— O que foi que eles fizeram agora, gatinha? — Artie atendeu o telefone com essa pergunta.
— Há, eu sou tão óbvia assim?
— Para você me ligar no meio da semana eu só consigo imaginar que eles tenham feito algo.
— Não foi nada especial — eu reclamei. — Só Lorelai e seu drama interminável. E claro, o papai achando que ela é feita de açúcar. Ele mima muito ela, arg!
— Gatinha, já faz um bom tempo que as coisas funcionam assim. Eu achei que você fosse imune a essa merda, ou algo assim.
— Era mais fácil quando eu morava do outro lado do país — comentei. — Eu não gosto de ficar reclamando, você me conhece, mas é só que o papai continua me tratando como se eu tivesse quinze anos.
— Você sempre pode vir ficar comigo. — Arthur estava atualmente na África do Sul, trabalhando em uma organização sem fins lucrativos, ajudando a construir casas para quem não podia pagar por uma. Era um projeto lindo e que sempre me deixava emocionada nas nossas conversas semanais.
— Alguém tem que ficar aqui — eu respondi. Não que eu estivesse me fazendo de vítima, mas era a verdade. Artie era mais velho que eu e saiu de casa muito cedo, sendo assim, alguém tinha que ficar, não só para cuidar do meu pai na velhice, mas para cuidar dos negócios. Eu nunca me importei em ser a pessoa a ficar. — Você já ficou sabendo do meu noivado? — perguntei.
— O quê? Noivado? Com aquele mesmo namorado imbecil?
— Arthur! — repreendi. — Qual o problema de vocês com o Oliver?
— Desculpa, gatinha, mas o cara é um babaca.
— Pode parar.
Eu não entendia por que Arthur e Lizzie não gostavam de Oliver. Claro, meu namorado não era a pessoa mais legal do mundo e as vezes ele não se esforça muito para que as pessoas gostassem dele. Mas Oliver era bom para mim, ele não me sufocava e estava ao meu lado há um bom tempo. Eu não sabia se ia me casar com ele ou não, mas se eu casasse, gostaria que as duas pessoas mais importantes para mim se dessem bem com ele.
— Tá bom, então. — Ele parou de falar por um minuto. — O Oliver, gatinha, sério?
— Quando você volta para casa? — mudei de assunto.
— Bom, eu pretendia passar mais uns três meses aqui, mas agora com a notícia do seu noivado, vou repensar esse plano.
— Você não precisa voltar só por isso. Eu adoraria ter você aqui, — principalmente para me ajudar a lidar com a Lorelai e o papai, pensei — mas posso esperar.
— Não, se minha gatinha vai ficar noiva do bundão, eu quero estar aí para ver.
— Eu preciso desligar agora, papai está me deixando louco com a quantidade de trabalho inútil que ele me obriga a fazer.
— Katherine — ele chamou. Arthur sempre me chamava de gatinha, uma brincadeira com o meu apelido Kitty, ele só usava meu nome inteiro em ocasiões especiais ou quando falava muito sério. — Promete que não vai deixar ele abusar demais de você? Você tem só vinte e quatro anos, não desperdice sua vida vivendo para o nosso pai.
— Eu prometo. — Bom, eu e ele claramente tínhamos visões diferentes da palavra desperdício. Para mim, não desperdiçar minha vida era aguentar qualquer merda do meu pai, desde que me levasse a ser sua sucessora. — Obrigada por falar comigo, te amo, Artie.
— Eu te amo, Gatinha — ele respondeu antes de desligar. Eu desabei na cadeira do meu escritório improvisado e comecei a trabalhar.
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Pura Luxúria (Completa) - Série Criminosos Irresistíveis - Livro 1
RomanceKatherine MacLaine tem tudo planejado na sua vida perfeita. Acabou de se formar em Yale e está pronta para assumir o negócio da família e talvez até casar com o namorado de longa data. A vida perfeita para a princesa certinha da família MacLaine. At...