Step Four

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Ouvi o som do sinal que anunciava que a hora do intervalo havia chegado, e consequentemente de ver todos os garotos babando por Aghata Hanks, a patricinha da escola.
Levantei-me e fui em direção ao refeitório, onde logo em seguida entrei na fila para pegar meu almoço e me sentei na mesa mais longe que pude achar, pus meus fones de ouvido e comecei a comer desligada do mundo.
Às vezes eu me perguntava
como seria se eu fosse popular como uma dessas meninas daqui. Mas, elas com certeza não tem nada haver comigo. Por exemplo a Aghata, Ela vive cheia de maquiagem, roupas extremamente coladas e exalando arrogância por todos os poros. Ela nunca falou comigo, na verdade nem deve saber que eu existo, e eu realmente prefiro assim, pois tenho certeza que se algum dia ela abrisse a boca para falar comigo, coisa boa é que não seria.
Ao olhar pelo refeitório notei que ela estava sentada encima de uma mesa rodeada por garotos babando por ela, enquanto ela sorria e falava alguma coisa fútil enquanto balançava suas madeixas loiras no ar, eu realmente acho que ela é loira oxigenada, os cabelos dela nunca pareceram naturais.
Mas enfim, decidi nem pensar na possibilidade de ser como ela.
...

No final do dia letivo, peguei minha bolsa e deixei a sala de aula indo em direção à saída. Eu queria chegar o mais rápido possível ao cemitério para poder não chegar tão tarde em casa e minha avó não suspeitar.
O caminho até o cemitério não foi tão longo, apenas peguei um ônibus e o mesmo já me deixou em frente ao meu local de destino. Ao descer do ônibus notei que haviam trocado o portão do cemitério, já fazia um mês que eu não vinha aqui, de qualquer forma, gostei da mudança, o outro estava quebrado e dava uma aparência aterrorizante ao cemitério. Não que eu tenha medo de gente morta, na verdade acho que deveríamos ter mais medo dos vivos, eles sim podem acabar com você.
Suspirei e entrei no cemitério, não havia ninguém lá, nenhuma alma viva, e eu esperava que também não houvesse nenhuma morta. Ao andar até a lápide de meus pais, fui lendo o que estava escrito nas outras lápides. Em algumas havia um texto menor, algumas um texto maior e outras nem sequer havia um texto, que falta de consideração de seus familiares, pensei. Ao passar por uma lápide, reconheci o texto "Ótima mãe, filha, amiga e esposa".
Aquela era a lápide em que a minha mãe se encontrava, só de ler seu nome na lápide meu coração já havia apertado de saudade. Ajoelhei-me e sorri de lado, a sensação de estar perto da minha mãe novamente era maravilhosa.
- Mãe? Não sei se pode me ouvir, mas, eu queria me desculpar por ter ficado um tempo sem aparecer - sentei-me ao lado de sua lápide - eu não sabia como dizer a vovó que iria vir te ver, às vezes acho que ela pensa que não fez um bom trabalho comigo, mas nós 3 sabemos que fez - ri fraco - A minha escola continua ótima... Eu não tenho muitos amigos.. na verdade, não tenho nenhum amigo, mas a Kate está vindo pra cá e as coisas vão melhorar, eu não vou mais estar sozinha. Minha vida amorosa continua na estaca zero, e eu prefiro mantê-la assim. Eu já estou começando a pensar em que faculdade fazer, acho que vou fazer psicologia.
- Eu apoio.
Ouvi uma voz atrás de mim e gelei, eu não havia ouvido o portão abrir nem fechar, eu estava sozinha no cemitério, quem estaria falando comigo?
- Pode virar, eu não sou uma assombração Sah!
Virei meu rosto e vi Kate parada ali.
- Kate!!! - sorri e me levantei correndo até ela e a abraçando - O que está fazendo aqui.
- Surpresa!!! - ela riu- decidi vir antes - ela me soltou de seu abraço.
- Que ótimo! Espera .. como você sabia que eu estava aqui?
- Passei na casa da Vovó e ela me disse que você estava estudando na biblioteca do colégio, como eu sei que você odeia aquele colégio porque não conhece ninguém, imaginei que estaria aqui - ela disse sorrindo - Quer que eu te espere lá fora ?
- Não, já terminei aqui - ri fraco - Outro dia eu volto.
A conversa com papai iria ter que esperar.
- Okay, menina você emagreceu! Que dieta você tá fazendo? Já quero ! - ela disse enquanto saíamos do cemitério.
- Eu não tô fazendo nenhuma dieta não - ri e fechei o portão.
- Você está se alimentando direito Sarah? - ela perguntou com seu rosto assumindo uma expressão preocupada.
- Sim, é que eu to sem carro então tô andando pra lá e pra cá toda hora, deve ser isso.
- Pra sua sorte - ela mexeu no bolso da calça jeans e logo após levantou um chaveiro e girou-o em seu dedo indicador - Eu trouxe meu carro !
- Agora eu vou ficar sedentária de novo!! - brinquei andando com ela até o carro.
- Se quiser pode ir correndo atrás do carro - ela brincou entrando no carro.
- Já disse que adoro ser sedentária ? - brinquei e entrei no passageiro enquanto nós duas caíamos na gargalhada.

The Last StepOnde histórias criam vida. Descubra agora