Seguindo O Destino

36 - A Pista

Passei dias e dias andando de um lado para o outro. Não conseguia parar de pensar o que poderia ter acontecido com eles, eu estava mal pelo meu pai... Já havia se passado 1 semana, mas ele fazia tanta falta que aquilo ainda era muito recente para mim.
- Ames! - Marlee me chamou - Precisamos conversar antes que Celeste chegue.
Ela me puxou para dentro da biblioteca, trancou a porta e verificou se havia alguém ali.
Lee ficou em minha frente e começou a me encarar, sem dizer nenhuma palavra.
- Dá para falar alguma coisa? - pergunto, já irritada
- Certo, sei que ainda não é o momento para isso mas... Se esperarmos muito tempo, pode ser tarde de mais.
- Lee, o que aconteceu? Seja direta!
- Eu e a Cel estavamos arrumando as coisas do escritório do Rei Clarkson e achamos algo intrigante...
- E o que seria?
- Um...
Até que alguém começa a bater na porta, milhares de vezes.
- Quem está ai? Sabiam que funcionários não podem se trancar nos cômodos da casa? Inúteis! - Kriss grita
Lee destrancou a porta, corremos entre as estantes e nos agachamos num cantinho para que ela não nos visse.
- Criado inútil! Cadê você? Eu exijo que apareça agora! Não é por que Maxon não está, que vocês podem fazer o que bem entendem... - disse com sua voz irritante
O som de seu salto ecoavam na sala, e cada vez parecia estar mais próximo de nós.
Ela estava se aproximando da fileira onde estávamos escondidas, até que por deus ela parou.
- Ah, quer saber? Não to afim de brincar de esconde-esconde! Vão se ferrar! - Resmunga e sai batendo a porta agressivamente
Suspiramos.
- Ufa... Essa foi por pouco! - digo
- É melhor sairmos daqui... Vai que ela resolve voltar com guardas.
- Verdade!
Assim, saímos. Fomos chamadas para jantar então não deu tempo para continuarmos a conversa, eu precisava saber o que haviam descoberto e pelo que Lee havia dito, era algo importante.
Quando cheguei a sala de jantar, todos estavam comendo silenciosamente e Kriss parecia normal. Não sei por que, mas ela não parecia nada preocupada com o desaparecimento do seu noivo, parecia até feliz com isso... Maxon foi tão cego que me surpreendo a cada dia.
Mas não posso julgá-lo, ele pode estar passando por dificuldades agora... Se ele não estiver morto...
- America, você está bem? Parece preocupada... - Cel pergunta
- Estou preocupada... E se eles não estiverem com vida? Eu estou com medo...
- Não pense nisso! Vamos ser otimistas, tenho certeza que acharemos eles...
- É o que eu espero...
Subi para o meu quarto e do nada comecei a chorar, isso era muito bipolar dá minha parte, mas era um sentimento que eu não podia evitar. Eu tinha muito afeto ao Brad, ele era alguém muito especial para mim. E Maxon... Ele tem um grande lugar no meu coração, eu não consigo imaginar minha vida sem ele... Mas pensar que talvez ele nunca volte... Era algo que doía muito...
Lee entrou correndo no meu quarto e disse:
- Certo, vamos logo com isso! Ames, achamos um cartão de um centro psiquiátrico em uma das gavetas do escritório... Isso pode ter alguma coisa haver com os problemas deles, pode ser alguma vingança. Sabe como Clarkson tinha muitos inimigos...
- O que? Vocês acharam mais coisas? - pergunto
- Não deu tempo para mexermos mais nos documentos.
- Lee, isso pode ser uma grande pista para tudo!
- Mas qual seria essa pista? Pensa, poderia ser um convite de algum amigo...
- Eu preciso achar mais coisas... Precisamos voltar para aquele escritório! - digo confiante
- Que tal agora? Aproveitamos que todos já estão em seus quartos.
- E a Cel? Chamamos ela?
- Ela ficará brava comigo se descobrir que te contei sem avisá-la.
- Certo, então vamos só nós duas.
Saímos silenciosamente em busca de mais informações sobre o sequestro. Era algo muito estranho, porque somente poucos guardas estavam em busca deles... Kriss não ta nem aí.
- Lee, cuidado! - sussurro e puxo-a para trás de uma mesinha do corredor, ao ver um guarda em seu turno. Se ele for um daqueles que estão a favor de Kriss é possível ele contar para ela e nossa descoberta ir para água a baixo.
- Meri, quero que isso acabe logo...
- Vai acabar. - afirmo
Ao se distanciar, voltamos a seguir até o escritório. Quando chegamos, tudo estava escuro, Lee trancou a porta enquanto eu ligava a luz.
Aquele escritório me dava calafrios, eu lembro da época em que eu e Maxon viemos para cá e encontramos a certidão de nascimento de Tommy e Brad, foi a partir daí que conseguimos descobrir um dos segredos da família Schreave.
- Ames? Ta perdida ai? - pergunta me tirando dos meus devaneios
- Ah, sim... Só estava com uns pensamentos na cabeça.
Começamos a remexer em tudo, abrindo gavetas, armários, pastas... Em tudo que você poderia imaginar.
Até que depois de uma hora, encontrei uma caixa azul... Era velha e empoeirada. Chamei Lee para ver junto comigo, não fazia ideia do que poderia ter ali dentro. Ao abrirmos, demos de cara com uma folha de papel dobrada duas vezes ao meio e uma pequena coroa em cima.
- O que isso pode significar e de quem é isso? - Lee me perguntou enquanto analizava a pequena coroa.
- Isso é uma coroa real. - respondo o óbvio.
- Isso eu sei né! Mas o que significa?
- Não sei... - digo pegando o papel dobrado.
Abri a folha e me deparei com um belíssimo desenho, era bem real. Parecia os desenhos que eu fazia em casa, porém bem melhores.
- O que tem aí? - pergunta pegando a folha de minha mão - Uau... Nossa...
Era a família Schreave, todos reunidos. Haviam dois tronos, a rainha Amberly e o Rei Clarkson estavam neles. Enquanto provavelmente Tommy estava no colo dela. E dois garotinhos de quase a mesma idade, um do lado do Rei e o outro do lado da Rainha. Agora, eu não conseguia destinguir quem era quem.
- Qual dos dois é quem? - Lee me perguntou tão confusa quanto eu.
- Eu não faço ideia, os dois são tão parecidos...
O problema era que... Na foto, um dos meninos tinha um enorme "X" marcado em seu rosto... Era o do lado do Rei. Mas a pergunta era... Quem faria isso? E por que fariam isso? O próprio Rei?
Eu precisava ter contato com alguém que tivesse estado na época em que Maxon e Brad eram menores. Mas pelo que eu soube, as únicas pessoas eram os próprios pais.
- Isso já é um grande passo. - Lee comentou
- Sim... Seja lá quem quer os dois. Preciso descobrir quem é esse com a cara riscada.
- Ames, não acha que ainda temos uma chance para descobrirmos o que aconteceu nessa época? Alguém que ainda está vivo...
- Quem? - penso um pouco - Ah meu deus, Tommy!
Saímos correndo, levando a caixa junto. Mesmo Tommy sendo um bebê na foto, talvez alguém possa ter contado o que aconteceu.

POV: Homem

- Mas que burra! - gritei para a mulher

- Ah então agora eu tenho culpa se não penso igual a você?! - Ironicamente peguei uma xícara - O que é isso?

- Xícara - me respondeu - Aonde você quer chegar com isso?

- O motivo de tudo isso é mostrar para você que pensa sim, igual mim.

- Não, isso é o óbvio! Você é um tremendo idiota!

Minha vitima começou a parecer gritar, mas como se quisesse protestar sobre algo. Mas sinceramente... Eu estava sem paciência! Então dei-lhe um empurrão para a cadeira e ele se calou.

- Bom mesmo você ficar quietinho. - eu disse irritado com sua voz.
- Raiva de mim não vai levar você a lugar nenhum. - minha vítima respondeu
- As vezes sim, você é uma das piores e mais nojentas pessoas que conheci.
- Dai-me paciência... Sério mesmo? Eu nem conheço você, não faço ideia de quem você seja.
- Uau, fico impressionado com sua burrice. Juro que pensei que fosse mais inteligente... Afinal, não era o queridinho?
- Olha nem sei do que você está falando... O que você quer de mim? - me pergunta
- Eu vou tirar tudo de você! - gritei - O seu amor, o seu dinheiro, o seu cargo, a sua felicidade.
- Por favor não machuque a America... Ela não nada haver com os meus problemas.
- Não seja ingênuo, sei que não se importa muito com aquela garota estúpida.
- Me desculpa entrar no meio da conversa, mas ela é uma estúpida mesmo! - minha companheira disse.
- Eu... Não... Pedi... A... Sua.. OPINIÃO! - gritei com ela - Você não sabia que é falta de respeito? Não aprendeu na época que esteve aqui tendo aulas com a Silvia?!
- O que? - o garoto perguntou confuso - Aulas com a Silvia? Por acaso ela foi uma selecionada?
Me mantive em silêncio e graças a deus ela fez o mesmo. Eu acabei de lhe dar uma pista e ainda por culpa dela... Mereço...
- Sim, ela foi uma selecionada. - digo
- E ela foi para a Elite? - perguntou tentando me tirar mais informações
- Olha, se você acha que sou burro. Não sou! Sei que está tentando saber mais sobre ela - digo apontando para a mulher - Mas não vai conseguir mais do que isso, agora cale a boca que contarei um bela história de terror...
Dei um soco em seu rosto e colocamos uma pílula de anestesia nele. Assim, ficaria um bom tempo calado. Para agirmos sem nenhuma falha.
- Ele vai ficar assim por quanto tempo? - ela me perguntou enquanto lixava suas unhas.
- Uma hora. - digo - É um bom tempo, não? Você consegue fazer tudo em uma hora?
- Claro, só espero que a Vadia não esteja lá.
- Não estará, disso eu tenho certeza. - respondo com confiança
Ela saiu e fiquei sozinho com a minha vítima anestesiada. Olhei fixamente para aquele rosto que me dava tanto nojo.
- Você pagará por tudo que fez, eu terei tudo! E você estará debaixo da terra... MORTO!

"Ei, você!
Isso mesmo, você ai que está me observando e vendo cada plano que faço. Acha mesmo que são inteligentes o bastante para me desmascarar?!
Há há há, isso parece até uma piada!
Acredito que estão muito curiosos para saber quem sou, e se é segredos revelados que querem... É isso que terão

Estão convidados para o show, o meu show!

Em breve, todas suas teorias estarão no lixo e minha vitória será comemorada!

Se acham mesmo que sabem quem eu sou, coloque nos comentários suas hipóteses... Vamos ver aqui quem é o verdadeiro detetive.

E preparem seus corações, que serão terrivelmente despedaçados ao ver a morte de alguém querido(a).

Adeus,
XXXXXXX "