Devolva Minha Filha - Completo

O Desespero

Milena

Abrir meus olhos e percebi que estava no quarto, graças a Deus esta tudo bem. Eu tive a Bianca e minha pequena esta bem é super saudável... A porta do quarto abriu e minha mãe surgiu, quando me viu ela sorriu fraco.
Seus olhos estão inchados.

- Oi... Oi, querida! - ela me da um beijo demorado na testa e me olha acariciando meu cabelo. - Esta se sentindo bem, querida?

- Muito. Apenas cansada, mas muito bem, mãe! - sorrio.

- Sim... - seus olhos enchem de água e mamãe virá o rosto. Como se não quisesse ter contato comigo naquele momento.

Alguma coisa aconteceu!

- Mãe, o que houve? - pergunto.

- Filha... Não, não sabemos como isso aconteceu... - ela olha para a palma da mão e depois me olha e uma lágrima desce por sua bochecha.

- É com a Bianca? - minha voz falha... Minha filha não!

- Sim... Sim, filha... Milena, a...a...

- Fala mãe!! - me sento e sinto uma corrente de desespero passar por todo o meu corpo me fazendo chorar.

É como se eu soubesse o que ela vai dizer e não aceitasse. Isso não pode, não pode estar acontecendo. Bianca...

- Ela morreu... A Bianca morreu!!

Sinto uma grande pontada em meu peito, me levanto da cama e começo a andar pelo quarto.
Ela estava bem, estava bem ontem, eu...eu a segurei, vi que ela estava bem! Por que minha filha morreu?

- É mentira, é mentira!!! Mãe, por favor diz que é mentira... - falo chorando e encosto na parede.

- Milena... - ela levanta e me abraça. - Foi inesperado, o médico disse que foi morte súbita... Por favor, filha! - ela beija minha cabeça e depois minha bochecha.

- A minha filha, mãe. A Bianca morreu, eu estava tão feliz... - me deito no peito dela e choro.

Sonho... Tudo o que vivi nesses meses foi apenas sonho.  As roupas, o berço, a cômoda, tudo não passou de um grande sonho que Deus tirou de mim sem mais nem menos.
Minha princesa não pode sentir o meu beijo, as minhas carícias... Eu não vou poder ouvir ela dizer mãe, ou pedir ajuda para fazer algo do Colégio.
Sinto como se um caminhão tivesse passado por cima de mim e tivesse ficado apenas o resto da Milena. A Milena desesperada.

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Perder um filho definitivamente é doloroso, queria poder ter ela aqui comigo, mas não foi possível. Quer saber, eu acho que meu pai esta feliz com tudo isso, afinal, ele não aceitava a Bianca de jeito nenhum, a morte da minha pequena foi a melhor pra ele, com certeza.
Mamãe passou o resto da tarde comigo no hospital, acabei dormindo e ela ficou no sofá do quarto... Acho que ela me entende, entende que minha dor esta sendo avassaladora.

- Que bom que acordou, querida... O doutor disse que você já esta de alta.

- Esta bem...

- Mili, você tem que ser forte, virar a página e seguir em fre...

- Como pode dizer isso, mãe? - pergunto. Líbero minhas lágrimas adormecidas. - Você não sabe a dor que estou sentindo, não sabe a vontade de morrer  que sinto aqui... - coloco a mão em meu peito.

- Acredite, Milena eu sei. Mas isso que esta sentindo vai passar... E será apenas uma lembrança.

- Dos momentos que não vou viver com minha filha! - limpo minhas lágrimas. - O que vai acontecer com o cor... - respiro fundo para consegui dizer as palavras. - com o corpinho dela?

- Você... Você quem sabe. Disseram que se quiser deixar para fazerem experimentos.

- Não, o corpo da minha filha não vai ficar aqui para experimentos, ela vai ser enterrada com dignidade!

- Esta bem, querida!

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5 semanas depois.

Dizem que quando você perde alguém, a dor diminui a cada dia que passa. Mas comigo isso foi totalmente diferente, minha dor apenas cresceu e parece que aos poucos ela vai me matar.
Recebi visitas de colegas da faculdade, visita da Bruna e da sua mãe... E todos me diz a mesma coisa:

- Você precisa sair, ver gente!

Não me entendem. A única coisa que quero nesse momento e ficar na minha cama, ao lado do berço que seria da minha filha e não sair mais daqui.
Miguel ainda não voltou da Itália e confesso que me dói não ter ele por perto. Se ele sabe de tudo o que esta acontecendo? Não sei. Bruna pode ter contado a ele.
E sinceramente, espero que ela tenha contado e que ele venha para cá me dar um colo...

Sai do banheiro, vesti meu hobby de seda e me sentei na minha cama ainda bagunçada. A porta do quarto abriu e meu pai adentrou ficando encostado no batente. Será que ele não entende que não quero ver ele?

- O que faz aqui? - pergunto fria.

- Vim ver se precisa de algo.

- Não preciso de nada que venha de você. Então vá embora!

- Para que me tratar com tanta indiferença, Milena? Eu sou seu pai e mereço respeito.

- Sai por favor! Eu não estou afim de discutir... Minha vida já esta maravilhosa! - debocho.

- Você ainda vai entender que tudo o que aconteceu foi o melhor!

Ele sai do quarto batendo a porta com força. Me deito na cama e começo a chorar... Raiva, sinto uma raiva incurável do meu pai. Porque sei que se ele não tivesse sido tão contra ao nascimento da Bianca, minha filha estaria viva, em meus braços agora.
Sinto uma mão acariciar meu cabelo, acho que é mamãe, fecho meus olhos e continuo chorando.

- Por que não me ligou antes?

Miguel?!!
Me sento rapidamente e me viro para Miguel que sorrir e coloca uma mecha do meu cabelo atrás de minha orelha. Ele sorrir.

- Agora eu estou aqui com você, Milena. E não pretendo sair!

- E eu não vou deixar você sair!

Nos abraçamos... Precisava dele, eu precisava do seu colo.

- Calma, vai ficar tudo bem!

- Obrigada por ter vindo!

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Amores da minha vida!

Agora, acontecerá uma reviravolta.
Vai se passar 1 ano
Milena vai estar mudada, seu jeito, seu modo de pensar, mas a sua dor de mãe, ainda será a mesma.

Beijos da Lele😘😘
Próximo capítulo na sexta!
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