The Last Step

Step Twelve

- Então quer dizer que agora você e o Coruja são amigos e ele vai te ajudar a passar de ano? - Kate perguntou confusa.
- É Alec... - Corrigi-a - E não somos amigos, Só... Só não somos inimigos.
- Ata, entendi. Ainda não consigo aceitar o fato de eu nunca ter o visto, ele parece ser tão bonito.
- Ver o Tyler não é bom o suficiente pra você? - brinquei com ela.
- Cachorra! - ela disse rindo e jogando um travesseiro em mim.
- Ué, mas é verdade - eu disse rindo e levantando da cama pra ir pegar o travesseiro que havia aterrissado no chão.
- Fui convidada para uma festa no sábado, quer vir comigo?
- Não - eu disse rindo - Tenho que estudar.
- No sábado? - ela me olhou desconfiada.
- Todos os dias - eu ri.
O celular de Kate tocou, ela olhou pra tela do mesmo.
- Tenho que ir pra casa, até amanhã. Qualquer coisa me liga - ela beijou minha testa e então saiu do quarto.
Aproveitei o silêncio pra pegar o caderno de história para estudar, ao abrir o mesmo lembrei de Alec, ele era diferente dos outros, mas era como eu, e sinceramente eu gostei de conhecer alguém que me entendesse, eu me senti bem quando conversei com ele, e isso pra mim era muito novo.
Mas algo que me levou a pensar foi a última frase que ele me disse.. aquilo foi estranho. Talvez ele estivesse só brincando...

Após umas horas estudando notei que já eram 4:30. Decidi tomar um banho e ir caminhar na floresta, eu adorava aquele lugar, e eu li na internet que caminhar ajuda a memorizar melhor...
Coloquei meus fones de ouvido e comecei a caminhar calmamente até a floresta. Ao chegar, entrei calmamente na floresta tomando cuidado com uns galhos, eu nem sabia o que eles estavam fazendo ali, e comecei a caminhar olhando as plantas. No chão haviam milhares de folhas laranjas e marrons, fato que denunciava a chegada da primavera, eu gostava de como a floresta estava, parecia calma, estava diferente. Mantive meu passo sem nem olhar em que direção estava indo, a floresta estava roubando minha atenção, havia algo muito fascinante naquelas folhas. Agachei-me e toquei-as, que cobriam o chão em uma espécie de tapete colorido, elas tinham a mesma textura que as outras verdes, mas eram diferentes, e eu gostaria muito que elas permanecessem daquela forma. Não era um laranja comum, não era fosco como as folhas que eu já havia visto, era um laranja vibrante, de encher os olhos.
Sentei-me no chão da floresta por puro impulso, eu queria só observar aquele lugar maravilhoso, aquele ar era incrível, estava me sentindo em outro mundo. Peguei meu celular e bati uma foto do local, queria poder olhar para ele todos os dias, mas daqui a um tempo ele já não estaria da mesma forma, a estação iria ter passado.
Fechei meus olhos, pude ouvir o canto dos pássaros e... algo a mais. Um rugido.
Abri meu olhos e levantei-me rapidamente, olhei ao redor, eu nem sabia mais em que parte da floresta estava. Vi um arbusto se mexer e dei um passo para trás, acabei pisando em um galho e me espantando, olhei para trás constatando o quão desastrada eu era, e ao olhar pra frente notei um Urso de mais ou menos 1,70 na minha frente.
Engoli em seco e fiquei imóvel.
Adeus, vida.
O bicho rosnou e deu um passo em minha direção, dei um passo pra trás apavorada. Senti uma lágrima escorrer por meu rosto.
Notei que ele iria me atacar, fechei meus olhos e coloquei meus braços na frente de meu corpo numa vã tentativa de me defender.
- Pra trás!! - ouvi alguém gritar.
Abri meus olhos ainda encolhida e vi o urso olhando para um ponto atrás de mim.
- Eu mandei ir pra trás!! - ouvi a voz gritar novamente e alguns passos na nossa direção.
Observei o urso recuar devagar e logo fugir correndo pra dentro da mata.
Olhei pra trás ainda ofegante e com lágrimas nos olhos.
- Você tá bem? - Alec disse vindo até mim e me analisando.
Assenti com a cabeça Ainda em estado de choque.
- Vem, já tá escuro, é melhor você voltar pra casa - ele estendeu a mão para mim.
Apenas peguei a mão dele e segui-o pela floresta.
Eu não conseguia dizer nada, minha garganta parecia estar fechada, eu mal podia respirar.
O que ele estava fazendo ali aquela hora? Eu realmente havia dado muita sorte. Por que o urso havia o obedecido? Eu estava tanto confusa quanto grata.
Ouvi um barulho e me aproximei dele assustada. Ele por sua vez apertou minha mão me passando segurança.
Ao chegarmos até a saída da floresta ele parou e me olhou, soltou minha mão e me analisou mais uma vez.
- Tem certeza que não tá machucada?
Concordei com a cabeça.
- Quer que eu te leve em casa?
Neguei com a cabeça, estava na esquina de casa.
- Obrigada - Sussurrei finalmente.
- Até amanhã - ele sorriu de lado e então saiu andando.
A rua estava vazia e eu estava muito confusa, entrei em casa e fui direto pro meu quarto.