicando minha nova vida – o castelo é uma prisão.

Sua expressão parecia desapontada, decepcionada, até.

– Ótimo. Você parece bem – ele se dirigiu para perto da porta – era só isso que eu queria, irmão.

Abri a porta para que os três saíssem e não disse nenhuma palavra a mais.

Peguei meu celular e liguei para Selena. 

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