Jogo Mental (19)

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Quando finalmente acordei, estava preso pelos pulsos e pelas pernas em uma maca de ferro, que me fazia sentir um imenso arrepio subindo a espinha. Eu havia perdido a consciência durante o caminho, porém consegui ver alguns vultos borrados do percurso do qual eu estava sendo obrigado a ir. Tudo isso ficava protegido por uma imensa porta de ferro, não muito atual, que apenas quem possuia um cartão especial poderia passar.

As tiras de couro me apertavam pelos pulsos fortemente, impedindo de tentar fugir do local. Por mais que eu tentava forçá-las, com a esperança de que alguma delas se quebre, o esforço era em vão, pois não obtive o resultado esperado. Paro de tentar depois de aceitar o fato de que não conseguiria sair dali. Feito isso, começo a prestar mais atenção no lugar onde estava preso, talvez temporariamente. O cenário parece uma sala de cirugia, com os mesmos equipamentos que médicos usam em uma cirurgia. Começo a me apavorar mais do que já estava assim que percebo semelhança do ambiente com os sonhos que ando tendo desde que cheguei na Prisão, o mesmo sonho que me deixava espavorido durante minhas noites de sono. Tudo estava exatamente em seu devido lugar, como se aquilo que aparecia em minha mente era um vislumbre do futuro. Um futuro que estava prestes a começar.

Meu coração começa a bater mais forte, e um barulho começa a soar rapidamente ao meu lado, o que me chamou atenção. Um monitor cardíaco estava mostrando meus batimentos acelerados que só aumentavam a cada segundo que se passava naquele lugar, me deixando desconfortável.

O mesmo barulho de salto alto começa a se aproximar de mim. Eu não conseguia ver quem era, mas pude perceber que aquela doutora estava vindo em minha direção. Era difícil de não perceber pelo som que a seguia.

- Se acalme, não precisa ficar tão assustado assim. -ela coloca a mão em meu braço, o que me faz sentir algo familiar, como se eu já sentisse aquele toque em minha pele.

Por mais que eu estava amedrontado, eu consegui relaxar, nem se fosse por míseros segundos. O barulho agudo que enfurecia meus tímpanos começara a soar mais calmo, dando rápidas pausas entre os bips.

- O que você vai fazer comigo?

- Nada demais, apenas mais um teste. -ela fala enquanto fixava alguns fios em minhas têmporas. Pude perceber que ela não parava de me olhar. Seus olhos eram azuis, um tipo de azul puro, porém que carregava uma raiva imensa quando olhava para mim, como se eu a tinha feito se arrepender de algo.

- Que tipo de teste que é feito em uma maca? Isso parece até um experimento, e eu não estou a fim de ser uma cobaia.

- Você não está em posição de exigir o que quer ou não, garotinho. Apenas fique quieto e deixe-me trabalhar. -ela mexia em seu aparelho eletrônico, talvez preparando as coisas para o tal teste.

- Pode, pelo menos, me falar como vai ser esse teste? - pergunto na esperança de obter algo valioso em sua resposta.

- Claro que posso, porém não tenho permissão para revelar informações confidenciais com as "cobaias". E mesmo que eu tivesse, não daria a resposta para você tirar como vantagem e sobreviver ao teste.

- Acha que eu não tenho potencial suficiente para sobreviver sozinho?

- Se o seu amigo não teve, imagino que você morra no décimo segundo. - seu tom soa frio, como se não se importasse com a morte de alguém.

Ao escutar sua resposta, me lembro de que Max não passara no teste. Surpreendentemente, ele fracassara em continuar vivo até o final. Um sentimento de raiva surge dentro de mim, circulando todas as veias que existiam em meu corpo. Meu cérebro não conseguia processar aquela informação. A primeira pessoa que me confortou e estava presente ao meu lado a todo momento, acabara de partir. Eu não queria acreditar nisso.

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⏰ Última atualização: Dec 31, 2016 ⏰

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