Prólogo

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Oi, e ai galera, beleza?

Adolescente é uma coisa mesmo, né? A gente sempre tem uma necessidade de partilhar os nossos problemas, as nossas complicações. Por que tem que ser assim? Por que ser adolescente é tão complicado?

E é por isso que eu comecei a escrever, pra início de conversa.

Como começo, vou fazer as apresentações rápidas do povo que formou a minha turma desde sempre, porque ai todo mundo se situa. Vocês descobrem quem faz parte dessa zona, e eu posso começar a contar o que vocês querem ler numa boa.

Então vamos lá.

Antes que eu me esqueça (o que ocorre com muita freqüência), me chamo Lolita e sou eu quem vai narrar esta história. Ta legal, eu não me chamo Lolita, meu real nome é Carlota, mas isso não vem ao caso!

Carlota, ninguém merece!

E, caso interesse a alguém saber disso, eu sou loira, tipo alemã, desde que eu nasci, embora eu tenha os olhos escuros e isso estrague todo o charme. Mas assim é a vida, não se pode ser perfeito por completo.

Na minha turma também tinha a Lana, uma garota meio morena, filha de um negro e uma alemã albina, minha mais ou menos amiga. Ok, sejamos francos, eu nunca fui lá de falar muito com ela, mas ao mesmo tempo que nós não éramos as super amigas nós também não nos odiávamos.Tínhamos um certo respeito, e uma certa amizade uma pela outra, doses pacíficas e moderadas.

A Lana tinha um namorado, o Diego, que, assim como eu virei a citar mil vezes futuramente, era um completo e babaquíssimo nerd. Tipo, um cara legal, mas nerd. Escondido atrás de óculos enormes e um cabelo empastado de gel do jeito que nem mais as crianças gostam de usar.

Argh!

A Lana também tinha dois irmãos, um no 2° ano e um no 3º. O Edson, mais velho, era a cara da irmã caçula, mas meio naquele estilo “sou metaleiro!” que eu detesto, com o cabelo comprido e tudo. Já o Henry, que era o do meio, era alemão de cabelos claros como os meus, um gatíssimo que todas as meninas na escola veneravam.

Embora, é claro, todo mundo soubesse que ele não valia nada.

A minha melhor amiga, desde o primário, era a Belatriz. Ela era bem (ok, totalmente) estranha, gótica, cabelos tingidos de roxo, lentes violeta nos olhos e unhas negras ou brancas, mas era legal e sincera.

A Bela, como a chamavam, tinha uma irmã gêmea que era o total avesso dela. A Suellen malhava desesperadamente e, segundo boatos, tinha bulimia, ao passo que a irmã não estava nem ai. Era a patricinha mais detestável de todo o colégio, era burra e tudo o que tinha era rosa. Pink!

Eu juro que sempre tentei ser amiga dela, e mostrar que ninguém a suportava, mas ela sempre foi burra demais pra entender. A Suellen só tinha uma amiga que poderíamos considerar verdadeira: Lua. Nome mais esquisito, não? Pois é, a Lua era a criatura mais biscate que se possa conhecer, então nós podemos imaginar o quanto a Suellen era rotulada...

O primo das gêmeas também estudava com a gente. O Daniel era um amor de garoto, e todo mundo sabia que ele tinha não uma queda, mas um tombo pela Suellen desde sempre, e que todo tipo de problema possível já tinha sido causado na família por causa disso. O melhor amigo dele era o Willian, a paixonite da Bela por ser o eterno garoto-problema da escola.

Minhas primas, Giovanna e Sabrina, também haviam entrado no colégio naquele ano. A Sabrina cantava numa banda de gothic metal e por isso se dava muito bem com a Bela. A Giovanna era do tipo louca, descontraída e rebelde, o que fazia com que ela brilhasse muito mais que qualquer um dentro daquela escola.

E então, tinha o Ricardo.

O Ricardo...bem é um problema à parte. Ele andava sempre com o Daniel e o Willian, mas não se parecia em nada com ele. Pelo contrário, era perfeito.

Olhos azuis, o cabelo louro escuro liso despenteado, corpo sarado, nem muito alto nem baixo demais, um sorriso branco de pirar a cabeça de qualquer uma. O tipo de cara que precisava de um minuto pra fazer você se apaixonar. Menos, se você fosse eu. Ele era a minha paixão desde a sétima série, ano em que eu dei meu primeiro beijo com ele.

Nós não nos falávamos desde então. Não que eu não estivesse disposta a mudar isso. Mas são os fatos.

E assim, eu dou a largada para o nosso primeiro ano como alunos do ensino médio. Divirtam-se.

Beijos da nova amiga,

Lolita.

O Diário (nada) Secreto - vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora