Capítulo 2 - Atração

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    Gisele o observou,  perplexa. Ele acabara de insinuar que ela o pertencia? Sua única reação foi rir de nervoso.

O tal Lucian voltou a agarra-la, levantando-a e colocando ela em cima do cavalo, subindo e se acomodando atrás dela. Todos os homens fizeram silêncio, mas ela podia sentir que olhavam com escárnio para ela através das viseiras dos elmos. A comitiva empreendeu movimento, apressada. Logo eles ultrapassariam a fronteira e ela estaria em Westphalen, na melhor das hipóteses trabalharia nos estábulos da casa do homem que ela nem mesmo sabia a aparência. Pelo menos teria comida e um teto sobre sua cabeça.

Cavalgaram ainda durante longas horas, a chuva se intensificava quando finalmente chegaram a fronteira. A enorme ponte que cruzava um rio violento e caudaloso. Em cada extremidade dela um enorme portão feito com estacas de troncos de árvores. Gisele sentiu o coração bater mais forte. Nunca havia viajado para tão longe assim, quem dirá atravessar a ponte, saindo de Ashford! Com um sinal de seu captor o primeiro portão foi aberto e em seguida o segundo. Ao atravessarem a fronteira nada parecia diferente. A mesma estrada enlameada cercada pelas mesmas árvores de folhas grossas e escuras. Mas a aura do lugar ela diferente. O território inimigo parecia para ela ainda mais sombrio agora.

A noite já começava a cair quando eles finalmente chegaram até uma estalagem. Pareciam velhos conhecidos do homem que aparentemente era o dono do lugar, pois foram todos recebidos calorosamente. O velho a notou mas fingiu desinteresse, provavelmente alerta de que nada deveria comentar.

- Sir Galahad! - o velho começou. - Sejam bem vindos! Deve ser bom voltar pra casa após tanto tempo naquele lugar selvagem!

O cavaleiro que a aprisionada assentiu ao descer e retirar também ela da cela, entregando as rédeas para um jovenzinho entusiasmado.

- Foi um mês longo Johnny, porém produtivo...

O homem finalmente removeu o elmo que lhe protegia a cabeça, revelando sua aparência

- Foi um mês complicado, Johnny...

Gisele imaginava que se tratava de algum velho em final de cruzadas, mas o homem era incrivelmente jovem. Os cabelos bem escuros passavam dos ombros contrastavam com com o suave bronzeado de sua pele. Olhos verdes e sérios se destacavam, com uma expressão agressiva. Uma cicatriz discreta cortava a mandíbula bem feita e angular, que estava coberta por uma pelugem cerrada. O homem transpirava uma masculinidade selvagem. Gisele censurou a si mesma por ficar admirando um sequestrador e assassino.

- Claro, eu entendo... - o taverneiro cortou o assunto desagradável. - Vamos entrando, amigos! Os quartos de sempre estão desocupados e há muita bebida e diversão para nossos heróis!

Os homens riram e assobiavam, contentes. Mas um deles captou a atenção de Gisele. Era o mais falante de todos, os homens o chamavam de Christopher.os cabelos longos e a barba bem aparada eram muito ruivos. O sorriso franco era encantador. Ela pensou que se quisesse ser aliviada de algo muito provavelmente deveria se aproximar do homem, pois de todos este lhe parecia o menos agressivo.

Lucian entrou, arrastando ela pelo braço junto com os outros homens. Devido a chuva o salão da taverna tinha poucas pessoas e estava praticamente silenciosa, mas tudo mudou quando eles entraram. A música se iniciou e o sorriso das mulheres enlargueceu. Algumas delas pareciam conhecer eles, pois agarravam-nos, assanhadas. Ao tal Christopher principalmente, pois beijava três alternadamente.

- Estou cansado, vou subir e me deitar! - o homem que a segurava pelo braço anunciou.

- Claro que é isso! Sabemos que tipo de "cansaço" é esse! - Um dos homens zombou, levando nas nádegas da garçonete que estava agarrada a ele. Todos riram, cúmplices.

 O Toque da Maldade (FINALIZADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora