Décimo terceiro

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Nunca fui numa balada, esse é um fato chocante para muitos mas é que eu realmente nunca me interessei. Era muita gente falando, dançando, beijando, tudo ao mesmo tempo. Agora que sigo com atenção Chloe abrindo caminho entre as pessoas até chegarmos no bar não consigo acreditar no que estou fazendo.

Eu, Amélia Barrow, de vestido curto numa balada em pleno domingo? Era loucura, só podia ser loucura. Foi um ato de pura insanidade ter colocado aquele vestido preto justo e saído de casa, estou chamando atenção demais e por mais que uma parte de mim esteja saltitando de felicidade com a mudança a grande parte de mim quer fugir.

Pelo menos eu tenho um conforto quente e macio, a mão de Will que se molda na minha perfeitamente, me guiando por entre as pessoas e nossa são muitas! A maioria me dirige meios olhares maldosos e sei bem o porquê, Dellwood é uma cidade pequena e as notícias se espalham rápido, com certeza, toda a população deve estar a par da minha relação amorosa que está pra lá de confusa. Mas naquele momento com Will me passando toda sua calma e segurança não me sinto abalada, me sinto até mesmo mais forte.

Assim que chegamos no bar pedimos três cervejas e observamos a movimentação. Desde que entrei no carro de William percebo que ele e Chloe estão mais próximos, sussurrando coisas e rindo como melhores amigos. Chloe provoca esse sentimento de intimidade nas pessoas, não precisa muito tempo até que esteja se sentindo sua melhor amiga. Era um saco na escola quando ela tinha quase a escola toda como amigo e eu só tinha ela mas depois percebi que Chlo não era tão diferente de mim. Ela fazia amigos com a mesma facilidade que os esquecia, era algo passageiro por mais verdadeiro que fosse. E no fim nós tínhamos apenas uma a outra para nos apoiar.

Séria orgulhoso demais dizer que eu não sentia ciúmes deles tão juntos porque sou a pessoa mais ciumenta do mundo, então sim, eu segurava o copo de cerveja com força pra não jogar na cara daqueles dois. E assim como era extremamente ciumenta era bem indiscreta.

"Não precisa sentir ciúmes, o Deus grego é todo seu!" Chloe gritou me abraçando de lado.

"Do que vocês tanto riem?"

" Você vai saber um dia, eu espero." Lhe dei meu pior sorriso arrancando uma gargalhada dela.

"Ei, vou te contar mas agora estamos numa balada. Não é hora pra assuntos sérios ok?" Assenti dando de ombros.

"Vamos dançar vai!" Balançou meu corpo junto com o meu me incentivando, mas firmemente neguei.

"Sério que você está com raiva Ames?"

"Odeio quando fica de segredinhos na minha frente." Tudo bem que eu não era a melhor pessoa pra falar de segredos mas era complicado, bem complicado.

"Vou revelar todos os meus segredos se você revelar os seus ok?" Como assim? Ela sabia que eu escondia algo? Will contou só pode ser!

"Você acha que eu nasci ontem? Sei quando está me escondendo algo."

"Tá, tenho algo pra te falar mas não agora."

"Ótimo, que bom que me entende! Agora vamos dançar!" Ela puxou meu braço me arrastando pra pista de dança mas eu recusei dando de ombros.

"Não sei dançar." Então ela não insistiu mais porque sabia que era uma batalha perdida.

Não era só pela vergonha, eu era de fato a pessoa mais desajeitada do mundo dançando e bem, tem coisas que não podemos mudar por completo então era melhor aceitar. Mas meu corpo parecia não ouvir minha mente e se movia lentamente na batida da música contagiante que tocava. Will se aproximou abruptamente me fazendo saltar de susto.

De Repente AméliaOnde histórias criam vida. Descubra agora