Dois dias se passaram desde a visita de Ross. Muitos de nós ainda estavam estranhos, e o relacionamento interpessoal do grupo continuava um pouco tenso. Eu me mantive quieta durante esse tempo, ignorando o fato de que Steve ainda não tinha entrado em contato comigo, e sem tentar fazer qualquer um dos indecisos assinar o maldito tratado.
Encontrei Natasha na sala de estar, perto da meia noite.
-Justamente quem eu queria encontrar. Olha o que eu tenho aqui, ruiva. Achei num posto de conveniência e lembrei de você.
Tirei do saco uma garrafa de vodka com um rótulo azul escrito "Natasha". A outra sorriu e veio até mim.
-Uma homenagem a lá Stark. Mas não costumo beber sem um motivo.
-Bebe comigo senão eu vou enlouquecer – peço.
Natasha pega a garrafa e abre, procurando dois copos na copa.
-Você não enlouquece com frequência. Tudo isso por causa do Tratado?
-Não, com o Tratado eu posso lidar.
-Hum... Problemas no paraíso? – diz me entregando um dos copos.
-O paraíso é o último lugar onde vivemos agora – bebo – Meu casamento deixou de ser uma parceria e virou uma sociedade. E meu filho percebeu isso antes de mim.
-Conversa com o Steve. Tenho certeza de que ele vai te ouvir.
-Ouvir ele vai. Se vai entender são outros quinhentos. Sabe uma coisa que eu aprendi no último ano? Steven Rogers consegue ser mais teimoso do que eu. E eu achando que o Tony era cabeça dura...
-Ele é – afirma.
-É, mas ele escuta. Tudo bem que na maioria das vezes ele faz o que ele quer de qualquer forma, mas ele pode ser convencido com os argumentos certos. Steve não – faço uma longa pausa – Acho que ele pensou que eu fosse ficar do lado dele sem pestanejar.
-Porque você sempre fica – ela diz – Todo esse tempo fez o que ele pediu, exatamente como pediu. Se Steve diz "vamos", você vai. Sem pestanejar. Aposto que se ele tivesse pedido pra manter o cabelo ruivo, você teria feito.
-Ele costumava estar certo.
-E o que garante que ele está errado agora?
-Nada. Mas ele não deve esperar que eu não tenha opinião própria. Ele dizia ser apaixonado por mim porque eu tinha atitude.
-Vai ver é isso que está errado. Você meio que deixou de ter.
Maneio a cabeça pra um lado e pra outro, ponderando. Pego a garrafa para encher meu copo de novo, mas Natasha a tira do meu alcance.
-A terapia acabou. Vamos pegar um voo em uma hora, mantenha-se acordada até lá. São sete horas de viagem, e não quero você de ressaca quando aterrissarmos.
-São nove horas até Viena – corrijo.
-Não vamos pra Viena, vamos pra Londres.
-Fazer o que em Londres?
-Tentar convencer seu marido mais uma vez.
Londres, Inglaterra – quase nove horas depois.
-Eu ainda estou tentando descobrir o porquê de você saber onde ele está – digo, enquanto estamos entrando em uma igreja.
-Ele me contou. Por alguma razão vocês dois confiam muito em mim – Natasha responde com um sorriso.
O clima na igreja era abafado e triste. Enxerguei Steve sozinho encostado em um banco perto do altar. Nem notou que estávamos ali na porta.
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Pequena Stark II
FanfictionUm ano e meio na Hidra banhando sua vida em suor e sangue. Nicolle Murray não criava expectativas sobre coisa alguma e nem precisava delas, sabia que não tinha escolhas. Era uma soldada exemplar, até que seu melhor (e único) amigo é forçado a esquec...