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Tudo está andando como o planejado.

Meu pai, Maia e o marido dela estão trabalhando todos juntos agora, só que, meu pai continua praticamente se matando. Eu parei de tentar entender já faz um tempo, talvez ele trabalhe tanto porque goste.

Pietro voltou para a faculdade e começou a trabalhar no fórum da cidade. Como ele perdeu um ano, agora eu estou no penúltimo ano da faculdade e na frente dele, o que faz a gente se ver pouco durante a semana e nos faz ter só sábado e domingo.

Hoje é domingo, Maia e Guilherme se mudaram para outra casa a uma semana, meu pai viajou a negócios e estou sozinha em casa. A mulher que me ajuda é a única pessoa além do médico que sabe como estou bem agora, então ela foi embora depois do almoço.

Cheguei a conclusão de que eu fico muito tempo sozinha em casa.

Coloquei um filme e deitei no sofá, faz tempo que não tenho um dia preguiçoso assim. Escutei quando alguém entrou pelo portão e depois pela porta da sala.

-Oi- disse Pietro.

Ele me beijou e deitou atrás de mim me abraçando, ainda bem que o sofá é grande.

-O que você tá assistindo?- perguntou enquanto mexia no meu cabelo.

-É de romance- falei- não me distrai.

-Ok- ele falou, mas senti sua respiração quente no meu pescoço e depois um beijo no mesmo lugar. Isso era uma distração e tanto.

Pietro fez pipoca pra gente e quando o filme acabou eu fiquei chorando.

-Não fica assim- Pietro disse secando minhas lágrimas.

-Eu sou sentimental- ouvi ele murmurar um "eu sei", mas resolvi só pedir ajuda pra me sentar na cadeira.

-Como vai a fisioterapia?- perguntou enquanto estava mexendo na geladeira de costas para mim.

-O mesmo de sempre- falei.

Bem, não era uma mentira, eu prefiro o termo "ocultando a verdade". O que ele acredita ser o mesmo de sempre pode muito bem ser a verdade.

-Se a fisioterapia não ajuda, por que não para de fazer?- Ok, o que ele acredita ser o mesmo de sempre não é a verdade.

-Meus músculos iriam atrofiar se eu parasse- ele se sentou na mesa com um pedaço de pudim e continuamos a conversar enquanto ele comia.

O dia passou assim. Conversas, intervalos para beijos e no final tiramos uma foto. Pietro está com essa mania de tirar fotos recentemente, mas não ligo. Sempre me sinto mais nova, como se voltasse a ter 16 anos e não com 20, noiva e terminando a faculdade.

Noiva.

Acho que quando ele me pediu em casamento foi o momento mais emocionante da minha vida. Um misto de vergonha por ter sido na frente de tantas pessoas, felicidade por ser pedida em casamento com um discurso tão lindo e gratidão.

Isso mesmo, gratidão. Eu sou grata pela minha vida, mesmo que eu tenha passado por tantas coisas ruins.

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-LEVANTA!- escutei um grito e acordei na hora.

-O que tá acontecendo?- perguntei sonolenta.

Normalmente eu acordo umas 8hrs da manhã, e vendo no relógio agora são 6hrs e 45min, ou seja, tem uma maluca aqui na minha casa.

-Você dorme muito, Zara- Maia fala abrindo as cortinas.

-Já parou pra pensar que talvez você é quem dorme pouco?

Ela riu e continuou.

Ela me obrigou a tomar banho e me arrumar e nem disse pra onde íamos, só me carregou toda contente.

Desconfiei que algo estava errado assim que saímos da cidade, se bem que, eu já devia ter desconfiado assim que ela me acordou super cedo.

-Me fala agora o que está acontecendo!- exigi.

-Estamos indo em uma amiga minha que me ajudou no meu casamento- ela falava enquanto entrávamos na cidade vizinha- falta dois meses pro seu casamento e você não fez nada ainda.

A essa altura ela estava indignada falando como se isso fosse um cúmulo e começou a gritar o quanto eu estava sendo irresponsável.

-O casamento é meu, vai cuidar da sua vida- falei.

Começamos a rir como duas idiotas.

Fomos até uma loja de noivas e começamos a "organizar" as coisas.

Com "organizar" quero dizer que ela me fez provar tudo na loja.

Foi muito bom. Fazia anos que eu e Maia não nos divertiamos tanto, aliás de que ela me contou muitas coisas sobre sua vida de casada.

Mas ninguém que olha para ela pensa que já fazem 6 anos que ela é casada.

-E o Pietro também está se organizando- Maia fala enquanto toma um sorvete- vai ser um grande dia.

Ela sorri pra mim. Me sinto apavorada. Como me preparar para uma coisa assim?

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Só que infelizmente o tempo passou rápido demais.

Aqueles dois meses foram só correria, arrumando bolo, decoração, lista de convidados, buffet, dj, etc...

Mas o que me surpreendeu realmente foi o Pietro. Ele era a pessoa mais calma do mundo e sempre que me olhava eu me sentia diferente.

Acho que ele também se sente diferente já que toda vez que eu olho para ele eu sinto como se fosse a última vez.

Como se eu devesse gravar na memoria cada detalhe dele.

-Eu te amo tanto- falei pra ele depois que ele já tinha dormido do meu lado.

E eu amo. Meu Deus como eu amo.

E agora só falta mais uma semana pro meu casamento.

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Próximo capítulo já é o ultimo, desculpa a demora pra postar mas é que eu estou sem celular.

Não desistam de mim ❤

Essa é uma história de amor (#Wattys2016)Onde histórias criam vida. Descubra agora