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Voltei pra minha casa, mas dessa vez foi realmente pra casa e não para a casa da Rosa.

Meu pai deve ter descoberto o fato dela ser tia do Pietro e não quis mais saber dela.

Pietro.

Eu fiquei umas duas horas agarrada a ele no hospital, mas ai apareceu uma enfermeira dizendo que eu devia voltar pro meu quarto.

Eu me neguei e ela tentou me obrigar e sem querer eu arranhei o rosto dela com as minhas unhas, que por um acaso estão grandes pois faz tempo que não as corto.

Então eu voltei pra casa e para os cuidados da Vanessa.

Já se passou um mês desde o acidente. Eu só visitei o Pietro três vezes depois daquilo, eu gostaria de ter ido mais vezes só que eu não quero mais ter que ficar vendo ele naquela situação deplorável.

Quando eu penso nele a única coisa que me vem a cabeça é o meu desejo de querer ficar como ele, só deitado, inerte, sem ter que viver tudo isso.

Me arrumaram um psicólogo, como eu passei por várias coisas e até perdi meu filho, meu pai acha que estou com depressão. Talvez eu esteja, não sei. Só sei que me sinto infinitamente triste e deprimida por causa do Pietro.

Outra coisa que está me deixando deprimida são as minhas pernas. A fisioterapia está me matando, já teve dias que eu sinti tanta dor que chorei, e até agora eu não dei um passo. Eu sei que está tudo muito recente, mas eu só esperava que não fosse tão difícil.

-Zara?- Vanessa pergunta aparecendo na porta do quarto.

Só a encaro tentando não fazer cara feia. Eu não sei explicar o por que de eu sentir tanta raiva dela.

-Eu só queria saber onde você estava- ela diz e sai.

São tantos problemas que eu já nem sei o que fazer. Eu não queira me sentir tão cansada.

Como agora eu tenho Internet descobri que a Alika começou a namorar o Augusto. Faz tanto tempo que não conversamos, só que, por incrível que pareça, eu não sinto mais falta. Acho que já superei sua falta.

Suspiro e resolvo ir visitar o Pietro. Semana passada eu briguei feio com meu pai e disse que ele não podia ficar me prendendo. Se ele não tivesse me levado embora o acidente não teria acontecido, claro, eu não o culpo, mas essa parte me deixa muito abalada.

Me arrumo um pouquinho, saber que Pietro me ama me faz me amar mais, e as esperanças de que ele acorde também.

Saio do meu quarto tentando achar a Vanessa, ela sempre me leva ao hospital. Quando vou chegando a porta ouço ela brigar com alguém, quando consigo ver, me espanto.

Não acredito que ele veio aqui.

-Paulo?

-Oi, Zara- ele diz.

Vanessa diz alguma coisa e sai correndo. Ficamos sozinhos.

-O que você veio fazer aqui?- pergunto.

-Eu vim te ver, conversar com você, saber por que você foi embora.

-Eu fui embora porque fiquei grávida, Paulo- resolvo falar.

Ele abre os olhos espantado.

-Grávida? É meu?

-Era- falo- eu perdi em um acidente, me desculpa nunca ter te falado nada.

Ele ainda está em choque. Só consigo sentir pena e carinho por ele, eu não o amo mais.

-Porque nunca me disse?

-Eu não sabia o que você ia fazer, pensei que não iria querer a criança.

-Claro que não- ele fala e eu me espanto- mas não precisava fugir, você podia ter ficado e eu podia ter assumido ele.

-Eu sei, Paulo, mas agora é tarde.

Ele não fala nada, se vira e vai embora. Tento conter as lagrimas e pela primeira vez consigo. Ser forte é assim? Você está bem por fora e caindo por dentro?

Vanessa volta e começa a fazer perguntas sobre o Paulo, as vezes eu repondo sim e outras não. Falar sobre ele me faz ter lembranças muito doloridas das quais não quero lembrar.

Chegamos ao hospital e volto a ver Pietro deitado inerte. O abraço e começo a chorar.

-Eu queria que fosse você, eu queria tanto que fosse você- digo chorando.

A mesma esperança é sempre a mesma decepção. Pietro não acorda, não se mexer ou muda alguma coisa.

Só vive, por causa de seus aparelhos.

-O tempo acabou, Zara- uma enfermeira fala.

Acho que estou ficando famosa, todos aqui no hospital sabem meu nome.

-Eu não vou desistir de você- falo baixinho só para Pietro ouvir e saio.

E foi isso o que aconteceu, esperei. Uma semana. Um mês. Três meses. Um ano.

E vou continuar esperando, porque o Pietro, é aquela ferida no meu peito que eu sempre volto a abrir, só para sentir alguma coisa de novo.

Porque depois desse ano percebi que ele é a única pessoa que eu amo.

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Eu estou postando rápido.... o que está acontecendo comigo?

Eu não sei! Só sei que estou muito feliz pois estamos com quase 2K e isso está me dando muita inspiração.

Espero que estejam gostando da história. Votem e comentem ❤❤

Essa é uma história de amor (#Wattys2016)Onde histórias criam vida. Descubra agora