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SELENA

Estávamos no meio da viagem até o castelo, meu coração parecia que ia sair pela boca a qualquer momento. Justin estava calado desde que saímos do hotel de Nick e Ariana não parava de falar e cantar nem por um segundo.

– Vai demorar para chegar? – ela perguntou.

– Acho que vamos chegar dentro de uns 30 minutos. – Justin respondeu.

Eu olhava a estrada escura à frente e tudo o que eu enxergava era as luzes do carro de Nick e a silhueta de algumas árvores nos fechando dos dois lados. Eu conseguia me lembrar de algumas partes da estrada, o que já me dava arrepios.

– Devíamos ter trazido barrinhas de cereais. – Ariana falou, pelo retrovisor eu via que sua cara não estava animada, aposto que ela imaginava uma aventura mais agitada.

– Na verdade, eu trouxe. – Justin se pronunciou e o semblante de Ariana melhorou imediatamente, o que me fez rir. – Está na parte de trás do carro dentro da minha mochila.

– Onde? Aqui? – Ariana perguntou, se inclinando para a abertura atrás do banco onde ela estava.

– Isso. – Justin assentiu e Ariana se inclinou um pouco mais, até alcançar a mochila.

Alguns minutos depois, ela voltou ao seu lugar com duas barrinhas na mão e parecia muito feliz.

Voltei a olhar para as luzes do carro de Nick, até que ele fez um sinal para que parássemos. Justin freou o carro e logo Nick estava em nossa janela, dizendo:

– É aqui que vocês descem. Estamos bem perto.

– Certo. – Justin falou.

Desci do carro e eu estava aliviada por finalmente esticar minhas pernas, Ariana estava ao meu lado comendo a ultima barra de cereal enquanto Justin estacionava o carro quase no meio das árvores, de modo que não fosse visto por ninguém.

Entramos no banco de trás carro de Nick e a viagem se estendeu por pelo menos mais oito minutos, até que Nick fez o sinal para que nos abaixássemos.

Essa havia sido a parte mais difícil do plano até agora, não foi nada fácil se esconder entre o banco da frente e o de trás com mais duas pessoas. Ariana ocupava pouco espaço, mas Justin parecia não saber como se encolher.

O carro parou por um momento e imaginei que Nick estivesse acenando para um dos guardas. Ouvi o portão se abrir e o carro voltou a andar.

Era isso, estávamos, finalmente, nos jardins do castelo.

Assim que o carro parou novamente e as luzes do estacionamento se acenderam, Justin e Nick desceram do carro, eu e Ariana voltamos para o banco com muito cuidado, mas mantemos nossas cabeças abaixadas.

– A que ponto chegamos, amiga. – Falei, sorrindo.

Ela sorriu e disse:

– Aquelas barrinhas não fizeram bem ao meu estômago.

Dei uma risada baixa e ela fez uma careta.

Algum tempo depois, o que pareceram horas, Justin abriu a porta de trás do carro e falou:

– Tudo certo meninas, podem sair. Tentem não fazer alarme.

– Ouviu, Ari? – Perguntei brincando e ela revirou os olhos.

– Onde está o Nick? – Ariana perguntou.

– Falei para ele ir, não podemos arriscar o emprego dele aqui. – Justin respondeu – Mas ele falou que podemos chamar a qualquer momento se precisarmos.

Saímos do estacionamento por uma grande porta de ferro sem trancas.

– Nada tem tranca por aqui? – perguntei.

– Só os cofres – Justin respondeu – eles confiam muito nos guardas aqui.

– Ops. Parece que não deveriam – Ariana brincou.

A porta de ferro dava diretamente para um dos corredores do castelo, um corredor escuro onde no fundo havia uma janela, que trazia a luz de fora para dentro.

– Isso é assustador – Ariana sussurrou.

Havia uma única porta de madeira no corredor, e eu não fazia ideia para onde ela ia até Justin dizer:

– É o salão médio.

O salão onde eu havia dançado sozinha no dia em que Frank me mandou sair do castelo, onde todos me viram dançando. Agora, lembrar da cena me fazia sentir vergonha e resolvi colocar essa lembrança de lado por um tempo.

Paramos em frente a porta e olhei para Justin, esperando por uma resposta. Ele olhou de volta para mim e disse:

– Eu vou lá.

– Justin, tem certeza? – perguntei.

– É o único jeito. – Ele fez uma pausa quando percebeu que eu estava hesitante com a ideia. – Não viemos até aqui para desistir. Sabíamos que não ia ser fácil.

Um sentimento de raiva e surgiu dentro de mim, e então resolvi não responder. Assenti levemente com a cabeça e ele passou pela porta.

JUSTIN

O salão médio estava vazio, o que era estranho. Não sabia se as regras haviam mudado desde que saí, mas geralmente ficavam dois guardas no salão médio a essa hora. Com cuidado, andei pelo salão para vasculhar. Não havia muito onde procurar, já que era um cômodo totalmente aberto. No meio, uma enorme escada se estendia, e levava até o quarto de Frank, até a biblioteca e nosso ponto de início: o escritório do rei. Além da escada, havia outra porta de madeira além da que eu saí, e atrás daquela porta estava o corredor que levava até o hall principal – onde eu havia certeza que estava recheado por guardas.

Já que tudo estava aparentemente vazio, decidi voltar e chamar as garotas. E, no momento, em que encostei na maçaneta, a outra porta de madeira se abriu. Congelei no mesmo segundo e prendi a respiração, mas era tarde demais, o que quer que estivesse atrás de mim, já havia me visto.  

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