•28• Mordaça

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A menina estava amarrada e amordaçada em uma cadeira de madeira, aquela típica cena de filme de terror e tortura. Nunca pensei vê-la desse jeito, digo, a patricinha perfeitinha dona do coração de Park Jimin com seus cabelos loiros descabelados, olheiras e pele ressecada, parecia nunca ter visto um hidratante na vida. Eu deveria estar assustada, eu acho, mas só estou surpresa. O que diabos queriam com Yunili Cho aqui?

A porta de ferro foi fechada, mas logo aberta.

O que ela está fazendo aqui?! — exclamou um senhor de meia idade.

Tampei minha boca para não xingá-lo, ultimamente estou me sentindo assim, na necessidade de responder os mau caráters com ofensas.

Também gostaria de saber, senhor Hyun — acrescentou Jungkook.

J-Hope parecia desconfortável, mas se pronunciou:

Eu a trouxe. Não sabia o que me esperava aqui, desculpe.

Tire ela daqui, Jeono mais velho ordenou.

O que? Não! — reclamei, já sendo puxada pelos braços até o corredor.

Hoseok me encara como se pedisse desculpas com o olhar. Por que eu insisti em vir? Agora estou aqui novamente neste corredor demoníaco com várias portas que rumam à solidão e a dor. Tem pouco tempo que conheço esse lugar, mas já tenho um pouco de conhecimento sobre. Caminho até o final do corredor e empurro a porta de ferro, na qual há grades também, mas estava destrancada. Entro e acabo no saguão principal.

Oi, Jacksoncumprimentei um dos seguranças.

Ele era uma das poucas pessoas que socializei aqui dentro.

Quanto temposorriu.

Que sorriso sincero. Digamos que ele não saiba da minha última estadia aqui, é um dos garotos inocentes.

Sentiu saudades?

Nem percebi a sua ausênciasorriu de novo.

Desgraçado. Desdigo o que disse, não é mais um menino inocente, desceu derrapando no meu conceito. Fecho a minha cara e ele arregala os olhos, percebendo o que disse.

Ah! Me desculpa, eu não queria ter dito isso... — se move, desconfortável.

Deixa pra lá, sabedou de ombros e continuo minha caminhada.

Sem perceber, acabei indo em direção à sala master, do chefe, vulgo Erbet. Empurrei a porta de madeira com detalhes banhados a ouro e avistei o homem, com seus óculos de armação de dois mil euros, a escrever algo em seu computador portátil.

Entrei e fiquei andando de um lado para o outro, mexendo nas mercadorias das estantes e tocando alguns porta retratos com as fotos de mamãe.

Ela era lindao ser de trás opina.

Viro-me para ele e assinto, de cabeça baixa.

Mas foi você...

Ei, eu já sei o que vai dizer. Entenda que foi por impulso, sem querer... eu nunca mataria a mulher que mais amei na vida se estivesse sóbrio.

Isso não justificasentei na poltrona de convidados — Ela só queria o seu bem e o de todo mundo entrelaçei minhas mãos, acanhada.

Você ao menos sabe que Louise me traiu? — fechou a cara.

O encarei com desdém.

Quer mesmo acusar uma pessoa que nem está aqui para se defender? — aguardei resposta, nada — Ótimo, porque eu posso defender por duas.

Dei um soco na mesa que fez o café pular da xícara e dei as costas, bufando.

Fico feliz em ter vindo me ver.

Respirei fundo, já com a mão na maçaneta.

Não vim por você.

Sabe, deveria valorizar mais seu pai. Sou a única coisa que lhe restou aqui na Terra aumentou o tom.

Ainda de cara com a porta, engoli em seco. Era verdade, que família eu tenho? Amigos substituem parentes? Espero que a resposta seja sim.

Sem responder mais nada, atravessei o vão entre seu escritório e o saguão.

J-Hope

E onde é que eu entro nisso? — cruzei os braços, aguardando explicaçoes de Hyun.

Como você já sabe, Yunili é uma pedra enorme no nosso caminho.

Essa parte eu decorei, atérevirei os olhos.

O fato da namorada de Jimin estar observando e ouvindo nossa conversa, decorando nossas faces e falas, me intriga. Além de somente estar aqui.

Pequeno Hoseok, você precisa encarar seus medos... — deu três tapas em meu ombro.

Onde quer chegar? estava sentindo o início do desespero.

Precisa matá-la. Pensei que fosse mais esperto.

E ele se iniciou.

NÃO! — gritei.

O homem trancou o maxilar e Jungkook arregalou os olhos.

Quem te botou como superior, Hyun?! De quem são essas ordens?! — perguntei, desajeitado.

Ele riu.

Eu cumpri as minhas missões e colaborei com a gangue. Foi um mérito meu. Bem longe do que estás fazendo agora, moleque.

Prendam ela, façam alguma coisa! Não posso matar... não quero! — entrei em desespero, com minhas mãos brigando com meus cabelos.

Faça logo para subir de nível. Não vai doer em vocêtentava de todas as formas me convencer.

Tem que matar para subir na hierarquia? — Jungkook perguntou, aflito.

Acha mesmo que é uma boa hora para fazer perguntas, garoto? — o mais velho o encarou com uma feição nada agradável, o menor apenas negou freneticamente com a cabeça.

Que seja! Então serei para sempre um mero aprendizsuspirei e saí pela porta, a batendo com força em seguida.

The Mission • BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora