18 - De mal a pior

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Dois dias se passaram desde a visita de Ross. Muitos de nós ainda estavam estranhos, e o relacionamento interpessoal do grupo continuava um pouco tenso. Eu me mantive quieta durante esse tempo, ignorando o fato de que Steve ainda não tinha entrado em contato comigo, e sem tentar fazer qualquer um dos indecisos assinar o maldito tratado.

Encontrei Natasha na sala de estar, perto da meia noite.

-Justamente quem eu queria encontrar. Olha o que eu tenho aqui, ruiva. Achei num posto de conveniência e lembrei de você.

Tirei do saco uma garrafa de vodka com um rótulo azul escrito "Natasha". A outra sorriu e veio até mim.

-Uma homenagem a lá Stark. Mas não costumo beber sem um motivo.

-Bebe comigo senão eu vou enlouquecer – peço.

Natasha pega a garrafa e abre, procurando dois copos na copa.

-Você não enlouquece com frequência. Tudo isso por causa do Tratado?

-Não, com o Tratado eu posso lidar.

-Hum... Problemas no paraíso? – diz me entregando um dos copos.

-O paraíso é o último lugar onde vivemos agora – bebo – Meu casamento deixou de ser uma parceria e virou uma sociedade. E meu filho percebeu isso antes de mim.

-Conversa com o Steve. Tenho certeza de que ele vai te ouvir.

-Ouvir ele vai. Se vai entender são outros quinhentos. Sabe uma coisa que eu aprendi no último ano? Steven Rogers consegue ser mais teimoso do que eu. E eu achando que o Tony era cabeça dura...

-Ele é – afirma.

-É, mas ele escuta. Tudo bem que na maioria das vezes ele faz o que ele quer de qualquer forma, mas ele pode ser convencido com os argumentos certos. Steve não – faço uma longa pausa – Acho que ele pensou que eu fosse ficar do lado dele sem pestanejar.

-Porque você sempre fica – ela diz – Todo esse tempo fez o que ele pediu, exatamente como pediu. Se Steve diz "vamos", você vai. Sem pestanejar. Aposto que se ele tivesse pedido pra manter o cabelo ruivo, você teria feito.

-Ele costumava estar certo.

-E o que garante que ele está errado agora?

-Nada. Mas ele não deve esperar que eu não tenha opinião própria. Ele dizia ser apaixonado por mim porque eu tinha atitude.

-Vai ver é isso que está errado. Você meio que deixou de ter.

Maneio a cabeça pra um lado e pra outro, ponderando. Pego a garrafa para encher meu copo de novo, mas Natasha a tira do meu alcance.

-A terapia acabou. Vamos pegar um voo em uma hora, mantenha-se acordada até lá. São sete horas de viagem, e não quero você de ressaca quando aterrissarmos.

-São nove horas até Viena – corrijo.

-Não vamos pra Viena, vamos pra Londres.

-Fazer o que em Londres?

-Tentar convencer seu marido mais uma vez.


Londres, Inglaterra – quase nove horas depois.


-Eu ainda estou tentando descobrir o porquê de você saber onde ele está – digo, enquanto estamos entrando em uma igreja.

-Ele me contou. Por alguma razão vocês dois confiam muito em mim – Natasha responde com um sorriso.

O clima na igreja era abafado e triste. Enxerguei Steve sozinho encostado em um banco perto do altar. Nem notou que estávamos ali na porta.

Pequena Stark IIOnde histórias criam vida. Descubra agora