Muito enrolada

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Minha fantasia chegou hoje, nem acredito. Ela é maravilhosa, superou minhas expectativas. Já está tudo resolvido, menos uma preocupação. A festa será linda, já estava planejando ela a um ano. Ela tinha que ser perfeita quando chegasse o dia.

- Olha, olha.-Bruno sorri.
- Você fez outra tatuagem?
- Fiz.-ele diz animado.
- Então tá..
Agora ele tinha uma tatuagem no braço e outra mais ou menos na cintura.
- Credo, que energia negativa.
- É o que tem pra hoje.-dou de ombros.
- Vai se divertir com as meninas.
- Se eu for na casa da Anne tem chances de esbarrar no Felipe, e ficar perto dele me deixa mais triste.
- Então vai se divertir com o Nathan. Já sei. Vão na praia e eu encontro vocês lá.
- Até que não é má ideia.

Subo pro meu quarto e coloco um biquíni branco e um short por cima ficando apenas com a parte de cima do biquíni descoberto. Pego uma bolsa e coloco o necessário dentro. Ligo pro Nathan e só precisou eu pedir uma vez pra ele aceitar. Pego um óculos escuro e vou pra frente de casa esperar. Depois de alguns minutos ele chega.

- Hello.-ele sorri.
Ele estava com uma bermuda, sem camisa e com um óculos escuro e com uma prancha de surf embaixo do braço.
- Desde quando você surfa?
- Há um mês quando não estava falando com você.
- Ui.-debocho.
Coloco o óculos e vamos andando lado a lado. A praia era perto, mas eu não gosto muito, então vou raramente lá. Vamos conversando até chegar. A praia estava um pouco cheia devido ao calor insistente que não vai embora. Paramos em uma parte mais vazia. Colocamos as coisas na areia e eu estava me preparando pra sentar quando o Nathan me colocou no ombro dele.
- Porque você faz isso comigo?-reclamo olhando pro chão.
- Vamos entrar na água, tá sol e o dia está perfeito.-ele me coloca no chão.
- Tomara que tenha tubarão.
Tiro o short e vou andando na frente dele até perto da água.
- Mas se tiver tubarão você também vai estar na água.-ele argumenta.
- Por isso mesmo.
- Olha a onda.-ele avisa.
Olho pra frente antes de ser derrubada na areia e ficar toda molhada e suja de areia.
- Eu avisei.-ele ri.
- Me ajuda aqui.-estendo a mão.
Ele pega a minha mão e olha pra cima. Não acredito. Vem outra onda e derruba ele também. Depois perguntam porque eu não venho na praia.
Levanto sozinha e sento aonde deixamos nossas coisas.
- Você ainda tem trauma de praia?-ele para na minha frente sorrindo.

Quando eu tinha doze anos e ainda não sabia nadar, fomos em uma praia de onda. Eu estava olhando pro mar quando o Nathan me empurrou na hora que estava vindo uma onda grande. Eu engoli muita água e estava sendo puxada pro fundo. Meu pai estava perto então ele me ajudou. Depois desse dia nunca mais gostei de praia.

- A culpa é de quem?-retruco.
- Ah qual é, eu já pedi desculpas e me senti culpado por aquele dia.-ele senta do meu lado com as duas mãos apoiadas no joelho.
- Eu sei.
- Quer me ver tentando surfar?
- Vou adorar.-sorrio.
Ele sorri e pega a prancha. Ele caminha até a água cobrir a cintura dele e deita na prancha de bruço e usa o braço pra se afastar mais. Fico distraída olhando pra ele até ser acertada por alguma coisa não identificada.
- Meu Deus, quase matou a moça.
Coloco a mão no rosto e olho furiosa pra pessoa desconhecida abaixada na minha frente me encarando.
- Você não enxerga não?-reclamo.
- Pense pelo lado bom, só ficou vermelho de um lado, se quiser eu posso acertar o outro pra ficar igual.-ele ri.
Me irrito e empurro ele fazendo ele cair sentando na areia e me levanto. Ele começa a rir e levanta também. Idiota bronzeado de luzes no cabelo e olhos cinzas, com músculos definidos. Olhando bem agora esse idiota é bem bonito.
- Eu sei que sou bonito mas não precisa me olhar desse jeito.-ele da um sorriso cínico.
- Quem disse que você é bonito? Não passa de um convencido.
- Ui que esquentadinha.
- Não coloque apelido em mim.
- Por que não? Você é esquentadinha.-ele sorri.
Que vontade de arrancar esse sorriso da cara dele, ele só sabe sorrir?
- Pega sua bola e some daqui.-reviro os olhos.
- Ela ficou brava-ele debocha.
Ele chega mais perto de mim e sorri antes de abaixar pra pegar a bola que estava perto de mim. Quando ele levanta segurando a bola em uma das mãos, ele me encara e sorri de novo.
- A gente se vê por aí.-ele vira e volta pra perto de outros garotos que devem ser amigos dele.
- Desculpa.-um deles grita.
- Ui que isso hein.- ouço a voz da Sophia e reparo nas pessoas chegado perto de mim.
- Ficou tempo demais no sol pro seu rosto está vermelho?-Anne pergunta.
Eu vou matar aquele idiota.
- Olha o Nathan.-Bruno ri.
Olhamos na direção do Nathan e vejo ele ser derrubado de cima da prancha de surf.
- Ui olha o Felipe.-digo.
Felipe já estava dentro da água em pé na prancha, eu sabia que ele surfava mas nunca tinha visto antes. Até que ele não é ruim.
- Bianca.-Sophia passa a mão na frente do meu rosto.
Balanço a cabeça e olho pra ela.
- Que?
- Tem um garoto te olhando.-ela da um sorrisinho.
Olho pro outro lado e vejo o garoto que estava me chamando de esquentadinha olhando na nossa direção.
- Impressão sua.-sento do lado da Anne.
- Meninas socorro, uma das duas passa protetor solar nas minhas costas por favor.-Anne implora.
- Não...-digo
- Você é ruim.-ela reclama.
- Eu passo.-Sophia pega o protetor da mão dela.
- Vai Sophia é tarada.-Bruno ri.
- Haha.-ela revira os olhos.
Fico sentada sentindo o sol bater no meu rosto. Vejo um côco aparecer na minha frente e seguro ele.
- Obrigada.-sorrio e dou um gole na deliciosa água de côco.
- Tá precisando pegar uma cor mesmo.-Nathan ri e senta de frente pra mim.
- Aham.
Ficamos conversando e depois enterramos o Bruno na areia o que demorou um pouco porque ele é grande.
- Podíamos jogar vôlei.-sugere Felipe.
- Já tem pessoas jogando.-digo.
- Eu conheço algumas que estão ali.-ele da de ombros.
Não, ele ainda me ignora, e odeia o Nathan. Mas por algum milagre ele topou fazer alguma coisa com a gente.
- Então vamos.-diz Bruno.
- Eu fico aqui tomando conta das nossas coisas.-diz Anne.
- Me tirem daqui antes.-reclama Bruno.
Esqueci que ele estava enterrado na areia ainda.

Nada normalOnde histórias criam vida. Descubra agora