A Criança Da Profecia

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Freya

   Eu ainda estava confusa sobre o soco que eu dei naquele garoto quando AQUILO começou, eu não sei bem o que era. O chão começou a tremer e eu teria caído se o Soluço não tivesse me segurado. Estou começando a achar que fui muito mal educada com ele...

   Beowuf disse para ficarmos ali. O Vigia e a garota que veio com ele (ela é tão bonita mas tem um jeito de moleque!) abriram a janela e nós podemos ver o caos lá fora, pessoas correndo e gritando, telhados dos chalés sendo arrancados com a força da água como redemoinhos... Eu nunca tinha visto isso na Ilha, ela era tão calma e tranquila, e derrepente vira um confusão... O que estava acontecendo?

   Ficamos lá dentro do chalé sem falar nada, pelo que pareceram horas, até que os pais de Fridda chegaram, ela correu abraça-los. Ambos os pais choravam. Senti nessa hora vontade de chorar também... Onde estaria os MEUS pais?

   Eles ficaram assim por alguns momentos até dizerem que era melhor nós irmos para o templo, era lá que todos estavam se refugiando. Ao chegarmos lá vimos muitas pessoas chorando e dizendo que suas casas foram destruídas, mas ninguém sabia o que estava acontecendo. Então Beowuf pediu a atenção de todos.

-Meus irmãos e irmãs, há muito tempo que algo assim acontece com o nosso povo, os dragões sempre causaram sofrimento para o nosso povo, e isso está se repetindo.

   Todos começaram a murmurar entre si questionando o que aquilo queria dizer.

-Mas os dragões não podem nos atacar aqui!

-Nós demos um fim a guerra anos atrás!!!

-SILÊNCIO!!!!-Todos se silenciaram- Snawater é o descendente do dragão que meu antepassado Beowuf matou, ele esta se vingando a nossa única esperança é a criança da profecia.

   Um silêncio assustador invadiu o templo. Beowuf soltou as ultimas palavras bem rápido para não perder a coragem, eu olhei para Soluço e ele parecia estar pensando o mesmo que eu.


   Uma criança, que mudaria tudo... Acabaria com o dia tenebroso... Eu sabia o que fazer.

-Onde está Snawater?- Eu gritei para Beowuf ganhando o olhar de todos ali presentes.

-Ele está perto do Arsenal De Armas.

   Eu apenas chamei o Vigia, ele perguntou o que eu estava fazendo, mas eu não disse nada. Eu também não sabia o que estava fazendo.

   Soluço foi atrás da gente e segurou o meu braço, fazendo com que meu corpo gelasse.

-As... Freya, você não pode fazer isso! É muito perigoso...

-Eu preciso fazer isso.

-Então eu vou com você - Eu olhei em seus olhos e vi que aquele menino teimoso gostava muito de mim, e eu gostava muito dele, apenas sorri, feliz por ter alguém conhecido, alguém com quem eu podia contar.

   E assim nós fomos, ao sairmos do templo ouvimos os gritos de protesto, Beowuf não tinha o direito de ter escondido aquilo das pessoas, elas passaram suas vidas inteiras correndo perigo e nem faziam idéia. Elas estavam com medo, Beowuf estava. E eu também. Meu coração estava acelerado, não sabia o que fazer ou o que estava fazendo. Só sabia de uma coisa. Eu era a criança da profecia.

Até O LimiteOnde histórias criam vida. Descubra agora