Step Thirteen

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- Vai ficar tudo bem... ouvi dizer que a senhorita Lawrence é bem legal...
- Ela também acha que eu sou louca Kate.. - suspirei.
- Ah Sarah, sai dessa. Você já deveria ter superado essa brincadeira. O Coruja até te salvou da morte certa!
- É Alec... - corrigi-a desanimadamente - Isso não muda o fato dos professores acharem que eu sou louca.
- Talvez ela só vá te fazer perguntas constrangedoras e deixar você ir embora...
- Nossa, me sinto bem melhor - disse revirando os olhos.
- Chegamos... - ela beijou minha testa - Boa sorte.
Sorri de lado e entrei na sala da Senhorita Lawrence. Era bem organizada bonita, havia uns livros, um sofá de dois lugares, uma mesa no estilo "Chefão" acompanhada de uma cadeira tão intimidadora quanto, e uma cadeira menor, de frente pra mesa.
- Bem vinda!
Fui cumprimentada por uma mulher muito bonita, seus cabelos eram castanhos e ela tinha um belo sorriso. Ela me lembrava minha mãe...
- Sente-se, Sarah... - ela disse amigável - Como você está?
- Nem eu sei... - eu disse me sentando de frente pra ela.
- Quero que se sinta à vontade para dizer o que quiser, não quero ser sua psicóloga, quero ser sua amiga, quero te ajudar. Prometo que o que falarmos aqui, ficará aqui.
- Okay... - suspirei desanimada.
- Porque não me conta mais sobre essa história do corredor?
Ótimo! Belo começo.

Contei a ela a história toda, desde o fato dele me encarar até a parte que já havia o desculpado.
- Que ótimo, Sarah! E você gosta dele?
- Oi?!
- Gosta da companhia dele?
- Ah, gosto, eu me identifico com ele...
- Agora mudando de assunto, querida. Por que não está mais prestando atenção nas aulas? Você sempre foi uma aluna tão dedicada.
- Eu... eu não sei - suspirei olhando pro nada.
- Posso perguntar algo mais profundo?
- Vai em frente...
- Como tem lidado com a morte de seus pais?
- Bem...
- De verdade?
Desviei meu olhar até o relógio e suspirei...
- O tempo já acabou, muito obrigada, até - disse me levantando.
- Quando pretende voltar aqui?
- A segunda consulta também é obrigatória?
- Na verdade... não.
- Quem sabe né... - sorri de lado - Obrigada de verdade.
- Espero que você volte.
E eu espero não ter mais motivos pra voltar...

- Desculpa a demora, eu estava na psicóloga - disse sentando-me ao lado de Alec.
- Tudo bem... - ele sorriu de lado.
- Achei que você nem fosse vir, não te vi na escola o dia todo.
- Então por que veio? Já pensou se você viesse atoa?
- Não seria atoa, eu amo esse lugar - eu disse pegando o caderno de história.
- Por que? - ele pareceu curioso.
- Ele me dá uma sensação de... paz, é como se fosse familiar.
- A gente costumava vir aqui - ele sorriu de lado sem mostrar os dentes olhando pra baixo.
- Você e Quem?
- A gente não, eu... eu costumava vir aqui - ele se corrigiu - Vamos estudar? Porque eu acho que alguém precisa passar de ano!
- Não esfrega na cara, Coruja!
- Ata desculpa - ele riu e começou a me explicar a matéria.
Eu o observava atentamente enquanto falava, mas sem querer querendo minha atenção se voltou para outra coisa, primeiro seu maxilar, moldado perfeitamente, suas bochechas levemente rosadas, seus olhos castanhos tão profundos, mas ao mesmo tempo rasos o suficiente pra transparecer a verdade, sua boca era tão bem desenhada e se movia perfeitamente formando as palavras que saiam de seus lábios.
- Sarah?
- Eu! - disse assustada - O que?
- Tá me secando?
- Você fez isso durante 5 meses, eu só 5 minutos.
- 10, na verdade - ele riu.
- Da um tempo Alec ! - eu ri - Vai me ensinar história ou não ?
- Vai aprender história ou ficar me secando?
- Eu faço o que quiser tá?
- Sem problemas - Ele sorriu largo.
MEU DEUS QUE SORRISO LINDO.
Desviei meu olhar para o caderno e senti minhas bochechas arderem, ele pareceu ignorar e voltou a me explicar a matéria.
- Por que ele escolheu fazer isso? - perguntei sobre um rei antigo.
- Ele achou que ia ser uma boa forma de ajudar a população a se reerguer depois das guerras.
- Aumentando os preços dos produtos?
- Consequentemente é uma forma dos comerciantes ganharem mais, por mais que seja uma ideia meio idiota, foi o que ele achou no momento.
- Você é tão inteligente que me estressa - brinquei rindo e olhando pro livro.
Senti seu olhar em mim, nossos ombros estavam encostados, estávamos praticamente nos apoiando um ao outro.
- Agora é você quem tá me secando - eu ri e olhei para ele, notei a proximidade em que nossos rostos estavam e vi que ele se aproximava, fechei meus olhos...
Me assustei com o barulho do meu celular e ele recuou um pouco, era uma notificação do facebook, notei que já estava quase escurecendo.
- Meu Deus, é melhor eu ir... - disse levantando e indo até a portinha da casa.
- Nem vimos a hora passar - ele disse me acompanhando e me devolvendo meu livro.
Descemos da árvore e fomos até uma saída pelo jardim da escola sem que ninguém nos visse.
- Então... te vejo amanhã?
- Até amanhã - sorri de lado e comecei a andar pra casa. Parei ao me lembrar do dia anterior e dei meia volta indo até ele, que me olhou confuso, beijei sua bochecha.
- Obrigada... por ontem, e por hoje - pude vê-lo sorrir, e então fui pra casa

The Last StepOnde histórias criam vida. Descubra agora