32- Está Se Sentindo Melhor?

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Mesmo sendo uma decisão difícil,  eu precisava tomá-la,  tenho péssimas experiencias quando se trata de "dar uma chance".
    - Como assim,  não?!  - ele pergunta assustado com a minha decisão
    - Eu não quero mais me machucar por alguém que não vale a pena.
    - America,  você está enganada,  está criando coisas em sua cabeça!  Eu não traí você!  Kriss estava te provocando,  não acredite em coisas que ela te diz!  - ele disse,  segurando meu rosto delicadamente.
    Mas poderia ser verdade,  não duvido nada que Kriss fez tudo isso de propósito.  Temos essa rivalidade desde que Celeste e Marlee saíram,  sei que ela é capaz de tudo para me deixar infeliz.
    - Me perdoe Brad...  Mas por enquanto,  me dê um tempo.  - digo com os olhos marejados
    - Esperarei o tempo necessário...  - Brad disse se dirigindo até a porta e antes de sair, se vira para mim e olha para o fundos dos meus olhos - Eu te amo!
    Nessa hora eu já estava com o rosto vermelho,  deitada na cama chorando.  Não conseguia pensar em mais nada além disso,  minha cabeça doía de tanto ficar confusa...  Eu não sabia se Kriss havia armado tudo isso ou Brad realmente me traiu.
    - Ames...
    - Tá tudo bem May,  irei ficar bem.  - digo tentando tranquiliza-la
    - Olha,  se você está indecisa do que realmente aconteceu,  aconselho você deixar Brad explicar tudo.  - ela disse
    - Mas ele pode simplesmente mentir.
    - Assim como Kriss pode mentir sobre tudo o que você viu. Ela pode ter tramado tudinho e está fingindo que eles tiveram algo.
    Me surpreendo como uma garotinha como May consegue ter tanta certeza sobre algo,  eu não era assim quando tinha a idade dela!
    - Como você sabe tanto?  - pergunto
    - É somente o que eu faria. 
    - A senhorita está parecendo uma adulta - digo sorrindo
    - Posso parecer fisicamente uma garotinha,  mas no fundo,  tenho alma de uma adulta.  - ela disse rindo
    - E por que estou falando com você sobre essas coisas?! Você deveria é estar curtindo seu tempo aqui no palácio! - digo
    - Tá...  Irei ver Tommy!  - ela disse com um sorriso largo
    - Se comporte em!  - digo e ela me mostra a língua antes de sair. 
    Como minha vida podia ser tão complicada?!  Parecia até que eu estava vivendo em um livro! Naquele momento eu me sentia solitária...  Queria que todo aquele inferno terminasse logo,  queria muito voltar para a Inglaterra e continuar com meus planos com Marlee e Celeste.
     - America, viemos alegrar seu dia!  - Lee entra como se estivesse desfilando,  me fazendo rir.
     - Que palhaçada é essa?  - pergunto,  ao terminar de rir.
     - Queriamos melhorar seu dia!  - responde
     Vejo que Cel está muito quieta,  ela não disse nenhuma palavra enquanto Marlee não parava de tentar me fazer sorrir.  Ela estava séria,  olhando sempre para o chão,  parecia sofrer.
     - Lee,  você não cansa de falar?  - pergunto,  após 30 min ouvindo ela falar direto.
     - Não seja grossa! 
     - Cel,  por que está tão calada?  - pergunto preocupada - Normalmente é você que sempre fala bastante.
     - Eu não estou muito bem hoje...
     - É por causa do Brad,  não é? 
     - O que?  Não!  Claro que não!  - ela disse,  não me convencendo.
     - Sério,  Cel.  Não precisa esconder isso de mim,  se realmente se importa com ele,  estou aqui para sempre te apoiar.
     - Você não entende America,  eu não posso continuar apaixonada por alguém que nem liga para mim.  Ele te ama e sei que ele não seria capaz de te trair. 
     - E como pode ter tanta certeza? - pergunto curiosa
     - Eu percebo,  basta isso.  Todos os dias,  quando vejo o quanto ele olha para você.  Isso já mostra o quanto ele está apaixonado.  Você pode não perceber isso,  mas eu percebo!  Você pode estar achando que ele é um canalha,  que não te amava e outras coisas,  mas na real,  isso tudo é da sua cabeça.  As pessoas merecem uma segunda chance,  tente dar a ele,  sei que não se arrependerá. 
      Eu já estava com os olhos marejados novamente,  achava aquilo tudo incrível,  Celeste,  a garota que judiava de mim na Seleção,  uma irritante. Está aqui agora,  como minha melhor amiga,  me dando um conselho para eu dar a chance para o garoto que ela gosta.  Se eu não tivesse conhecido essa "nova" Celeste,  juro que nunca acreditaria que isso um dia ocorresse. Não é do feitio da Celeste de antes.  Mas,  as pessoas mudam e isso é extraordinário.
