Step One

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Posso me descrever em uma palavra: Exausta!
Já fazem exatamente uma hora e imensos 40 minutos que estou sentada ouvindo explicações desnecessárias que provavelmente nunca usarei em minha vida, mas ok.
Minha vida está uma tremenda bagunça, e eu realmente não sei o que está acontecendo. Me disseram que com o tempo a dor ia se tornar suportável, mas, após 9  anos do acidente dos meus pais, a dor só tem se feito mais presente, a cada dia ao invés de ela diminuir, ela só tem aumentado.
Meus avós cuidaram de mim da melhor forma possível, porém, há coisas que não se podem negar: Sinto falta dos meus pais.
Ao ouvir o sinal tocar suspiro, hora de ir embora e finalmente relaxar, pois era exatamente isso que eu precisava naquele momento, sentir a água gelada escorrendo por minhas costas e toda a sensação do peso diário escorrer por ralo abaixo.
- Senhorita Lightwood? - Diz meu professor.
Senhor Patterson me chamou logo no momento em que eu ia passar pela porta. Parei por um momento ainda de costas para ele e suspirei.
Sorria.. Apenas sorria..
Pensei abrindo meus lábios em um falso sorriso e me virando para meu professor, sem deixá-lo perceber minha suposta atuação.
- Sim ? - respondi sorrindo.
- Notei que a senhorita tem estado bem desligada nas minhas aulas .. gostaria de conversar ?
- Na-não obrigada! - Neguei com a cabeça - Estou ótima, só um pouco cansada..
- Okay, se precisar estarei aqui me divertindo - disse ele sarcástico apontando para duas pilhas de provas que ele supostamente iria corrigir.
Sorri e finalmente sai da sala respirando o ar nada puro de milhares de adolescentes barulhentos, e alguns até fedorentos, se espremendo no extenso corredor da escola. Abracei meus livros contra meu peito para que não houvesse risco deles caírem e me pus a andar por aquele corredor em direção à saída.
Ao sair da escola suspirei. Finalmente poderia ir para casa, tomar meu banho, vestir meu pijama e ficar trancada no meu quarto pelo resto do dia, já que eu não sentia nenhuma vontade que me guiasse para um caminho oposto.
Ao olhar pro lado da escadaria, notei a presença de Coruja ali, como sempre me observando atentamente, um dos motivos pelo qual eu havia lhe dado esse apelido, o outro era pelo simples fato de não saber o real nome dele. Coruja era até bonito, olhos castanhos, bem marcantes, Cabelo em um tom um pouco mais escuro que seus olhos e tudo indicava que seu sorriso era muito bonito, mas, ainda não tive a oportunidade de ver seu sorriso. Então você deve me perguntar, " Sarah porque você nunca foi falar com ele? ", e eu te respondo: Ele é a pessoa mais estranha que eu conheço ! Ele sempre está lá, parado, um rosto inexpressivo e me encarando, de fato isso era o que mais me assustava.
Por um momento senti vontade de ir falar com ele e perguntar o porquê disso, mas no momento em que dei o primeiro passo em sua direção senti um arrepio passar por meu corpo, não  qualquer arrepio, um tipo de arrepio que eu nunca havia sentido, e que me fez dar meia volta e andar um pouco mais rápido na direção da minha casa.  Eu não sabia o que estava acontecendo, e ao olhar para trás, percebi que Coruja estava andando na mesma direção que eu, que desesperada apertei o passo andando um pouco mais rápido.
E se ele fosse um maníaco que queria me matar e vender meus órgãos? Ou se ele quisesse me estuprar e me matar? Isso explicaria o fato dele passar tanto tempo me observando de forma tão estranha.
Com esses pensamentos em mente me pus a correr, corri sem ligar pra quem estivesse olhando e passei por um ponto de ônibus, e foi então que passou pela minha cabeça o fato de que ele poderia estar indo pegar o ônibus. Quando já estava uns metros longe do ponto, virei meu rosto para trás, a tempo de vê-lo subir no ônibus que logo à frente fez a curva, pro lado oposto do que eu iria.

The Last StepOnde histórias criam vida. Descubra agora