Our Kingdom

17

ARIANA

O guarda que nocauteei me puxou pelo braço no momento em que eu saia pela porta de madeira do salão médio, conseguia ver um grande hematoma do lado de sua cabeça. Meu coração acelerou e tudo o que eu esperava é que Selena e Justin não voltassem para me buscar, não queria que todos nós fossemos presos. Mas esperei por eles mesmo assim.

O guarda desprezível me jogou na sala de reunião, a mesma que Selena havia estado alguns meses atrás. Ele ficou na porta dupla, me fuzilando com os olhos até a figura de um homem grande e musculoso aparecer: o rei Wilmer.

Ele me olhava com um olhar de desdém, o encarei fundo nos olhos e não abaixei a cabeça, eu não tinha mais medo dele como antes, e agora eu tinha cartas na manga.

– Ora! O que temos aqui? – Ele bradou com um sorriso no rosto, assim que fechou a porta dupla com o guarda para o lado de fora – veio fazer uma visita ao castelo?

Não respondi, e ele perguntou:

– Seus amigos fugiram, não é? Você não parece tão forte sem eles.

Estava procurando a coisa certa a dizer, eu sabia que Selena estava com a carta e a qualquer momento entregaria ao Justin, aquela carta era real e eu sabia disso, mas seria errado eu contar ao rei que sabíamos de tudo? Eu não me importava, precisava de uma arma para manter o rei em nossas mãos.

– Na verdade, você está enganado. – Levantei da cadeira devagar e me aproximei dele, de modo que ficamos frente a frente, seu sorriso se desfez.

– Não precisa se fazer de super-heroína, garota. Me diga o que veio fazer aqui, agora. – Ele disse e eu podia ver a raiva explodindo em seus olhos.

– Viemos atrás da carta. – Falei, encarando-o.

Por um segundo ele assumiu um semblante assustado, e quando percebeu que eu havia notado, voltou à postura de desdém.

– Do que é que você está falando?

– Você sabe, Wilmer. – Falei. Eu estava arriscando, mas não deixei de lado a postura superior. – A carta da mãe do Justin.

Seus olhos ficaram frios e por um momento ele parecia querer me matar. Indaguei para mim mesma o porque de Wilmer esconder uma carta que seria para a rainha, e então me veio a ideia de que se Wilmer não queria que Demi visse a carta, tinha um bom e grande motivo para isso.

– Como você sabe disso, garota? – Ele estava com raiva e se aproximou de mim, aposto que me bateria se não ficasse feio para sua própria imagem. Não desfiz minha postura, continuei a usar todas as armas que eu tinha.

– Bom, isso não importa – Falei, sentando tranquilamente no grande sofá posto na sala. – Mas me pergunto, por que a rainha não recebeu essa carta? Algo de comprometedor nela, Wilmer?

– Não se meta nisso! – Ele disse – Você está blefando, não faz ideia do que está falando.

O rei saiu da sala e voltou segundos depois com o guarda novamente.

– Você vai ficar em um lugar bem escondida, onde terá tempo para pensar em todas essas baboseiras que está falando. Seus amigos virão te resgatar, e serão pegos também. – Ele bradou. – Bill, leve-a daqui!

O guarda me puxou pelo braço mais uma vez, com tanta força que eu já podia sentir meu sangue sem circulação, mas, ao passar por Wilmer, não dei o braço a torcer. Sorri levemente para ele, e ele sabia que teria dor de cabeça comigo.

Bill, o guarda de hematoma, me conduziu por vários enormes corredores até descer uma grande escada que levava para uma sala com uma luz fraca, eu nunca havia visto essa parte do castelo, e parecia não ser usada ou vista há muito tempo. A porta dessa sala eram grades, como uma cela e dentro da sala havia apenas uma cama e um vaso sanitário, tudo fedia a mofo e eu havia começado a ficar com medo.

– Wilmer enlouqueceu? – perguntei para o guarda – Não pode me trancar aqui!

– Deveria ter pensado nisso antes, boneca.

O guarda nojento me colocou na sala e trancou o portão. Eu estava sozinha.