XX - Lei de Newton

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Eu dormi durante horas. Ouvia Dom conversando comigo, mas nunca respondia. Deixei que ele me alimentasse e me desse banho, mas continuei voltando para o conforto e segurança da minha cama.

Não sabia como lidar com o que tinha acontecido. Nem sabia dizer o que me deixou mais assustada, a tentativa de Oliver de transar comigo, a força, ou vê-lo morrer em cima de mim. Não que eu estivesse com pena.

Já tinha passado da fase de me enganar acreditando ser boazinha. Não existiam mocinhos nesse mundo. Éramos todos animais, com extinto de sobrevivência, capazes de matar se fosse preciso. A única diferença entre homens como o Dom e o resto de nós é que eles sabiam como ganhar dinheiro com isso.

Mesmo assim, era um choque muito forte. E eu sabia que indiretamente, tinha feito o homem que eu amava matar mais alguém. Dom carregaria esse fardo por mim, mas me sentia culpada por isso.

Depois de alguns dias, ouvi Dom se desculpando.

— Eu não deveria tê-la arrastado para isso, sinto muito — ele pediu, beijando os nós dos meus dedos. — Não sei como ajudar e entendo que você não goste de mim agora, até me odeie, mas eu preciso voltar para a Itália e não quero deixá-la assim.

Me deu um último beijo e levantou. Precisei juntar todas as minhas forças para segurá-lo.

— Não vá embora — pedi, abrindo espaço para que ele deitasse comigo na cama. Dom não perdeu tempo, me puxou pela cintura e me cobriu com seu corpo. — Eu não odeio você.

Ele beijou minha orelha e pescoço. Era quase terapêutico sentir sua respiração apressada, o peito balançando de leve nas minhas costas.

— Me leve para a Itália com você.

— Você não pertence lá...

— Eu quero estar onde você estiver. Só me prometa que você ainda vai ser você e que nunca vai parar de me amar?

— Eu prometo o que você quiser. Eu te amo.

— Eu te amo — repeti. E por isso eu iria a qualquer lugar com ele.

 E por isso eu iria a qualquer lugar com ele

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Acordei sozinha na minha cama. Mais uma vez.

A essa altura, deveria estar acostumada com Dom aparecendo e desaparecendo da minha vida. Se a máfia italiana não controlasse alguma companhia aérea, eles teriam problemas financeiros em breve. Eu ri sozinha com esse pensamento.

Escutei Lizzie e Arthur conversando na sala, a alguns metros do meu quarto. Eu não fazia ideia de que dia era, ou quanto tempo tinha passado trancada nesse quarto, mas eu precisava de um banho, urgente. Se ia esperar Dom voltar, não poderia fazer isso deitada na cama, afinal de contas eu provavelmente não tinha mais nem um emprego, precisava seguir minha vida eu só não sabia exatamente como faria isso.

Separei meu vestido social mais bonito para o dia. O vestido com saia bege apertada e seda branca no topo me deixava linda e transmitia segurança. A mulher de negócios que eu passara a vida me preparando para ser.

Pura Luxúria (Completa) - Série Criminosos Irresistíveis - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora