- Você tem certeza que não vai me deixar cair? – Perguntei e ele assentiu com a cabeça – Eu to morrendo de medo – falei subindo na moto e abraçando sua cintura.
- Tá comigo tá com Deus – Bryan brincou – Preparada?
Neguei com a cabeça, e ele por sua vez acelerou com a moto. Fechei meus olhos apertando sua cintura e soltei um gritinho anasalado, ele por sua vez deu uma risada. Olhei-o furiosa pelo fato de estar rindo da minha cara e dei um tapa em seu ombro. Meu tapa foi respondido com a moto sendo inclinada para a direita, deixando-nos centímetros do chão, logo em seguida ele voltou com a mesma ao normal e ainda rindo.
- Pelos poderes da moto, eu tenho a força! – ele disse acelerando.
Nesse momento meu coração já estava quase saindo pelo estômago. Respirei fundo e relaxei meus músculos que até então haviam se contraído de tanto medo e me permiti curtir o passeio.
Estávamos perto de um túnel quando o ouvi dizer:
- Fica em pé e grita! – ele disse relativamente alto pelo barulho do vento.
- O que? Ficou louco? – Gritei em resposta vendo a moto se aproximar do túnel.
- Vai logo! – ele disse acelerando um pouco.
Coloquei minhas mãos em seus ombros de leve, olhei pra baixo e posicionei meus pés nos apoios que ali haviam, engoli em seco e fiz o meu corpo subir, ficando assim em pé.
A luz se tornou escassa quando entramos no túnel, respirei fundo me equilibrando na moto.
- Grita! – ele disse acelerando.
Puxei o ar e gritei o mais alto que pude, e realmente foi libertador, uma gargalhada veio logo em seguida, tanto de mim quanto dele. Sentei-me novamente abraçando sua cintura, ele por sua vez acelerou mais.
...
- Obrigada pelo passeio, eu me diverti muito!
- Estou sempre ás ordens – ele sorriu com aquela cara típica de BadBoy – Você sabe meu número...
- Okay – assenti e o observei ajustar sua jaqueta enquanto olhava pras suas chaves na moto – Então... eu já vou indo... – beijei sua bochecha – Até a próxima! – sorri e me distanciei dele indo em direção ao prédio que até então era minha nova casa.
Assim que eu sai de casa, eu havia deixado um Josh bravo, o qual eu nunca havia visto de tal forma, e agora eu não sabia com qual humor eu iria encontrá-lo, eu não sabia se estava tão afim de contar com a sorte, mas não havia pra onde correr no momento.
Sai do elevador e andei até a porta do duplex, girei a chave, abrindo a mesma e olhando ao redor. Não havia nenhum sinal de Josh, o que era estranho.
Subi as escadas indo em direção ao meu quarto e me joguei em minha cama dando um longo suspiro, a saudade de Alec bateu, fazendo-me viajar em memórias que havíamos partilhado até então. Eu sabia que aquilo não fazia parte do plano, afinal isso estava bem claro, mas eu me perguntava se em algum momento eu não me sentiria daquela forma.
- Onde estava? – Josh perguntou encostando-se no batente da porta que eu havia esquecido aberta, a calma já havia voltado á sua face.
- Testando a moto do Bryan – Sentei-me.
- Me desculpa por ter sido grosso com você mais cedo – ele mordeu o lábio inferior, claramente se reprovando interiormente pelo ato cometido – Eu explodi...
- Eu percebi... Tá tudo bem – sorri de lado para lhe passar segurança.
- Bem... Você tinha razão... Eu peguei pesado com a Agatha...
- Vai pedir desculpas? – olhei-o atentamente.
- Não, ela não sabe interpretar as coisas – ele deu de ombros – vai achar que é um sinal verde, e claramente isso seria horrível.
- Ás vezes precisamos ser maus... Algumas coisas não funcionam com a bondade – afirmei sabendo que ele se sentia mal interiormente – Isso não te faz a pior pessoa do mundo, só te faz uma pessoa normal.
Ele sorriu de lado, mostrando que aquilo tinha o aliviado de alguma forma, fiquei feliz por isso.
- Bem, o pessoal marcou de sair, você quer ir?
- Hoje não, eu cheguei agora pouco em casa, to um pouco cansada – disse me espreguiçando.
- Pelo visto o passeio com o Bryan foi bom – ele disse com uma leve pontada de ciúmes na voz – Vocês ficaram bem amigos né?
- Deixa de ser ciumento – joguei a almofada nele rindo.
- Ah você não fez isso – ele entrou na brincadeira correndo até a cama.
Levantei-me correndo para fugir dele enquanto gargalhava, desci as escadas correndo, sendo seguida por ele.
- Agora você corre né?! – ele gritou me seguindo.
Parei de correr ofegante e olhei para os lados conseguir localizá-lo. Assustei-me quando ele me abraçou pelas costas e me imobilizou contra seu corpo. Virei meu rosto por cima de meu ombro para poder ver seu rosto, repreendi-me mentalmente ao perceber a proximidade de nossos lábios. Nos encaramos por um tempo até que ele se aproximou de mim.
- Não se esqueça que eu sou um policial – ele sussurrou em meu ouvido e me soltou logo em seguida, rindo da minha cara.
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The Last Step
RomanceEu não sabia o que o meu destino me preparava, eu nem ao menos sabia porque o meu destino se encontrava tão ligado a um passado que eu desconhecia. Seria o amor assim tão forte a ponto de ultrapassar vidas? Em que momento o seu passado pode se torna...