•43• Attack

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J-Hope

Estava tudo pronto para a nossa entrada no prédio, o carro abastecido com armas, suprimentos e membros. Os quais não irão ser muito úteis, pois só entrarão em cena se algo der errado para o nosso lado. Um senhor que estava no banco da frente se vira e nos entrega duas máscaras pretas, elas não geram motivos de desconfiança pois muitas pessoas as usam no dia a dia, devido a poluição. O mesmo homem deposita um canivete em cada bolso nosso e nos entrega duas pistolas carregadas.

Vocês vão precisar disso aqui também estende um carregador de munição.

Visto meu boné junto a máscara e saio do automóvel, sendo seguido por Jungkook.

Eu não faço a mínima ideia do que iremos fazer diz.

Eu também não.

Como previsto, muitas pessoas rondavam pelos corredores, afinal, era recreio. Puxo o menino para andar pelo canto, ao lado dos armários e quando olho para trás, o perco de vista.

Esse menino está armado! — alguém grita.

Uma gritaria vinda dos alunos surge e vários deles correm desesperados, de um lado para o outro. Cinco segundos depois, um tiro é disparado. Sigo o barulho com o olhar e enxergo Jungkook com as mãos na boca, encarando um outro menino jogado no chão. Ponho as mãos na cabeça, sem saber o que fazer. Ele estava suposto a ser o meu aprendiz e eu nem sequer sei como reagir em uma situação dessas.

Hoseok? — uma voz feminina ecoa.

Olho para a menina. Kayla. Ela está correndo em minha direção, nego freneticamente com a cabeça. Quando chega, segura meus dois braços e me encara como se aguardasse uma resposta.

Não estou aqui, sou uma miragem, okay? Ajude aquele rapaz, você não viu nada falo nervosamente.

Dou as costas e caminho até o menino desajeitado, o puxando pela camisa até o fim do corredor, antes que se aglomere gente em volta do ser desacordado.

Esse é o Jungkook? — a garota pergunta de fundo.

A ignoro e paro na frente do elevador, retirando o cartão do meu bolso. Passo o objeto no leitor e a porta se abre, entro e puxo o menor comigo.

Você está louco? — viro-me para ele.

Foi sem querer! Eu não quis... tomei um susto, fiquei com medo... Eu não sei! — se perde nas palavras.

Bufo e escoro minhas costas no limite do cubículo. O andar que precisamos descer é o último e digamos que demora um pouquinho. A porta se abre novamente e enfio minhas mãos nos bolsos, uma se encontra com a pistola e a outra com o canivete. Faço sinal para Jungkook me seguir.

Deve ser essa porta. É o mesmo número, né? — pergunto em um sussurro.

Ele assente. Estava trêmulo e isso era visível. Caminhamos lentamente, mas como pessoas normais, até a entrada. Era um portão de vidro transparente e conseguíamos enxergar muitos computadores e sofás ao lado de máquinas de café, é nada mais, nada menos que um escritório de empresa. Contorno a maçaneta com uma mão e encaro Jungkook.

Sem dó nem piedadeele diz firme.

Respiro fundo e adentro o local, algumas pessoas nos encararam e outra ignoraram nossa presença. Mas mudam de ideia quando sussurros ecoam pelo espaço e nossas armas se estendem.

Eu não queria... — começo a dizer, mas paro assim que um tapa atinge meu braço.

Fique calado! — o menor ordena.

Volto o olhar aos funcionários ali presentes e suas mãos estavam aos céus. Dá um aperto no coração só de pensar que cada um ali tem a sua família formada, esperando pela sua chegada em casa, para jantarem juntos. Pare, Hoseok, não é assim que um Moon deve imaginar. Faço sinal positivo com a cabeça e Jungkook começa a atirar loucamente. Sigo seu exemplo e faço o mesmo, com os olhos quase fechados. Eu teria que fazer isso um dia ou outro, que seja hoje mesmo. Os gritos eram ensurdecedores e aquilo me enfraquecia, seres humanos clamavam por piedade. Miro minha pistola em uma criança perdida e quando estava prestes a apertar o gatilho, um homem toma a frente com a mão em sinal de "pare". Abaixo a arma e arregalo os olhos, era Namjoon. Viro para meu parceiro e estapeio seu objeto letal, que vai ao chão. Ele me encara com ódio e aponto para o outro menino acompanhado da garotinha, ele se espanta. Arranco a máscara de meu rosto e observo as lágrimas de Kim caírem, ele corre em direção a uma moça desacordada e ao mesmo tempo tampa os olhos da pequena ao seu lado. Que merda nós fizemos?

Me desculpa, me desculpa... — repito sem pausas.

Sook, acorda! — ele dava tapinhas no rosto da mulher — Não!

E caiu para trás, se lamentando. Eu e Jungkook ficamos paralisados, sem saber o que fazer. O garoto passa a nos encarar, furioso. Levanta-se e caminha em nossa direção. Pode nos matar, Namjoon, nós merecemos. Para em nossa frente e levanta o pulso fechado, fecho os olhos já me preparando para o pior, nada acontece. Os abro e Kim negava com a cabeça, lágrimas caindo.

Só me diga que isso não foi ideia sua, J-Hope... só issodisse baixo.

Arregalo os olhos e agradeço a Deus por não ter levado uma surra.

Você sabe que não.

Foi o que imagineiassentiu e deu as costas, voltando a acariciar a mulher caída.

O que você está fazendo aqui? — pergunto ao me aproximar.

Eu fugi pra outra cidade e acabei conhecendo Sook, contei minha história e ela me trouxe até aqui. Ela foi um doce comigo, Hoseoksuspirou — Agora está morta e eu prefiro pensar que quem a matou foi Jungkook.

Eu não tenho certeza...

Cale a boca! Eu quero que seja ele, entendeu? irrita-se.

Tudo bem.

Os Park's não são só uma gangue, Hoseok. É uma rede de segurança de empresas também, pessoas de bem trabalham aqui todos os dias.

Eu não sabia.

Há tantas coisas que vocês não sabem. Só fazem o mal envolto de uma vingança de um psicopata.

Você sabe que não tenho escolharetruco.

Eu sei. Agora vão embora que eu vou chamar os superioresordena ao se levantar e caminhar até o telefone.

Não vai nos entregar? — Jungkook pergunta.

Vão embora daqui.

Assentimos e damos a volta, com o intuito de voltar até o elevador, a contornar sobre diversos cadáveres. Lidar com a minha mente culpada não vai ser tão fácil.

The Mission • BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora