Novas Memórias

Amor incondicional

Lauren

Me encontro sentada em um banco no corredor da clínica. Espero ansiosamente a doutora terminar o processo de inseminação em Camz. Meu pés batem freneticamente no chão e eu estou suando frio de tão nervosa. Se tudo der certo,  em pouco tempo, eu me tornarei mãe!

Não me importo com que os outros falem: "Com vinte e três anos, você deveria estar aproveitando a vida, não casada e querendo ter filhos"

Eu amo aquela mulher e começar uma família com ela, é a maior das minhas certezas!

Depois de algum tempo esperando, ouço uma porta ranger e minha Latina se despedir da médica. Camila veio em minha direção e eu me pus de pé.  Seus olhos brilham e ela me presentou com um maravilhoso sorriso.

Tão linda!

Sai do meu transe quando senti seus braços rodearem meu pescoço. Abracei sua cintura fortemente e ficamos um tempo assim. Nos afastamos um pouco e fitamos os olhos uma da outra, nós podemos conversar desse modo,  sem nenhuma palavra. Me aproximei para beija-la e enquanto nossos lábios se tocam, nós sorrimos.

Estou pressentindo que tudo deu certo! E eu poderia me tornar  uma vidente, pelas tantas vezes que meus pressentimentos deram certo!

— Você tá bem? — Perguntei, ainda meio abraçada à ela.

— Amor, eu estou ótima. Tirando a fome que quase está me matando — Respondeu.

Arregalei os olhos.

Fome? Nosso filho(a) não pode passar fome.

— Então vamos logo matar quem está te matando— Dei um meio sorriso e a puxei pelo corredor.

Ela gargalhou e eu fiquei confusa. A olhei rápido de canto e continuei o trajeto, segurando, melhor,  puxando sua mão.

— Você está nervosa Laur, sabe que não precisa se preocupar tanto! — Ela disse, nos parando e fazendo um carinho em uma das minhas bochechas.

— Eu tô mesmo, nossas vidas a partir de hoje podem mudar, é uma responsabilidade enorme,  Camz — Eu falei rápido e vi seu olhar ficar magoado— N-não pequena, não foi isso que eu quis dizer, é só que estou preocupada com a saúde de vocês— Tentei concertar.

Ela sorriu largo.

— Eu sei...

Logo mudou sua  expressão, chateada para uma brava. Me deu um tapa no braço esquerdo.

Tão bipolar...

— Nem pense em se arrepender Jauregui ou eu corto todos seus dedos — Camila disse, ameaçando.

Engoli seco.

— Vamos logo Camz, essa fome ai tá começando a te afetar. Vai que você resolva fazer isso mesmo e eu nunca mais possa trabalhar — Falei, tentando mudar de assunto.

Ela me olhou desconfiada e puxou minha mão nos fazendo sair da clinica.

3 semanas depois

Camila

— Merda — Exclamei.

Dinah me olhou assustada.

— Eu a-acho que vou vomi... — Sai correndo de perto da mesa e abri a porta do banheiro da sala dos professores.

Levantei a tampa do vaso e me agachei na sua frente, logo senti alguma mão segurando meus cabelos. Todas refeições do dia se foram. Dinah me alcançou um papel toalha e eu limpei minha boca. Fiquei de pé e senti uma tontura, minha amiga segurou meus ombros.