Conversa estranha

41 2 0
                                    


- Agora vocês podem ajudar a limpar aqui.-diz Jennifer.
- Pra ficar mais divertido.-pego meu celular e coloco na playlist da Demi Lovato.
Fui cantando e arrumando a bagunça enquanto a Sophia cantava. Depois terminamos e ficamos na cozinha mesmo conversando até a pizza ficar pronta.
- Primeira rodada.-diz tia Jennifer colocando outra pizza no forno.
- Vou arrumar a mesa.-digo.
Arrumo a mesa que ficava na cozinha.
- Hm que cheiro bom.-Bruno chega na cozinha.
- Tira a mão daí.-Sophia da um tapa na mão dele que estava indo em direção a pizza.
- Bruno, chama o pessoal por favor.-diz Jennifer.
Ele sai da cozinha e ela coloca as outras pizzas na mesa.
- Tô babando.-olho pra pizza.
Todo mundo chega e senta na cadeira para comer. Bruno ia comer mas minha vó deu um tapa na mão dele.
- Que foi agora? Eu quero comer.-ele reclama.
- Vamos orar.-ela segura a mão dele e ele ri.
- Ah você tá falando sério?-ele para de rir.
- Bianca, pode começar.-ela olha pra mim.
Damos as mãos e fechamos os olhos. Começo a orar e quando termino ataco a pizza.
- Vocês são bichos ou adolescentes?-meu pai pergunta.
- Somos adolescentes com fome.-respondo de boca cheia.
- Tia Jennifer eu te amo.-Bruno abraça ela e da um beijo na bochecha dela.
Comemos entre conversas divertidas e sem sentido.
- Agora os homens vão arrumar isso aí.-diz tia Dani.
- Ah qual é.-diz Nathan.
- Vão reclamar?-Jessica cruza os braços.
- Já vamos arrumar.-Vini sorri e começa a arrumar a mesa.
Vamos pra salar e coloco um filme.
- Mãe, devolve meu iFilho.-faço bico.
- Não.-ela sorri e eu bufo.
- Na próxima não abusa comigo.-diz minha vó.
- Você abusa mais comigo.
- A senhora.-ela corrige.
- Você.
- Senhora.
- Você.-dou língua pra ela e ela me da dedo.
- Como assim?-fico de boca aberta.
Que vó da dedo pra neta? Ela é doida.
- Aproveitando que tá todo mundo aqui eu queria perguntar uma coisa.
- Não pode fumar maconha.-diz Jessica.
- Tá doida, não é isso não.-rio.
- O que é?-pergunta Dani.
- Eu ouvi vocês falando uma coisa estranha hoje.
- Sobre o quê?-pergunta minha mãe.
- Adota de novo.-franzo a testa e tia Dani arregala os olhos.
- Como assim?-pergunta Sophia.
- Você deve ter ouvido errado.-diz minha vó.
Eu não ouvi errado, eu tenho certeza que ouvi isso.
- É.. Deve ter sido.-digo pensativa.
Se eu ouvi errado então por quê minha tia Dani teve essa reação? Isso não me convenceu. Eu tenho que descobrir se elas estão mentindo.

- Tudo que é bom dura pouco.-diz Bruno.
- Não quero ficar longe de vocês.-choramingo.
- Quando tiver outro feriado nos vemos de novo.-diz Vini me abraçando.
- Queria morar perto de vocês.-diz Sophia abraçada a Jessica.
- Meu amor, não chora.-diz Jessica.
É sempre assim, ficamos meses ou anos sem ver eles e quando vemos a despedida é cheia de choros e abraços apertados.
- Vou sequestrar vocês.-diz Bruno e rimos.
Abraço todos eles um por um e vejo eles entrarem no carro.
- Vocês podem ir pra São Paulo quando quiserem.-diz Jonathan.
- Nas férias de julho.-digo.
- Verdade, vai só nós seis.-diz Brayan.
- Ai meu Deus, socorro.-Jennifer ri.
- Tchau!-grito e aceno enquanto eles somem aos poucos.
Limpo as lágrimas que tinham caído e entro no carro.
Chegamos em casa de tarde por causa do trânsito horrível.
Subo correndo pro meu quarto e vou pro banheiro tomar uma banho demorado. Troco de roupa e vou comer alguma coisa.
- Laura que saudade.-abraço ela.
- Quer comer alguma coisa?-ela pergunta.
- Sim.-Sorrio.
- Sabia.-ela ri.
Ela tira uma torta de frango do forno e coloca um pedaço no prato.
- Laura eu te amo.
- Eu sei.
Termino de comer e vou no quarto do Bruno.
- Eu quero dormir.-ele vira na cama pro outro lado.
- Quero falar com você.-sento na cama.
Ele fecha os olhos e começa a roncar. Faço cócegas no pé dele e ele me chuta.
- Seu chato.-reclamo.
- Eu tô com sono.-ele murmura.
- É rápido.
- Fala.-ele vira pra mim.
- Você sabe se a tia Dani já adotou alguma criança?
Ele franze a testa e senta na cama.
- Não.
- E se a Sophia for adotada? Ela é a única na família que tem olhos verdes.
- Vai que ela foi trocada no hospital.-ele ri.
- Isso é sério.-reviro os olhos.
- Eu acho que não, eu lembraria.
- Eles moraram um tempo em São Paulo, é claro que você não saberia. Eles podem ter adotado ela lá, nós não saberíamos porque éramos pequenos.
- Se adotou ela contaria, a Sophia saberia que é adotada.
- E se eles não contaram? Se a Sophia soubesse nós também saberíamos.
- E se ela não for adotada e isso é coisa da sua cabeça?
- Me ajuda vai.-faço bico.
- Tira isso da sua cabeça, ninguém é adotado.-ele deita e fecha os olhos.
Saio do quarto dele e vou pro meu. Talvez ele tenha razão e isso só seja coisa da minha cabeça, melhor eu esquecer.
Estou tão cansada dessa viagem que o melhor que eu posso fazer é dormir. Deito na cama e fecho os olhos.
Acordo de noite e janto com minha família.
- Não durmam tarde, amanhã tem aula.-diz minha mãe.
Fico na sala com o Bruno e Brayan vendo televisão.
- E ainda não devolveu meu telefone.-reclamo.
- Ela deve devolver amanhã.-diz Brayan.
- Felipe deve achar que eu não quero falar com ele.
- Nossa que bad.-Bruno ri.
- Então agora o Felipe é meu cunhado.-diz Brayan.
- Ainda bem que ele é legal.-diz Bruno.
- Eu sei.
- Nós podemos dormir aqui na sala.-diz Brayan.
Alguma coisa apitou perto da minha cabeça e eu olhei pra cima. Pego o celular e sento no sofá.
- Minha mãe deixou o celular aqui.
- Deixa aí.-diz Bruno.
- Tem uma mensagem da minha tia Dani.-desbloqueio o celular e clico na notificação da mensagem.
- É feio ler as conversas dos outros.-Brayan senta do meu lado e olha pro celular.
- Então você não vê.-dou de ombros.
- Vê logo a mensagem.-ele ri.


Mensagem on

Dani: No momento certo eu e o Vitor vamos contar tudo. Só precisamos nos preparar.

Mensagem off
Bloqueio o celular e olho pro Brayan.
- Sobre o que ela estava falando?-ele pergunta.

Que mensagem estranha... Espero que gostem ❤














Nada normalOnde histórias criam vida. Descubra agora