O carro foi estacionado na calçada do estabelecimento e um frio me veio ao estômago. Olho para o lado e Jungkook sorria animado com as mãos no volante.
— Qual é o seu problema? Você foi obrigado a matar uma criança, achou triste e agora está ansioso pra fazer isso? — aponto para a fachada do banco.
— É o meu destino, já aceitei — deu de ombros.
— Como é? Você gosta? — pergunto, surpreso.
— Com o tempo você passa a gostar. Vou depois de você.
O encaro confuso e saio do carro sem tirar os olhos do menino. Não parece o mesmo Jungkook de um tempo atrás, mas isso não é o que importa agora. Carrego minha pistola e a deposito no bolso da calça enquanto caminho até a porta giratória, passo pelo segurança e sorrio para o mesmo. Já estava me preparando psicologicamente para o que iria acontecer, dou uma última olhada para o carro e meu "parceiro" estava afobado, negando com a cabeça e quase gritando coisas sem sentido. Um apito é ouvido e o mesmo segurança que me cumprimentou agarra meus braços e os aperta com força. Minha burrice não me deixou lembrar do detector de metais. A mão daquele homem começou a me apalpar por toda parte e eu sequer conseguia me mexer. De um dos bolsos foi retirado um canivete, o meu canivete. Tento mais uma vez me mover e não dá certo.
— Vagabundo miserável — o homem xingou enquanto me arrastava para algum lugar do banco.
— Me solta! Eu não ia fazer nada, juro!
E ele gargalhou.
— Acha que não sou acostumado com gentinha da sua laia?
Sem me soltar, pegou novamente o canivete e ameaçou arrastá-lo pelo meu rosto. Com uma mão só aquele senhor conseguia segurar meus dois braços, quão incrível isso é?
— Tem crianças aqui dentro, você tem noção do perigo que elas iriam correr?
Neguei com a cabeça. Estava de frente para a parede, em um dos cantos do banco. Sinto sua mão no outro bolso.
— Vejamos, mais um objeto letal... o que estava tramando, marmanjo?
O barbudo jogou a pistola no chão e voltou a atenção ao meu rosto.
— Não leve para o pessoal, é o meu trabalho — fez cara de deboche.
Fechei meus olhos, já me preparando para o pior. Nada aconteceu.
Um tiro foi ouvido e meus braços foram soltos. Arregalei os olhos e virei devagar para trás. Aquele senhor estava esparramado no chão, com um furo na cabeça. Subo o olhar e avisto Jungkook com outra arma em mãos. Franzo o cenho e ele dá de ombros.
— Você deveria prestar mais atenção nas coisas.
— Eu tento, tá? Foi só um vacilo. Mas olha o que você fez...
— Ele iria te machucar — fez uma careta de "é óbvio" — Era você que tinha que me ensinar coisas, não o contrário. Preste atenção — disse e se virou.
O "frágil" da gangue soltou dois disparos no teto e atraiu a atenção de todos que aqui estão.
— É o seguinte: isso é um assalto e eu não quero que ninguém se mova — discursou alto — Não sou uma pessoa ruim, mas se não me obedecerem não responderei pelos meus atos.
— Isso é tão ridículo... — resmungo para mim mesmo.
— Vá pegar o dinheiro com a funcionária ali — ordenou.
Assenti com a cabeça e caminhei até uma das atendentes.
— Com licença, moça. Poderia me passar todo o dinheiro dos caixas, por favor?
A loira estava chorosa, e mesmo assim confirmou. Acompanhei todos os seus movimentos, as sacolas recheadas tomavam conta do balcão.
— Não chore. Nada vai te acontecer.
E mais um tiro é ouvido.
— Eu avisei. Mais alguém ousa discar para a polícia? — é a voz de Jungkook.
Mordo a língua de raiva. Ele estava tão frio.
— Isso é tudo, senhor... — a loura avisou.
— Tudo bem, obrigada.
Pego as três sacolas pretas – muito pesadas – e caminho até a saída. Aceno com a cabeça para o garoto e ele abaixa a arma, me seguindo.
— Bandidos estúpidos! — a voz daquela mesma atendente ecoa pelo local.
Jungkook bufa. Em questão de segundos, o garoto dá meia volta e solta mais um disparo. Não pude o impedir. Ele acabou de matar a loira da qual eu disse que nada lhe iria acontecer.
— Você é maluco?! — largo as sacolas no chão e me revolto.
— É só uma atendente, J-Hope — revira os olhos — Vamos embora antes que a polícia apareça — simplismente diz.
Ainda puto da vida, pego o dinheiro e jogo na mala do carro. Nisso que dá por uma arma na mão de uma criança.
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The Mission • BTS
FanficFilha de um dos piores bandidos da região, Kayla Moon vive a sua vida monótona e sem cor ao lado de seu monitor Hoseok. Até o dia em que Jimin, um ruivo tingido e misterioso, adentra em sua vida e a colore por completo. Dois amores proibidos e um s...