A Repreensão

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Sim, o Lucas me desprezou da pior maneira, mas eu não posso me deixar abater. Afinal, eu vou ter um filho só meu, e serei o pai e a mãe dele.
Quanto aos meus pais, eles terão que aceitar o neto... E Juilliard, pode ser um sonho distante.
Os bebês crescem não é mesmo?

- E o que vai fazer se os seus pais não aceitar o bebê? - Bruna pergunta me entregando uma garrafa de suco.

- Ir embora. Refazer minha vida longe deles... Cuidar do meu bebê.

- É estranhos te ver falar assim... Cuidar do meu bebê, nunca pensei que fosse ouvir isso vindo da sua boca.

- Acho que ele já esta me mudando, Bruna! - falo colocando a mão em minha barriga e sorrio.

- Já vou avisando que eu sou a madrinha! Nem vem com outra, que euzinha não aceito! - ela fica olhando para minha barriga e sobe seu olhar para mim novamente. - E o bebê também não aceita. Tem que ser eu!

- Hahaha ok...

&____&

Passei a tarde inteira com Bruna. Precisava pensar em algo, em como dizer aos meus pais, como falar que ele não tem pai, enfim, como dizer tudo...
Sei que eles vão falar, brigar, gritas, (pelo menos meu pai) mas eles vão ter que entender que se eu aceitei esse bebê, é isso que importa.

Deixei Bruna em sua casa e fui embora. Quando estacionei o carro na garagem, vi Fabíola entrando em casa com algumas sacolas. Saltei para fora do carro e peguei algumas sacolas dela.
Fabíola é a empregada da casa, na verdade eu a vejo como uma avó. A avó que não tive, ela é carinhosa, me mima e principalmente, me da amor.

- Meus pais estão em casa? - pergunto colocando as sacolas no balcão.

- Dona Abigail esta no jardim, já o Sr. Roberto esta resolvendo alguns problemas no escritório.

- Esta bem... Eu, eu trocar de roupa. Fabi, você pode fizer para eles me esperar no escritório?

- Sim, mas o que aprontou, Milena? - ela franze o cenho.

- Nada... Eu não fiz nada! Obrigada, Fabi... Te amo! - mando um beijo para ela e saio.

Adentro ao meu quarto e respiro fundo. Seja o que Deus quiser não é mesmo bebê? Coloco a mão em minha barriga e a acaricio... Um bebê, eu estou grávida.
Pode parecer loucura, mas isso esta se tornando uma dádiva. Eu carrego um bebê em meu ventre, que daqui a 9 meses vai estar em meus braços, necessitando dos meus cuidados.
Mas é isso que eu quero, é isso o que eu quero fazer e Juilliard, vai se tornar apenas um sonho. Pode ser que em algum dia eu realize, (o sonho dos meus pais) mas agora, agora a única coisa que importa é meu bebê.

Tomei um banho e vesti um vestido azul claro com algumas flores brancas. Bem confortável.
Fabi, entrou a alguns segundos e disse que meus pais já estavam me esperando no escritório.
Coloquei um chinelo e desci.
Adentrei ao escritório e meus pais estavam conversando, quando me viram, mamãe sorriu e papai se levantou da cadeira.

- O... Oi! - digo e fecho a porta.

- O que foi, Milena? - papai pergunta.

- Roberto, por favor! - ela se vira para ele. - Seja menos rígido com nossa filha... - mamãe me olha e sorrir. - Senta, Mili.

- Não, eu prefiro ficar em pé.

E de preferência ao lado da porta, qualquer movimento brusco do papai eu saio correndo.

Devolva Minha Filha - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora