•42• Snake

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(Taehyung e Lori na mídia)

J-Hope

Os "treinamentos", como Erbet costuma chamar, estão ocorrendo bem, eu acho. Jungkook continua fazendo o trabalho sujo e parece sentir prazer nisso, mas eu sei que ele está em busca de uma recompensa, é claro que quando for a hora não irei negar. Voltei para o meu apartamento, que estava vazio depois da ida de Namjoon e parei de ir à escola. Quanto menos contato com Kayla, melhor. Chamaram-me para uma nova missão e, sem escolhas, tive que ir depois de alertar o menino mais novo.

O que será dessa vez? ele perguntou, animado — As últimas vezes foram meio entendiantes.

Eu não sei. Se soubesse nem precisaria ir nessa reunião.

Fui um pouco rude, mas juro que é sem querer. Não tenho controle de minhas emoções quando estou nervoso ou sinto o perigo se aproximar. Dou leves batidas e empurro a porta da sala do chefe. Ele nos aguardava com uma prancheta em mãos. Seguimos até o centro e já íamos nos sentar quando ele nos repreende:

Não precisa, é coisa rápida.

Olho para Jungkook e a feição dele muda, ficou emburrado porque parece ser algo fácil, ou "entediante", como ele mesmo diz.

Vocês conhecem essa escola, né? A qual Kayla estuda e você também, Hoseok — dizia enquanto nos mostrava a folha.

Eu não vou mais, senhor.

Ele me encara pensativo.

Certo. Não é prioridade por agoradá de ombros — Voltando, como vocês já sabem, ela é protegida pelos Park's por se encontrar no mesmo prédio da base deles. Mas quem eu quero não vive por lá.

Quem você quer? — o menino pergunta.

O chefe.

Então qual é o interesse na sede deles, se a única pessoa que você deseja nunca está lá? — questiono.

A matança dos nossos membros não acabou. Diminuiu, mas não teve um fim. Eles só atrapalham os meus planos e ainda tomam a vida dos Moon's. Eu quero que vocês testem a segurança do local.

Como? — Jungkook perguntou.

Como sempre, ele é mais interessado nos assuntos do que eu. Isso talvez possa me acarretar problemas futuros.

Vocês precisam entrar pelo colégio, já que é no térreo, no intervalo.

No intervalo?! — exclamo — São muitas pessoas rondando pelos corredores nesse tempo.

Eu sei. Mas isso não será problema para vocês, é só tomar cuidado e ao mesmo tempo não se deixar ser pego pelas câmeras, elas são inimigas mortais.

Qual é o objetivo?

O intervalo escolar é o horário de almoço deles, por isso a segurança deve ser menor, entende? — assentimos — Vocês entrarão lá mascarados, passarão pela escola sem serem notados e usarão esse cartão no leitor do elevador. O número do andar e da entrada estão anotadosestendeu o pequeno cartão, o peguei.

E se conseguirmos adentrar a base deles? — finalmente faço uma pergunta útil.

Vocês matarão tudo o que vier pela frentesorriu.

Travei de novo. Tudo por aqui é "matar, matar e matar". Nada se escapa. Encaro Jungkook e a boca do menino formava um perfeito "o". Volto a olhar Erbet e o mesmo ri da minha cara.

Não parece ser tão difícil, certo? — cruza os braços.

Permanecemos quietos.

Estou aguardando um "não"emburra a cara.

Não, senhor. Parece muito fácil, atéo menor se pronuncia.

Só fala merda esse garoto.

Não se preocupe, haverá mais homens com vocês ládá dois tapas no meu ombro e sai da sala.

Vai dar merda. Vai dar merdaJeon repete freneticamente.

Kim Taehyung

Meu tratado de paz se firmou com a morte daquela mulher. Jun Hee pode ter me dado à luz, mas era a minha escuridão. Ela nunca gostou de mim, nunca demonstrou afeto e amor de mãe, isso tudo foi proposto a mimada e nojentinha Lori, a outra escuridão. Todos os doces, trajes e mimos eram destinados a ela, sempre foi assim. Penso se seria diferente caso eu tivesse nascido menina, ou o motivo fosse apenas eu ser Kim Taehyung mesmo. Nunca as fiz mal, sou um doce de pessoa, até. Um doce de pessoa carente, inútil e lunático. Naquela casa até a empregada tinha mais previlégios que eu, era capaz de até trocarmos de quarto, eu ficaria no cubículo dela e ela no meu aconchego, que não é lá essas coisas. Lori era um anjo também, mas passou a mudar depois de um relacionamento conturbado, que teve seu fim e ela insiste em dizer que a culpa foi minha. O rapaz com quem ela sonhava em casar se apaixonou por mim sem que eu movesse um dedo sequer, não sabe o mal que essa paixão platônica trouxe em minha vida. Ódio vindo da minha própria irmã, que começou a me cobrir de ameaças estranhas e meio cabulosas. "Se você não fizer isso do jeito que eu mandei, direi que você me estuprou" era uma fala comum dela. Pode parecer tosco, mas eu acreditava. Acreditava porque bastava um mísero motivo para eu ser expulso de casa. Agora imagina: sem amor de mãe, sem afeto de irmã e ainda sem um lar para dormir? Soa como um pesadelo. Agora isso não existe mais. A naja mãe está morta e a cascavel filhote perdeu as forças, pois não tem mais moral sobre mim. Não tem porque se confiava muito no poder de Jun Hee. Poder que se divide entre nós dois agora. Mesmo que ela não gostasse de mim, legalmente sou seu filho e também tenho direito aos seus bens, os quais Lori nunca poderá tirar de mim. Meu plano agora é seguir em frente, sem me importar com a pequena existência dessa garota. Estudar nesse colégio sempre foi meu sonho e até disso ela conseguiu me privar, convencendo a naja mãe a me matricular em uma instituição de ensino pública. Não era ruim, mas sonhos são sonhos. Eu não me considero uma pessoa vingativa, portanto, estudarei na mesma sala que minha irmã em paz e sem rancor, mas ai dela se me alfinetar. Acabarei com aquela popularidade em segundos.

Conheci o filho de Park Linnus, mas assim como o pai, ele também não foi muito com a minha cara. Não o julgo, talvez ele não seja uma pessoa muito sociável e amizade a gente conquista aos poucos. Ou talvez seja só ciúmes da Kayla mesmo, ele parece gostar dela. Que eu não me apaixone por ela também, amém.

Caminho pelos corredores com alguns livros em mãos, quando sou empurrado e sinto minhas costas baterem contra um armário.

O que pensa que está fazendo aqui, maninho? — era a cascavel.

Estudando. O que mais se faz em uma escola, Lori?

A garota ri, debochada.

Você sabe o que eu quis dizer. Não tem cabimento você estudar aqui, olha o nosso nível e compare com o seuaperta meu peito com o dedo indicador.

É tão doloroso saber que o meu nível é maior que o seu? Porque se isso for o problema, eu te ajudo a conquistar sua autoestima de volta enquanto... — tampa minha boca com a mão, algumas pessoas passaram ao nosso lado.

Para todos aqui, você não é meu irmão, entendeu? — não respondo — Ai de você se armar contra mim, Taehyung, ai de você... — murmura e dá as costas.

Você não tem mais poder sobre mim, Lori, não tem! — grito já de longe.

The Mission • BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora