Algumas Pessoas Deveriam Ser Eternas

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Lauren – Domingo,  25 Dias

Meu “primeiro encontro” com Camila foi um sucesso. Eu achava graça quando ela tentava me beijar e eu fugia. A tentei explicar que deveríamos ter mais encontros para depois poder rolar o beijo. Confesso que estava sendo muito difícil me esquivar das suas tentativas mas uma Jauregui, nunca se arrepende dos seus planos. Nós estávamos realmente nos entendendo, nos conhecendo. 

Estávamos criando uma verdadeira confiança uma à outra.  

Camila estava fazendo eu amadurecer, talvez,  um pouco rápido de mais. Não era culpa dela nem de ninguém quer dizer... a única pessoa que poderia se responsabilizar pelo caos da minha vida é o desconhecido Austin Mahone. Nunca entenderia o por que dele ter feito aquilo. 

Hoje iríamos a casa dos meus pais, nossa relação estava mudando, Clara e Michael me tratavam totalmente diferente do que eu estava acostumada desde criança. 

Tiraria as dúvidas sobre o tal “acidente” com eles


– Lauren?  – Camila me chamou. 

Ela estava com as pernas cruzadas, sentada no chão do quarto da nossa filha. Estava pintando os cantos inferiores das paredes de verde,  em forma de grama.  Decidimos pintar o quarto para assim poder começar arrumar todos os móveis e organizar todas as coisas que tínhamos comprado. Tivemos a ideia de fazer o ambiente como um “ar livre”, para nossa filha crescer sabendo que ela seria livre para fazer suas próprias escolhas na vida.  Bom...  era óbvio que só quando ela completasse sete ou oito anos entenderia isso. 

Olhei para minha Latina e voltei a realidade. 

– Tudo bem? – Ela perguntou. 

Assenti sorrindo! 

– Sim sim, só estava pensando em como o teto vai ficar legal com as nuvens. 

Peguei o rolo, passei ele na tinta branca e direcionei o cabo  para a parte superior do recinto. Nenhuma das tintas possuiam cheiro, sendo assim,  não fariam mal a Camila! 

Após terminar de fazer as tais nuvens, peguei um pincel e o molhei em alguma tinta colorida, puxei a escada de 4 pés e pintei alguns “M”s, como se fossem pássaros. Desci e subi da escada mil vezes, fiz vários pássaros coloridos, inclusive, nos cantos  superiores do quarto. 

Terminei minha tarefa e fiquei contemplando minha mais nova obra. As paredes estavam pintadas de azul claro, inclusive o “céu” do quarto.

Encarei minhas mãos e elas estavam sujas coloridamente. 

Encarei Camila que agora pintava uma árvore que eu já tinha feito o rabisco  na parede. 

Tive uma ideia maluca. 

Corri até a cômoda do  nosso quarto, eu estava dormindo lá então posso dizer que era meu quarto também, e peguei minha câmera semi profissional,  a coloquei no pescoço.  Fui até o sótão pegar a paleta e  voltei ao quarto da minha filha! 

– Camz... – Cheguei uma certa distância das suas costas.  

Ela se virou de frente pra mim.

– Pelo seu tom de voz garanto que quer que eu faça algo  – Olhou para meus apetrechos e franziu a testa – Lauren... 

Dei uma risada. 

– Você tá certa...  Pode tirar a roupa, por favor? 

Se antes ela já estava confusa, agora ficou mais. 

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