Step Seven

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Após sair do colégio passamos o resto do dia em minha casa assistindo séries e comendo besteiras. De noite Kate foi pra casa dela que não era perto da minha e marcou de passar aqui de manhã para irmos juntas a escola.

No dia seguinte fizemos como o combinado e fomos à escola. Durante o trajeto ela ficou me falando que hoje era o dia que eu tinha que falar com Coruja, eu não gostei muito da ideia, mas concordei, eu não podia ficar adiando isso.
Quando ela foi para sua sala eu aproveitei para dar uma olhada no quadro de recados, e após esse ato, descobri que haveria um baile de primavera daqui a 3 semanas. Seria isso que Coruja olhava tão atentamente no dia anterior? Fui tirada de meu transe quando um garoto qualquer esbarrou em mim logo seguindo seu rumo sem nem olhar pra trás, ignorei ele pois logo a sua frente vi Coruja encostado em uma parede, tendo logo atrás de si um extintor de incêndio.
O que eu diria a ele? " TUDO BOM CONTIGO?" ... Não .. com certeza não. Talvez eu devesse só pergunta-lo p motivo dele ficar me encarando, isso era realmente assustador.
Suspirei fundo, onde eu encontraria coragem para fazer isso? Eu não sabia.. mas de alguma forma teria que encontrar, pois eu já me encontrava caminhando em sua direção.
Por um motivo desconhecido, meu coração parecia um bateria, ele estava acelerado, provavelmente era nervosismo, mas por que eu estaria nervosa?
Quando notei já estava a dois passos dele, instantaneamente engoli a vergonha e tudo o que a acompanhava e me pus a dizer:
- Por que você fica me encarando? Você tem algum problema comigo?
Ele franziu o cenho, parecia surpreso, eu só não entendi o porquê, haviam muitas coisas nele que eu não entendia.
- Por que se você tiver, é melhor a gente resolver isso... - continuei.
- Sarah, é melhor a gente não falar sobre isso aqui - Sua voz ressoou pela primeira vez, ele Ainda parecia surpreso.
Ao ouvir sua voz, me arrepiei, ela era muito masculina, mas muito doce ao mesmo tempo.
- Como assim? Você fica me encarando por 5 meses e ainda vem me dizer que é melhor não falar sobre isso aqui? Você sabe o quanto você tem me deixado assustada? - eu disse quase me exaltando.
Ouvi algumas risadas, algo engraçado deveria estar acontecendo mais à frente, mas eu não tinha tempo para brincadeiras agora. Ele estava me olhando de forma ... assustada.
- Porque tá me olhando desse jeito? Porque não me responde?! - disse exaltada.
- Deve ser porque extintores não falam né, maluca ! - ouvi alguém gritar e todos caíram na risada.
Olhei ao redor e vi todos os olhares cravados em mim, senti minha pele corar, como assim ele é um extintor? Coruja estava na minha frente, e não tinha nada haver com um extintor, olhei assustada ao redor, e logo após olhei da mesma forma para Coruja, que pareceu tentar dizer algo mas as palavras não saiam de sua boca.
- Fala alguma coisa ... - eu sussurrei a ele.
- Que parte de que um extintor não fala você não entendeu garota? Você é esquizofrênica ou o que? - Ouvi uma voz feminina.
Olhei ao redor tentando identificar a dona da voz e notei que era de ninguém mais ninguém menos que Aghata.
Eu não estava entendendo nada e meus olhos estavam começando a lacrimejar em um misto de vergonha e desespero. Dei uma última olhada para Coruja, ele estava ali, eu não era maluca, e disso eu tinha certeza.
Tentei lutar contra as lágrimas e me defender mas eu não consegui, eu não consegui falar nada, e assim que senti a primeira lágrima escorrer por meus olhos me pus a correr o mais rápido que pude e me tranquei em uma cabine do banheiro ainda sem entender nada do que havia acontecido. Eu vi Coruja claramente ali, senti seu perfume, ouvi sua voz, porque eles não haviam o visto ali? Ou talvez tenham o visto e fingiram que não para tirar uma com a minha cara, como mais ele saberia meu nome? Como eu sou burra!!!
As lágrimas já haviam tomado conta de mim naquele momento, e a única coisa que eu fiz foi deixá-las caírem. Após o corredor se esvaziar, corri em direção à saída, estudar hoje seria impossível.

The Last StepOnde histórias criam vida. Descubra agora