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Sinceramente eu não queria estar aqui.

Várias garotas da faculdade matariam para estarem no meu lugar e poder ficar perto do Pietro mas eu não sou uma delas.

Eu não sei dar um motivo certeiro mas não gosto do Pietro e ele deveria encarar essa verdade.

Com certeza a família dele tem muito dinheiro, pois, embora a casa seja bonita e simples, ela é enorme. Isso mesmo, enorme.

O quarto dele também é grande e tem até um sofá. Encaro o sofá pensando em quantas garotas ele já deve ter "pegado" eli em cima.

—Quer se sentar no sofá?— ele me pergunta depois de fechar a porta e me pegar olhando o tal sofá.

Claro que não.

—Não— digo e vejo uma escrivaninha— ali está bom.

Vou até a escrivaninha e Pietro pega uma cadeira se sentando ao meu lado.

—Já podemos começar— ele fala.

—Ah claro!

Abro o livro na primeira página que o professor disse para estudar e faço ele ler.

É como pedir a uma criança do primário.

Ele tem muita dificuldade em ler e ainda fica fechando ou abrindo demais os olhos bem perto do livro.

—Pode parar— falo tirando o livro da mão dele.

—O que foi?

-O que foi?— agora eu fiquei chocada— você lê mau pra caramba!

—Não é culpa minha.

—Você usa óculos?

—Não— ele fala, ou melhor, ele mente.

Percebi isso depois que ele virou o rosto e do nada os pés dele se tornaram bem interessantes. Deve ser por isso que ele foi mal na prova.

—Pega os óculos logo— digo autoritária— eu não tenho o noite toda.

Então ele abre uma gavetinha da escrivaninha e pega um porta óculos. De lá ele tira um óculos simples e de armação preta.

Poucas pessoas ficam bem de óculos e isso é bom, já que Pietro é muito bonito e se ele usar óculos e ficar feio ou estranho vou poder me concentrar mais na aula.

Ele coloca o óculos e me olha esperando uma resposta.

Eu estava errada.

Ele é mais bonito ainda de óculos e me dá muita vontade de pular dessa cadeira direto para seus braços e beijar ele inteiro. Fico quente de vergonha.

—Ficou bom— é a minha resposta.

Depois que ele colocou os óculos a leitura melhorou uns 100% e tive que fechar os olhos pra prestar atenção.

—O que foi?— ele perguntou.

Abro os olhos e o encaro. Estamos bem perto e eu sinto sua respiração no meu rosto. Sinto um frio na barriga.

—O que?

—Você estava com os olhos fechados, esta com dor de cabeça?

—Não.

Pela janela passa a luz de um relâmpago e ouvimos mais um trovão. As garotas gritam na sala de novo. O tempo lá fora não deve estar nada bom.

—Tenho que ir— falo— o tempo está ruim, amanhã a gente continua.

—Seu pai vai vir te buscar?

—Hoje não— me lembro das palavras dele sobre não poder vir.

—Como você vai embora então?

—Vou sozinha, ué.

—Assim?— ele pergunta se referindo a cadeira de rodas mas não desvia os olhos do meu para olha-lâ.

—Eu estou assim a quase quatro anos, sei me virar sozinha.

—Mas eu posso levar você.

—Não precisa.

—Mas eu quero.

—Não, você não quer.

—Você sabe que não pode fugir de mim, né?— ele me pergunta com as sobrancelhas erguidas.

Eu não quero ir embora com ele. Não, eu não quero ir embora sozinha empurrando a minha cadeira mas ficar mais tempo com ele em um espaço tão pequeno quanto um carro me faz repensar sobre não gostar nenhum pouco dele.

Ele então começa a me empurrar em direção a saída da casa dele e ao passar pela sala, Raquel, pergunta:

—Pi, você pode me levar embora?

Pi?

Ela fala com uma voz tão falsa e melosa que chega a ser cômica. A garota parece uma serpente venenosa.

—Não, Raquel, eu vou levar a Zara embora— ele fala e me sinto estranhamente feliz com isso.

—Mas ela pode ir sozinha, além do mais ela nem precisa andar— ela fala isso e me sinto de certa forma machucada.

—Ela pode não precisar andar mas você precisa, está com uma barriguinha em Raquel.

Chupa cadela!

Ele me leva pra fora e abre a porta do carro. Ao me pegar no colo sinto seu cheiro maravilhoso de perfume caro e fecho os olhos novamente tentando não suspirar.

Ele me coloca no banco e guarda minha cadeira e depois entra no carro dando partida.

—Obrigado por ter me defendido— falo do nada.

Ele me olha e sorri, ele ainda está de óculos.

—Não foi nada— ele responde e se vira pra estrada— Raquel não deveria ser tão mal daquele jeito.

—Você também era mal comigo— o lembro.

O rosto dele se transforma em uma expressão de cansaço, ou seria de arrependimento?

—Eu fui um idiota com você, me desculpa.

Fico em silêncio. Eu não sei o que dizer, já que ninguém que me zoa pela minha situação me pede desculpas depois.

Começa a chover, e bastante.

Chego a frente da minha casa e esta tudo escuro. Meu pai não deve ter chegado ainda.

—Acho que não tem ninguém- Pietro fala quase que lendo minha mente.

—Vou ligar pro meu pai.

Pego o celular e ligo. Cai na caixa postal pelo menos umas três vezes antes de receber uma mensagem do meu pai.

Pai: Vou demorar um pouco e acabei trazendo a chave comigo pois pensei que ia demorar. Bjs, pai.

Mesmo meu pai sabendo que eu tenho o número dele salvo no meu celular ele insiste em por um "pai" no final de cada mensagem.

Eu não respondo, com certeza ele deve estar em uma reunião e eu não quero ser uma filha chata e atrapalhar.

Olho para Pietro que tenta entender o que está acontecendo.

—Quer conversar?— pergunto e ele novamente ergue as sobrancelhas.

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E agora nesse carro, em?

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E uma coisa: PRÓXIMO CAPÍTULO PROMETE!

Essa é uma história de amor (#Wattys2016)Onde histórias criam vida. Descubra agora