•39• Bank

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O carro foi estacionado na calçada do estabelecimento e um frio me veio ao estômago. Olho para o lado e Jungkook sorria animado com as mãos no volante.

Qual é o seu problema? Você foi obrigado a matar uma criança, achou triste e agora está ansioso pra fazer isso? — aponto para a fachada do banco.

É o meu destino, já aceitei deu de ombros.

Como é? Você gosta? — pergunto, surpreso.

Com o tempo você passa a gostar. Vou depois de você.

O encaro confuso e saio do carro sem tirar os olhos do menino. Não parece o mesmo Jungkook de um tempo atrás, mas isso não é o que importa agora. Carrego minha pistola e a deposito no bolso da calça enquanto caminho até a porta giratória, passo pelo segurança e sorrio para o mesmo. Já estava me preparando psicologicamente para o que iria acontecer, dou uma última olhada para o carro e meu "parceiro" estava afobado, negando com a cabeça e quase gritando coisas sem sentido. Um apito é ouvido e o mesmo segurança que me cumprimentou agarra meus braços e os aperta com força. Minha burrice não me deixou lembrar do detector de metais. A mão daquele homem começou a me apalpar por toda parte e eu sequer conseguia me mexer. De um dos bolsos foi retirado um canivete, o meu canivete. Tento mais uma vez me mover e não dá certo.

Vagabundo miserávelo homem xingou enquanto me arrastava para algum lugar do banco.

Me solta! Eu não ia fazer nada, juro!

E ele gargalhou.

Acha que não sou acostumado com gentinha da sua laia?

Sem me soltar, pegou novamente o canivete e ameaçou arrastá-lo pelo meu rosto. Com uma mão só aquele senhor conseguia segurar meus dois braços, quão incrível isso é?

Tem crianças aqui dentro, você tem noção do perigo que elas iriam correr?

Neguei com a cabeça. Estava de frente para a parede, em um dos cantos do banco. Sinto sua mão no outro bolso.

Vejamos, mais um objeto letal... o que estava tramando, marmanjo?

O barbudo jogou a pistola no chão e voltou a atenção ao meu rosto.

Não leve para o pessoal, é o meu trabalhofez cara de deboche.

Fechei meus olhos, já me preparando para o pior. Nada aconteceu.

Um tiro foi ouvido e meus braços foram soltos. Arregalei os olhos e virei devagar para trás. Aquele senhor estava esparramado no chão, com um furo na cabeça. Subo o olhar e avisto Jungkook com outra arma em mãos. Franzo o cenho e ele dá de ombros.

Você deveria prestar mais atenção nas coisas. 

Eu tento, tá? Foi só um vacilo. Mas olha o que você fez...

Ele iria te machucarfez uma careta de "é óbvio" — Era você que tinha que me ensinar coisas, não o contrário. Preste atenção disse e se virou.

O "frágil" da gangue soltou dois disparos no teto e atraiu a atenção de todos que aqui estão.

É o seguinte: isso é um assalto e eu não quero que ninguém se movadiscursou alto — Não sou uma pessoa ruim, mas se não me obedecerem não responderei pelos meus atos.

Isso é tão ridículo... — resmungo para mim mesmo.

Vá pegar o dinheiro com a funcionária aliordenou.

Assenti com a cabeça e caminhei até uma das atendentes.

Com licença, moça. Poderia me passar todo o dinheiro dos caixas, por favor?

A loira estava chorosa, e mesmo assim confirmou. Acompanhei todos os seus movimentos, as sacolas recheadas tomavam conta do balcão.

Não chore. Nada vai te acontecer.

E mais um tiro é ouvido.

Eu avisei. Mais alguém ousa discar para a polícia? é a voz de Jungkook.

Mordo a língua de raiva. Ele estava tão frio.

Isso é tudo, senhor... — a loura avisou.

Tudo bem, obrigada.

Pego as três sacolas pretas – muito pesadas – e caminho até a saída. Aceno com a cabeça para o garoto e ele abaixa a arma, me seguindo.

Bandidos estúpidos! — a voz daquela mesma atendente ecoa pelo local.

Jungkook bufa. Em questão de segundos, o garoto dá meia volta e solta mais um disparo. Não pude o impedir. Ele acabou de matar a loira da qual eu disse que nada lhe iria acontecer.

Você é maluco?! — largo as sacolas no chão e me revolto.

É só uma atendente, J-Hoperevira os olhos — Vamos embora antes que a polícia apareça simplismente diz.

Ainda puto da vida, pego o dinheiro e jogo na mala do carro. Nisso que dá por uma arma na mão de uma criança.

The Mission • BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora