35- Ele se foi...

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    - Kriss - Maxon tenta dizer algo mas ela o interfere
     - Não Maxon,  eu não vou te culpar de nada. Eu sei que foi a Cinco que estava tentando te beijar - ela disse se virando para mim - Acho que está um pouco desinformada,  Maxon vai se casar comigo e não com você!
     "Veremos" - pensei
     - Não entendo o porque acha que estou com medo que me veja beijando America.  - disse - Não foi você que foi pega no quarto do meu irmão? 
     - Meu príncipe,  quantas vezes tenho que dizer que não aconteceu nada lá? 
     - Não precisa dizer,  porque eu vi.
     - Pare de bobeira,  amor,  sabe que eu nunca te trairia...
     - Não duvido nada. - rebate e de repente os olhos de Kriss parecem pegar fogo de raiva
     - Quer saber?  Não preciso dar justificativas para você, não estou com nenhum peso na conciência,  porque eu não te traí!  - disse e logo se retirou batendo os pés no chão fortemente.
     Ao anoitecer algo estranho aconteceu,  não havia sinal de ninguém no palácio.  Tudo estava no maior silêncio,  guardas, criadas, minha família,  Kriss,  Marlee,  Celeste, Tommy, Brad e Maxon...  Ninguém estava em nenhum lugar.
     Até que toca um sinal,  parecia um alerme e um enorme portão se abre e todos correm.  Vejo Lee correndo em minha direção e ela me segura pelo braço.
      - Lee,  o que está acontecendo?  Onde estavam?  - pergunto atordoada
      - Ames,  agora não tenho tempo para explicar.  Precisamos achar o abrigo mais próximo possível.
      Corremos muito até virarmos para a direita e encontrar um abrigo em baixo de um quadro do Principe Maxon.
      Entramos e nos sentamos no chão ofegantes.
      - Agora pode me contar? 
      - Ames,  algo de ruim está acontecendo...
      - Lee,  disso eu sei.  Olha o caus que estava aqui!
      - Não,  você não entendeu. Uma dupla assassinou muitas pessoas aqui... Eu já não sei mais quem está vivo...
      - O que?  Mas como? 
      Espera...  Minha família...  E se estiverem todos mortos? 
      - Mas quem faria essa barbaridade?  - pergunto aflita
      - Não faço ideia, Ames,  só sei que isso está me dando muito medo.
      Nós duas estavamos encolhidas no canto do abrigo,  guando a porta se abre e alguém entra.  Como estava tudo escuro,  não conseguia ver quem era. 
Senti a pessoa se aproximar.
       - America?  - era uma voz de criança...  A voz de Tommy!
       - Ah meu deus,  Tommy,  você está vivo!  - digo abraçando sem ao menos vê-lo
       - Sim...  - ele disse com a voz falhada
       - Tommy...  O que aconteceu? 
       - Nada...  Não aconteceu nada.  Só estou preocupado com May.
       - Ei, calma...  Aposto que ela está segura em algum abrigo.  - digo tentando me convercer também.
       - Tomara...
       Passamos horas e horas dentro do abrigo escuro,  não havia sinal de nenhum guarda para nos tirar daqui.  Parecia que ficamos lá por uma eternidade.  Até que alguém surge e abre a porta,  fazendo entrar uma claridade tão grande de luz,  que meus olhos doiam só de ver.
        Ele nos ajudou e nos levou até o salão de jantar,  onde consegui ver muitas criadas chorando nos cantos da sala.  Comecei a procurar junto a Tommy minha família,  até ver minha irmã e minha mãe sentada no chão chorando desesperadamente.  Chegamos perto correndo e consegui ver o motivo de tanto choro,  meu pai estava no chão todo ensanguentado,  seu rosto estava pálido e o rosto gélido.  Na mesma hora percebi o que havia acontecido...  Eu havia perdido meu pai...  Perdido para sempre...
        Lágrimas começaram a escorrer repentinamente em meu rosto,  me fazendo sentar perto dele,  assim como elas,  e chorar muito.  Tommy estava ao lado de minha irmã,  dizendo algo em seu ouvido e abraçando-a. Aquilo parecia um tremendo inferno...
         - Mãe.. Como isso aconteceu? - pergunto tentando conter o choro
         - Seu pai foi esfaqueado... Sete vezes por um dos assassinos. 
         - Mas por que fariam uma coisa tão brutal?  Papai nunca tinha inimigos....
         - Realmente não sei... Mas agora não há o que fazer...  Ele se foi.
  - Me diga que isso é um pesadelo... Porque quero acordar...  - digo
     - Infelismente isso é a realidade,  acredite,  também queria acordar...
     Nós ficamos assim,  abraçadas.  Não importava o que passamos, se estávamos brigadas.  Aquele momento a paz prevalecia, a paz por alguém que amávamos...  A paz pelo papai. 
     - America!  - Celeste apareceu correndo em minha direção,  seus olhos estavam inchados e vermelhos.
     - Celeste!  - me levantei rapidamente e nos abraçamos.
     - Pensei que os assassinos te matariam! - ela disse
     - O que fizeram com seu olho?  Está todo vermelho...  - digo preocupada enquanto pego um lencinho para limpar as lágrimas.
     - Sequestraram Brad... Na verdade era para mim ser levada,  mas ele me salvou... Tentei impedir de levá-lo mas levei um soco no olho e agora não consigo mais achá-lo.
      - Calma Cel... Vamos encontrar ele. - tentei acalmá-la, mas na verdade.  Eu também estava muito preocupada... Havia brigado com ele esses dias e se ele morresse...  Eu ficaria muito mal.
      Quando tudo se acalmou e as vítimas do ataque foram levadas para a área hospitalar. Fomos atrás de Brad, o assassino levou ele provavelmente para eu encontrá-lo,  então se é isso que ele quer...  É isso que terá.
      Fui em direção ao meu quarto e em cima da escrivaninha avistei uma carta...  Ela estava no meio dos meus livros e assim que peguei,  reconheci pela letra.
       " America,
         Se você estiver lendo essa carta, é porque não estamos juntos. Provavemente está magoada,  mas acredite,  por esse pouco tempo que passamos juntos nunca esquecerei dos seus beijos e abraços. Você é a primeira e a única mulher que irei amar,  não há mais ninguém nesse mundo que possa ser mais perfeita que você.  Mas acho que mesmo tentando provar que não te traí,  você não acreditaria em nenhuma palavra que eu dissesse,  então talvez seja melhor assim. Um relacionamento não é um relacionamento quando não há confiança entre si. Sei que ama Maxon,  é evidente isso.  Talvez nunca me amou de verdade,  esteve esse tempo mentindo para mim...  Mentindo para você mesma. Sinto muito por não ter te dado a confiança que necessitava, talvez realmente seja o destino estarmos separados. Mas fique sabendo que sempre irei te amar,  sempre estará em meu coração. Não te deixarei a nenhum momento,  farei de tudo para mantê-la por perto,  te protegerei, mesmo que eu precise fazer coisas impossiveis...  Tudo por você.
                      E.U.  T. E.   A. M. O.
            
                                          Bradley Schreave"

       Será que eu estava equivocada sobre tudo que pensei que Brad pudesse ter feito?  Fui egoista em não ter deixado explicar,  mas por tudo que passei,  fiquei com medo do que ele poderia dizer....  Já ouvi tantas mentiras... Muitas pessoas me magoaram e ele poderia ter feito o mesmo comigo,  mas ele também poderia estar sendo honesto e dizendo a total verdade...  Isso batucava em minha cabeça,  será que o assassino deixou isso para que eu ficasse desse jeito?  Era um truque?  O que ele queria comigo? 
        - Senhorita! - um dos guardas me chamou.
        - Sim - respondi,  rapidamente guardando a carta entre os livros.
        - Sua mãe e sua irmã estão indo embora, decidiram ir mais cedo.  Parece que estão chocadas com tudo que ocorreu hoje... - ele disse
        Saí do quarto e desci as escadas,  até me encontrar com minha mãe e minha irmã na porta da entrada do palácio.
        - Ainda tem cinco minutos para mudar de ideia,  filha.  - minha mãe me disse,  segurando em meu ombro.
        - Mãe,  não irei sair daqui até encontrar Brad.  - digo tentando não mostrar medo.
        - Sabe como aqui é perigoso...  Pode acontecer mais ataques e... 
        - Ficarei bem...  Prometo.  - digo abraçando-a e dando um beijo em sua testa.
        Me virei para May e ela estava abraçada com Tommy. Os dois pareciam estar chorando,  era emocionante e doloroso ver essa cena... Duas crianças que já tinham sentimentos fortes um com o outro. 
         - Promete que sempre mandará cartas?  - ele a pergunta
      - Tommy,  eu prometo.  Espero que nos encontremos logo novamente...  Sentirei saudades. - ela o responde,  dando um beijo em sua bochecha rapidamente e logo depois vindo em minha direção.
      Respirei fundo e tentei não chorar, mas a situação era difícil.  Pensar que papai não estaria em casa cuidando da família...
      - Ames?  Ficará bem? Estou muito preocupada com tudo que está acontecendo aqui,  até avisei a Tommy para qualquer coisa m...
     - Ei,  May!  Eu estou bem!  Isso é normal aqui... - digo tentando colocar isso em minha mente - Esses tipos de ataques...
     - Ames,  mas eles possuem algum propósito para atacarem e tenho medo que o motivo tenha você no meio... Papai faleceu,  Brad e Maxon desapareceram...  Isso é preocupante! 
     - Darei um jeito nisso, procurarei ajuda das meninas...  Preciso descobrir o que está acontecendo! 
     - Certo...  Se cuide,  irmã.  - ela disse enquanto me abraçava fortemente - Mantenha-se firme!
     - Cuide da mamãe... Por mim.  E diga a Gerad que sinto muita falta dele.
     As duas entram em um carro luxuoso do palácio e vão embora acenando para mim.
      Ando em direção ao salão das mulheres e encontro Marlee e Celeste sentadas conversando em cochichos.
      - America... - Marlee começa,  mas Celeste a interrompe dando um tapa forte em suas costas - Ai!
      - Não é nada,  Marlee não está muito bem hoje. - tenta me convencer
      - Cel,  seja lá o que precisam me dizer,  digam logo.  Eu preciso de informações para descobrir o que tá acontecendo aqui!
      - Acho que melhor você saber na hora certa... Acredito que esse não é o momento...
      O que elas queriam me dizer? Provavelmente aquilo não era nada bom...
      
     
    
     
    
   

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