•24• Supermarket

2.7K 345 145
                                    

Jimin

Após o sinal do fim das aulas tocar, juntei minhas coisas e subi para o último andar. Estava cansado, precisava dormir e sim, moro no mesmo prédio do colégio. É um saco ser isolado do mundo. Necessito de autorizações até para comprar pão.

Passei o cartão no leitor e entrei no elevador. Vigésimo quinto andar, o mais chato de todos. Faço minha típica cara de tédio e giro a maçaneta do apartamento, onde querendo ou não, sou obrigado a dormir.

Dou um passo a frente e sinto a parede bater com força em minhas costas, alguém havia me empurrado.

O que seu pai lhe disse, garoto? — um braço começou a apertar meu pescoço.

Minha feição é de confusão.

Me soltapronuncio e tusso.

Ele me larga.

O que foi que eu fiz agora, Sung Hoon?

Responda minha pergunta! O que seu pai lhe disse, desde o início?

Para eu não me relacionar com ninguém sem aprovaçãoreviro os olhos.

Ah! — debochou — Então você se lembra.

Por quê?

Você é vigiado vinte e quatro horas por dia, menino Jimin. Acha que não percebemos sua amizade com uma de suas colegas de classe? — cruzou os braços.

Deixe ela em paz.

Naquele dia que você disse que iria ao médico fazer consulta de rotina, foi para a casa dela, não é?

Fui. Cheguei atrasado aqui e você sabe o que aconteceu depois.

Quem é ela?

Aish! — ponho as mãos nos cabelos — Por que vocês me privam tanto da vida?

Você nos põe em risco. Saber demais é o seu problema.

Isso não justifica! Deve haver algo mais... antes daquela nojenta se tornar minha madrasta meu pai me amavasento no chão e agarro meus joelhos, lembrando de minha infância como uma criança normal.

Sim, ele te amava antes de você abusar e ameaçar a mulher por quem ele se apaixonou. — deu de ombros e se virou.

Abusado e ameaçado Jun Hee? Não entendi, nunca havia feito isso. Aquela mulher me odiava, só pode. E eu quero saber o motivo.

Kayla Moon

Ainda está de noite e nada da geladeira me agrada. Sinto falta dos sorvetes e das guloseimas enfeitando a mesa de centro da sala. Mamãe havia cortado o açúcar das minhas alimentações depois que fui diagnosticada com pré-diabetes. Eu era criança demais, mas o tratamento funcionou e eu estava livre dessa doença que me privava da felicidade.

Calço minhas pantufas de urso e praticamente rastejo até o quarto de Hoseok, a procura da chave de seu carro. Reviro todas as gavetas, inclusive a de lembranças. Haviam fotos de uma senhora, de uma criança e de um homem adulto. Uma delas me interessa. Nela estava Kim Seokjin, Namjoon e J-Hope com suas respectivas mochilas nos ombros e sorrisos escancarados no pátio da escola.

Dou um pulo para trás ao ouvir o barulho da água parar de cair e a porta do banheiro ser aberta.

Encaro o ser molhado amarrando uma toalha em sua cintura, ele também havia se assustado. Seu olhar desvia para as gavetas abertas

O que está fazendo?

Me movo constrangida.

Pareciam felizesdisfarço, apontando para a foto.

Nós éramoscaminha em minha direção e tira a fotografia de minhas mãos.

E esses aqui, quem são? — toco nas outras imagens.

Minha família.

Agora entendo de onde saiu sua belezasolto.

Hoseok olha para a parede e tampa o sorriso com a mão direita.

Ok.

É... — resmungo.

Por que estava mexendo nas minhas coisas?

Queria achar a chave do carro. Ir ao mercado comprar besteiras, aumentar minha glicose e colesterol — dei de ombros.

Você ao menos sabe dirigir? — debochou.

Qual é? Seu carro é automáticorevirei os olhos.

Dou as costas.

Eu te levo.

Sussurro um "graças à Deus" e corro para vestir alguma roupa qualquer, que não seja nem um pouco parecida com o pijama que estou agora.

                                      [•••]

Segurava uma cesta recheada de comidas gordurosas e ainda estava a procura de mais. J-Hope disse que iria procurar algumas bebidas alcólicas e sumiu de minhas vistas.

Estava andando de lado, com meus olhos fixados nas prateleiras de chocolates, quando alguém bate com tudo em mim e minhas porcarias se espalham pelo chão sujo do mercado. Massageio meu braço freneticamente para aliviar a dor e solto um palavrão sem ao menos olhar para a pessoa.

Filho da...

Kayla! — exclama com animação.

Encaro o ser humano. Um sorriso brota automaticamente em meus lábios. Era Kentin, um americano que conheci no oitavo ano, quando passei uma temporada com meus pais nos Estados Unidos.

Estendo as mãos e o recebo em um caloroso abraço. Como era bom abraçar pessoas...

Ficamos naquela posição por quase um minuto inteiro. O largo quando sinto uma mão apertar a minha fortemente. Tento soltá-la mas não consigo.

Vamos, amor. Já pegamos tudodiz me puxando.

Olho para minha outra mão e a cesta estava nela, em perfeito estado.

Mas... Hoseokpronuncio.

Anda.

Giro minha cabeça para trás e digo alto:

Foi bom te reencontrar! Manda direct no meu Twitter, é @kmoon17sorrio, já que não podia acenar.

J-Hope bufa. Paramos no caixa e ele põe todas as coisas na esteira, sem falar nada. Na hora de pagar, retiro o cartão do bolso e enfio na máquininha, digitando a senha logo após. Deposito duas sacolas em cada mão e sigo até o estacionamento, dou meia volta quando sou puxada por trás.

Quem é aquele? — cruza os braços.

As compras estavam no chão molhado pela chuva, que raiva.

Um amigo.

Pensei que eu fosse seu único amigo!

Eu disse amigo? Desculpa, ele é meu colega. Dos Estados Unidos, precisamentefaço cara de tédio.

Vocês passaram horas se agarrando. Mas eu não devia ligar, né? Afinal, ele entrou na sua vida primeiro que eupegou as sacolas do chão e seguiu para o carro.

Corre que o touro está solto... rio.

The Mission • BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora