The Last Step

Step Three

No dia seguinte, acordei com uma forte dor de cabeça devido ao meu despertador barulhento, que hoje parecia estar mais alto que o normal, que logo foi acertado pela minha mão o fazendo calar-se. Sentei-me na cama com o sono à Flor da pele e passei as mãos pelo rosto em uma vã tentativa de afasta-lo. Logo após, fui em direção ao banheiro e realizei minha higiene matinal, logo em seguida me vestindo e descendo as escadas em direção à cozinha e sentando-me à mesa.
- Bom dia, querida! - disse vovó colocando o café da manhã na mesa.
- Bom dia, vó - sorri fraco por conta da dor de cabeça.
- Está tudo bem?
- Sim, Sim... Só um pouco de dor de cabeça - sorri fraco sem mostrar os dentes, para que ela percebesse que eu estava bem.
-Ah sim! - ela disse abrindo uma gaveta e tirando uma cartela de comprimidos da mesma - Tome esse remédio e logo logo estará melhor - ela disse me dando um copo d'água logo em seguida.
- Obrigada - disse logo após tomando o comprimido e me levantando - Hoje vou chegar um pouco mais tarde, vou ficar estudando na biblioteca, tudo bem? - perguntei.
- Claro querida, não vai comer nada?
- Não estou com fome - sorri de lado e beijei sua bochecha - Até mais - disse pegando minha bolsa e saindo pela porta.
Eu não gosto de mentir para minha avó, mas se eu realmente a contasse onde iria depois da aula ela poderia se sentir mal, afinal, eu não iria contar a ela que iria ao cemitério visitar a filha dela, isso a faria lembrar e eu não quero que ela se machuque.
O caminho até a escola foi bem tranquilo, eu morava não muito longe, apenas uns três quarteirões e eu já estava na escola, acompanhada pela minha terrível dor de cabeça.
Ao entrar na escola vi Coruja sentado em um canto, como sempre sozinho, alheio à tudo que ocorria ao seu redor. Assim que  percebeu minha presença ali ele me olhou, e pela primeira vez eu não fingi que não estava olhando, eu realmente o encarei como se não tivesse medo dele, afinal, porque eu teria? Até pelo o que eu sabia ele era só um garoto normal, como todos os outros, porém desprovido de amigos, assim como eu.. Tenho que admitir que isso era algo que tínhamos em comum.
Ao notar que eu não desviaria o olhar como havia feito em todas as outras vezes, pude perceber um singelo sorriso tomando forma em seus lábios, não o tipo de sorriso que você está com vergonha de dar, era o tipo de sorriso que você não consegue reprimir, como se estivesse esperando muito tempo por algo e quando você finalmente consegue não consegue segurar o impulso de sorrir.
Com certeza um dos dons de Coruja era me confundir. Eu nunca entendia os sinais que ele dava, se é que de fato eram sinais.
Após um tempo o olhando, fui em direção à minha sala de aula e sentei-me em uma cadeira qualquer. Logo em seguida senti meu celular vibrar.

- Está chegando o dia!! Daqui a poucos dias eu vou estar pertinho de você !!!
                               - Kate

Sorri ao ler a mensagem, talvez quando Kate chegasse, tudo ficaria mais fácil de contornar, até mesmo a situação extremamente estranha com Coruja. Talvez ela até me ajudasse a falar com ele.
Respondi:

- Mal posso esperar! Estou morrendo de saudades! Depois me liga, agora tenho aula :P
                          - Sah

- Bom dia! Abram seus livros na página 210 - A professora Ambre pediu.

Abri meu livro e passei o resto da aula prestando total atenção  no que Ambre estava dizendo e ignorei completamente aquela super encarada que Coruja havia me dado hoje. Pelo menos eu tentei.

Foco Sarah, Foca na aula.

Suspirei finalmente me focando na aula e ouvindo o que a professora tinha a nos dizer.