The Last Step

Step Thirthy Seven

Explicar para Josh o que rolava entre eu e Aghata não havia sido uma tarefa fácil, afinal havia muita história por baixo disso tudo. Ele ouviu atentamente enquanto dirigia até nosso apartamento e por final só disse que entendia e parou o carro no estacionamento.

Entramos no elevador e ele me olhou logo em seguida dizendo:
- Se você quiser, eu posso falar com ela...
- Não, não precisa. Eu tenho controle da situação.
- Tudo bem então, senhora controle-da-situação! - ele brincou rindo e me fez rir - Estava pensando da gente cozinhar alguma coisa.
- Pode ser, eu só vou tomar um banho e me trocar e já desço pra te ajudar - eu disse andando com ele até a porta do apartamento.
- Tudo bem - ele disse abrindo a porta - Vou ir me trocar também - ele disse colocando as chaves na mesinha de centro e eu fechei a porta assim que entrei.

Ao descer as escadas, percebi que Josh já havia começado a fazer as coisas. Ele vestia apenas uma bermuda e estava concentrado nos legumes que cortava.
Sorri de lado ao perceber o quão legal ele estava sendo comigo esse tempo todo, no momento eu podia contar com ele e tinha certeza disso.
Comecei a pegar os temperos e organizar em cima do balcão, fazendo assim ele perceber minha presença ali.
- O que tem em mente, Mestre Cuca? - perguntei assim que ele me olhou.
- Strogonoff?
- Hmmm, ótima pedida! - sorri pegando o peito de frango do congelador e colocando uns segundos no microondas para descongelar - Vai sair hoje de tarde? - perguntei me apoiando na pia, ao lado dele.
- Não, vou lavar o carro, por que?
- Por nada... quer ajuda? - me referi à lavagem do carro.
- Será bem vinda - ele me olhou e sorriu.
Ouvi o apito do microondas e tirei o frango de lá, coloquei-o em cima da pia ficando ao lado de Josh e comecei a corta-lo em pedaços pequenos.
- Você está diferente - ele disse do nada.
- Como assim diferente? - perguntei olhando pra o frango.
- Parece mais feliz - ele sorriu de lado.
- Você acha? - sorri e olhei para ele - O tempo ajuda aos poucos.
- Fico feliz em te ver sorrindo de novo - ele disse terminando os legumes e lavando as mãos.
- Obrigada - sorri e disse terminando com o frango.

Assim que terminamos tudo, deixamos o strogonoff cozinhando e fomos fazer outras coisas. Eu me sentei na ponta do enorme sofá e me encostei de lado no braço do mesmo. Josh disse que já voltava e subiu as escadas.
Assim que desceu, se jogou no sofá com a cabeça em meu colo.
- Que abusado esse rapaz! - brinquei mexendo em seu cabelo.
- Você acha? - ele brincou rindo.
Peguei o controle que estava do meu lado e troquei os canais em busca de algo para assistir.

Minutos depois o almoço já estava pronto, nos sentamos na mesa e comemos conversando.

O caminho para o quarto me parecia estranho, talvez pelo fato de eu estar bem cansada, ou talvez pelo fato de que no fundo do meu subconsciente eu acreditava que quando abrisse a porta ele estaria ali, esperando por mim.
Como o sensatamente esperado ele não estava lá. Tudo parecia muito vazio, o meu quarto parecia vazio, e realmente dar de cara com a blusa dele que eu havia deixado em cima da cama não me fazia muito bem. Eu tinha que admitir, talvez eu tenha chorado um pouquinho... mas nada demais, nada preocupante. O que mais me preocupava era o fato de eu ficar ouvindo repetidamente " The One That Got Away da Katy Perry. Era engraçado como simplesmente a música se encaixava com toda essa história, e eu não me cansava de dar replay e replay e replay...

(N/A: Vejam a tradução da música, é realmente muito igual kkk)

Tirei meus fones brutalmente, eu ia fazer alguma coisa pra me distrair, inclusive meu quarto estava uma bagunça, decidi começar por ele mesmo.
Reorganizei meu guarda-roupas, a escrivaninha, meus livros, CDS, filmes..
Desastrada como sempre fui esbarrei no criado mudo, assim deixando uma caixinha cair e uma coisinha brilhante cair no chão fazendo " tim-tim".
Me agachei para recolher a bagunça e pude perceber que se tratava da minha aliança, eu a guardava desde que Alec a havia me entregado. Ela era importante pra mim, e era parte do meu plano. