A Queda (Snawater)

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Snawater

Eu estava tentando fazer com aqueles humanos cruéis pagassem pelo que fizeram comigo, com meus antepassados, com todos os dragões que existiam.

Há eras nós lutavamos por liberdade, mas ainda assim nunca conseguimos totalmente, eu tinha por volta de cem anos apenas quando me prenderam no fundo do mar, me obrigando à criar oxigênio. Eu sofria sozinho, pela morte recente de todos meus familiares, que foram mortos. Fiquei esperando, por séculos, para finalmente ser libertado, por alguém que não contarei quem, devo muito à essa pessoa, mesmo sendo um humano. Eu saí de lá e pude começar minha vingança, chamei todos os dragões num raio de 1.000 milhas de distância.

A verdade é que eu sabia que a menina Astrid não me faria mal, nem ela nem o outro garoto, Soluço. Mas em nome de todos os dragões eu tinha que fazer aquilo. Quando o Fúria Da Noite resgatou-os eu fiquei muito surpreso, nunca vi um dragão ser amigo de um humano e vice versa. Queria ter tido essa oportunidade, assim não teria que fazer mal à ninguém.

Fui atrás do menino, joguei fogo no seu caminho, mas tomando um certo cuidado de não acerta-lo e nem ninguém.

Quando vi o Fúria Da Noite vindo em minha direção e Soluço gritando em cima dele para chamar minha atenção, joguei fogo, com medo de que ele não conseguisse desviar. Eu não queria realmente fazer mal à ninguém, principalmente à ele que não havia feito nada para mim, ele era até amigo de um dragão! Mas então eu me lembrei de todos os humanos que me prenderam, todos aqueles que mataram, um por um, todos àqueles que conhecia. Se dragões chorassem, eu com certeza estaria chorando naquela hora. Voei com toda velocidade até eles e cuspia fogo com toda força que tinha.

Eles rumaram para o mar, e eu nem conseguia racionar o que estava fazendo, só sabia que tinha que matar, matar quem me fez sofrer, toda aquela raça... Humanos... Eles tinham que pagar.

Quando vi o que acontecerá era tarde de mais, já estava afundando no fundo do mar. Eu poderia simplesmente subir de volta, mas eu sentia que era mais fácil ficar ali. Morto eu não faria mal à ninguém, não teria raiva, não teria que sofrer e nem ver ninguém sofrer, ordenei que os dragões fossem embora e continuei a afundar, neste momento uma gota de água salgada escorreu de meu grandes olhos e se misturou à água do mar, eu finalmente estava livre.

Até O LimiteOnde histórias criam vida. Descubra agora