Junho é uma época feliz!
Ok, na verdade, não tanto. Junho é o aniversário da minha mãe, o aniversário da Sabrina, e a época tenebrosa em que nós, do Colégio de Ensino Católico Santa Rita de Cássia, tínhamos que nos desdobrar e virarmos mutantes na hora de arrumar uma festa junina de arromba.
Porque assim eram as festas juninas do Santa Rita. Lotadas. Duradouras. Legais.
E a missão de arrumar a festa era dos alunos do primeiro ano.
Eu.
Nós.
Que beleza.
A parte boa era que ninguém tinha que enfiar a mão no bolso pra nada, porque o colégio fornecia tudo de que a gente viesse a precisar pra decorar e todas essas coisas. Além do mais, eu perdia as contas de quantas aulas a gente perdia desde o primeiro dia de aula do mês de Junho, até o dia da festa junina, que era sempre o primeiro final de semana depois do dia 13.
Que naquele ano, era o dia 16.
E, cá pra nós, dezesseis dias pra fazer tudo o que a gente precisava fazer era tipo uma tarefa ninja.
- A partir de hoje, eu quero ver todo mundo dessa classe trabalhando como nunca! – exclamou a nossa coordenadora mala – Todos os anos, a Festa Junina do nosso colégio é tradicional e movimentada. Eu realmente espero poder contar com vocês pra que esse ano não seja diferente!
Ninguém respondeu. Não havia muita opção quanto a isso.
Eu esqueci de mencionar que isso valia nota?
- Vocês irão dispor de todas as aulas de artes, educação física, religião e português para os preparativos, contando com o auxílio dos professores. – continuou – Começando na próxima aula.
Era uma segunda-feira, e a segunda aula era português. Fiquei aliviada de saber que teríamos tanto tempo por dia. Porque tínhamos aula de artes de segundas e quartas, educação física nas terças, e português e religião todos os dias.
Era bastante tempo.
Todo mundo estava cochichando e tendo idéias, e aguardando ansiosamente a hora em que o sinal iria bater e nos levar ao início de um trabalho absurdo que nos deixaria com calos nas mãos, dor nas costas e notas a mais.
Mas, pra falar a verdade, eu não estava nem um pouco preocupada com isso.
Olhei pra trás e vi a Sabrina e a Giovanna conversando. Unidas e fingindo sorrir. Desde o início daquela manhã, a Giovanna estava fingindo como nunca. Deu oi pra todo mundo como se nada tivesse acontecido, e não olhou pro Edson do instante em que ele sentou à nossa mesa até a hora do sinal pra primeira aula bater.
E, embora ela estivesse bancando a forte muito bem, e eu não a tivesse visto sequer ameaçar começar a chorar, eu sabia muito bem que ela estava aos pedaços. E a culpa que batia em mim por causa disso era uma droga.
Então o sinal bateu e eu respirei fundo. Lá vamos nós.
Local: ginásio do colégio.
Status: bagunça completa.
Resultado: nenhum ainda.
Já haviam se passado 40 minutos de aula, dos 50 dos quais nós dispúnhamos, e nada havia sido decidido.
Os materiais estavam aguardando para serem usados, eu estava ficando impaciente, e ninguém era capaz de decidir por uma coisa.
Porque alguns queriam desenhos, e outros achavam que as palavras estavam boas, alguns pensavam que as barracas precisavam de uma reforma, e outros que não estavam nem aí.
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O Diário (nada) Secreto - vol. 1
Teen FictionLolita e sua turma de amigos acabaram de entrar no primeiro ano do colegial, e é claro que isso implica mudanças. Mas agora, além de ter que lidar com o colégio católico cheio de regras e garotas nada puritanas, as complicações da vida amorosa que a...