Papo de irmãos - por Pietro

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Depois de deixar Lia em casa, eu fui buscar Rebeca na casa de Analu, aquelas duas não se desgrudam nunca.

— Pietrooo, obrigada por vir! – Minha irmã diz, fazendo sua melhor expressão angelical e entrando no carro, eu aceno para Analu.

— Não tem de quê, eu já tava com o carro na rua mesmo.

— Onde você foi?

— Saí com a Lia. – Digo já escutando seu risinho de aprovação.

— Yaaaaaay! Eu preciso contar pra Analu! Espera, como foi? Vocês se beijaram? – É claro que eu não poderia esperar mais discrição da parte de Rebeca.

— Você parece uma criança às vezes, não alguém que está prestes a ir pra faculdade.

— Quem é que precisa de maturidade, pelo amor de deus? Agora responde as minhas perguntas, coiso.

— Foi bem legal, ela atrasou porque teve que ajudar uma amiga, mas foi ótimo. É estranho pensar que depois de tanto tempo, Lia ainda é Lia, só não tão certinha como antes.

— Que bom, né. Porque ela era uma chata de tão certinha.

— Rebeca, você viu ela uma única vez naquela época!

— Eu sei, mas ela era sem graça. – Diz e eu nego com a cabeça.

— O que você acha dela agora?

— Ela é ótima! Não gosta de Taylor Swift, o que a fez perder uns pontos comigo, mas ainda assim, ótima. Mas e o beijo Pietro, rolou ou não??

— Não! Tá muito cedo pra isso ainda.

— Você é um bundão.

— Um bundão que você usa como chofer, não devia me tratar assim. – Digo e ela gargalha.

— Verdades devem ser ditas, meu caro.

— Se você quer saber, eu achei que ela fosse me beijar e eu até pensei em fazer alguma coisa, mas não sei... Parecia um jogo, desde quando a Lia joga?

— Bundão. – Eu rio e a empurro. — André me disse que a Gabriela foi lá pra casa hoje...

— É.

— "É"? Isso é tudo que você tem a dizer?

— Uai, o que você espera que eu diga? Ela foi lá em casa, Lia estava lá, Lia saiu, ela ficou me encarando e depois simplesmente foi embora.

— Que estranho... Você não foi atrás dela?

— Fui, perguntei se estava tudo bem e se ela precisava conversar, ela negou e foi embora.

— Estranho... – Diz e fica me encarando enquanto nós esperamos o semáforo abrir.

— O que foi?

— Por que você ficou com ela, em primeiro lugar? – É claro que uma pergunta assim viria, não sei como ela não tinha tocado nesse assunto até hoje.

— Eu gostava dela, ela me divertia.

— Uau, isso pareceu bem apático.

— Não foi apático, eu gostava dela, é verdade. Gabriela é uma boa garota, ela só...

— Só não é a Lia, hã?

— Não é o que eu ia dizer. Eu não sei, só faltava algo.

— E você só percebeu isso quando a Lia apareceu na sua vida de novo.

— Não. No fundo, eu sempre soube. Eu estava feliz com ela, mas era como se ela fosse uma amiga, entende? - Digo de forma retórica e ela concorda com a cabeça. — Quando a Marília apareceu e nós passamos a conversar de novo, eu comecei a me perguntar se o que eu tinha com a Gabi valia a pena, tanto pra mim quanto pra ela, era como se eu estivesse enganando-a, sabe?

As Duas VersõesOnde histórias criam vida. Descubra agora