     - Celeste tem razão.  - Marlee exclama,  quebrando o silêncio que estava presente naquele cômodo.
     - Eu ainda tenho medo
     - America,  eu sei que você já passou por coisas,  muito,  muito ruins.  Sei que o seu nível de confiança aos outros é muito baixo,  mas acredite,  se coloque no lugar dele... Como você ficaria caso ele não quisesse te dar uma chance?  - pergunta Marlee
      - Chateada.. eu acho... - respondo
      - Então!  Ele deve estar sentindo isso,  caso for realmente inocente. 
      - Eu tenho realmente que dar essa chance agora?  - pergunto querendo que elas neguem.
      - Não.  - solto um suspiro de alívio - Mas queremos que pense no assunto,  é importante!
      - Prometo que pensarei.  - digo e elas assentem.
      Quando se retiraram do meu quarto,  me levantei e fui até meu violino. Tocar era o que eu realmente precisava nesse momento de indecisão e tristeza,  acredito que a música é a melhor forma de se entreter.  Comecei a tocar algumas músicas antigas que vinham em minha mente,  escutar o som agudo do instrumento me fazia relaxar e toda aquela pressão parecia sair do meu corpo... O som me deixava aliviada.
        Quando acabei,  me senti melhor.  Eu estava com os olhos fechados,  imaginando uma vida perfeita,  sem problemas e ilusões,  até que minha mãe me tira desses pensamentos.
         - Vejo que seu talento ainda permanece. 
         - E por que não permaneceria?  - indaguei
         - Faz tanto tempo que não a ouço tocar,  que até pensei que tinha parado de vez.  - comentou
         - Eu nunca abandonaria isso,  é a única coisa que me faz sentir melhor...
         - Filha,  não acha melhor ir embora conosco? 
         Pensei por um momento, minha vida já estava acabada mesmo. Briguei com as duas pessoas que eu mais amava... Maxon e Brad... Minhas esperanças foram para água abaixo. Para quê eu continuaria aqui? Para sofrer?
Mas me lembrei de Tommy,  não posso deixá-lo nas mãos de Maxon e Kriss,  nem sei o que está acontecendo direito nesse palácio, o por que de Tommy sempre estar ferido fisicamente,  o casal conversando sobre um caso estranho.  Não posso deixar tudo isso de lado,  não serei egoista como a maioria das pessoas são.
          - Não,  não vou embora com vocês.
          - Mas America....  É o melhor a se fazer. Filha,  você ainda tem chance de ser feliz!  Não fique presa no passado!
          - Mãe,  eu não estou presa no passado!  - afirmo
          - Então,  siga logo em frente!  Estou preocupada com você,  não quero que A Seleção acabe com a sua vida.  - ela disse parecendo preocupada,  mas será que era mesmo? 
         - Eu decido o que eu quero fazer da minha vida,  mãe,  entendo que está preocupada comigo mas já vou dizendo,  não é necessário.  Sei o que estou fazendo e acredito que é o certo a se fazer. - digo parecendo uma verdadeira adulta madura.
          - Se algo de ruim acontecer,  eu avisei.  - ela diz emburrada e fecha a porta violentamente
          O que?  Ficou brava porque sou uma fracasso?  Eu já sabia que eu era uma vergonha para a minha família, mesmo não dizendo eu sabia que ela queria que o príncipe tivesse me escolhido.  E agora que não escolheu,  acha que sou um "nada"...agora me sinto um verdadeiro lixo.
           Alguém bate na porta e entra, mas mesmo assim continuei encolhida na cama sem nenhuma vontade de ver quem era. Apenas senti um peso no móvel,  como se tivesse se sentando.
           - Não quero que percamos nosso tempo discutindo,  por favor,  podemos ficar em paz pelo menos hoje?  - Maxon pergunta com sua voz suave e doce.
           Abro lentamente os olhos,  que fixam instantaneamente aos dele.  Queria poder passar milhares de anos olhando para aquele rosto de anjo que me fazia sorrir toda vez que o via.
      - Te darei uma brecha.
      - Pensei que me xingaria ou coisa do tipo, bem.. Isso foi um pouco inesperado.
      - Idiota - resmungo rindo
      - Eu sei...  Sou um grande idiota.  Admito isso. Eu não sei da onde saiu aquela raiva que senti,  não sei o que deu em mim...  É dificil explicar...
      - Não, por favor.  Falamos disso depois...  Só... me abraça - peço e logo ele chega mais perto de mim e me envolve em seus braços que me passam todo o amor que eu precisava. 
      - Está se sentindo melhor? - ele pergunta
      - Muito - afirmo sorrindo e me aconchegando em seu caloroso abraço.
          

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