Josh e eu estávamos sentados no sofá da sala, ele encostado em um braço e eu no outro, enquanto comíamos uma pizza que ele havia pedido uma hora atrás.
Na TV passava o filme "Os Instrumentos Mortais" e estávamos em silêncio, prestando atenção ao filme.
- Josh? - eu disse me ajeitando no sofá.
- Oi - ele disse desviando seu olhar da TV e focando-o em mim.
- Obrigada, por ter me deixado ficar...
Ele simplesmente abriu um sorriso, e por um momento eu achei que aquele tinha sido o sorriso mais sincero que eu já tinha visto em vida.
- Sabe que é bem vinda... - ele pausou, e logo depois continuo - Pelo tempo que quiser.
Era a minha vez de sorrir, e eu o fiz.
No momento eu me perguntava o motivo de Josh morar sozinho, já que ele não era tão velho assim, na verdade ele nem velho era.
- Quantos anos você tem?
- 18 - ele sorriu de lado.
- Como se formou tão rápido - me ajeitei no sofá curiosa.
- Bem... Meu pai é da polícia, então ele me treinava desde pequenino. Quando eu fiz 14 anos ele me colocou em uma "escola de polícias" - ele fez aspas no ar - Fiquei 4 anos lá e já sai formado... já podendo exercer a profissão.
- Nossa... que legal - sorri de lado - e por que você mora sozinho.
Ele suspirou e pareceu pensativo por um segundo.
- Digamos que eu e minha família estamos brigados... Meu pai sempre foi meio rígido e ele sempre bebia, mas nunca exagerou muito, pelo menos até os meus 14 anos, foi quando eu fui estudar lá. Era um colégio interna, então eu só via meus pais no final de semana. Sendo que durante uns meses a minha mãe nunca ia me visitar - ele suspirou.
- Não precisa falar disso se não quiser - coloquei minha mão em cima da sua - Se não se sentir à vontade...
- Tudo bem - ele sorriu de lado sem mostrar os dentes - Bem, meu pai sempre me dava uma desculpa pra ela não ir, até um dia que ela foi e eu notei um vermelhinho no braço dela, ela disse que havia se queimado enquanto cozinhava, e eu acreditei. Logo após o tempo que eu passei lá, eu fui liberado e decidi chegar em casa de surpresa, mas quem teve uma surpresa fui eu. Eu encontrei meu pai batendo na minha mãe, e foi horrível. Eu falei pra minha mãe que iria embora e pedi para ela vir comigo, ela preferiu ficar com ele. Semana passada ela me ligou, disse que ele mudou, mas sinceramente eu nunca mais vou confiar nele..
- Desculpa ter chegado nesse assunto... não foi minha intenção.
- Eu sei pequena - ele disse rindo fraco - Não se preocupe.
Após isso, mudamos o rumo da conversa e começamos a falar de coisas avulsas, e muito engraçadas já que estávamos rindo igual duas crianças.
Horas depois o sono já estava me vencendo e eu decidi ir para cama. Josh se despediu de mim dizendo que amanhã era seu dia de folga e que me ajudaria a achar um local para ficar, agradeci-o e subimos até o quarto.
Ao abri a porta me deparei com Alec sentado na beira da cama, provavelmente me esperando. Fechei a porta e me encostei na mesma encarando-o de braços cruzados. Ele por sua vez levantou e veio até mim, descruzou meus braços e pegou minhas mãos enquanto eu permanecia imóvel.
- Me desculpa - ele disse me olhando - Eu sei que fui um idiota tendo esse ataque de ciúmes ridículo... sei que não estamos namorando nem nada e eu não tenho direito de querer interferir assim na sua vida. Eu sei que posso ser um idiota e ignorante às vezes - ele disse me puxando pra perto - Mas isso tudo é uma mistura de saudades e medo...
É, as palavras dele fizeram meu coração disparar instantaneamente. E eram argumentos bem convincentes.
- Medo de...?
- Medo da verdade - ele suspirou e olhou pra cima - Medo por saber que eu nunca vou ter você pra mim - ele colocou as mãos envolvendo minha cintura - Não mais...
- Como você pode ter tanta certeza? - passei uma de minhas mão por seu cabelo - Você sabe que poderíamos tentar fazer as coisas do jeito certo...
Ele sorriu como se eu fosse uma criança ingênua e acariciou meu rosto como se eu fosse tão frágil quanto um bebê, logo em seguida mordeu seu lábio. Seu olhar denunciava o quanto lhe doía dizer as próximas palavras:
- Não há o certo para nós dois, Sarah...
Congelei por um momento. Estar em seus braços, me sentir feliz e amada, isso não parecia errado.
- Então nos somos o errado mais certo que eu já vi - disse olhando no fundo dos seus olhos, fazendo-o sorrir instantaneamente.
Logo em seguida nossos lábio já estavam grudados, como imãs, eles sempre procuravam um ao outro.
Eu me sentia tão querida quando estava com ele, me sentia bem. Eu era quem eu realmente queria ser.
Suas mãos se apertaram em volta da minha cintura, fazendo nossos corpos se colarem mais que o impossível.
Eu acariciava seus cabelos macios que escorregavam por entre meus dedos, a sensação era... Maravilhosa.
Seu perfume, seu hálito, era tudo perfeito, e tudo se encaixava perfeitamente em mim.
Quando me dei por mim, já estávamos na cama e sua mão acariciava minha cintura por dentro da blusa.
Quebrei o beijo por falta de ar e sorri recuperando o mesmo.
Ele também se encontrava ofegante e todo descabelado, eu não tinha mínima ideia do que estava acontecendo, mas não tinha a menor intenção de parar.
Coloquei minhas mãos na barra de sua blusa, pedindo permissão para tirá-la, e assim que ele assentiu, ela foi parar em um local avulso do quarto, no qual eu não tinha o menor interesse em descobrir, já que agora eu estava entretida demais observando o quão perfeito seu abdômen era.
Não conto o impulso de passa minha mão pelo mesmo, memorizando cada músculo que ali havia, eu realmente queria guardar aquela memória pra mais tarde.
Senti novamente seus lábios nos meus e suas mãos na barra da minha blusa, levantei meus braços e partimos o beijo apenas para retirá-la, logo após retomando-o tão ferozmente quanto anteriormente.
Fechei meus olhos ao sentir seus lábios em meu pescoço...

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The Last Step
RomanceEu não sabia o que o meu destino me preparava, eu nem ao menos sabia porque o meu destino se encontrava tão ligado a um passado que eu desconhecia. Seria o amor assim tão forte a ponto de ultrapassar vidas? Em que momento o seu passado pode se torna...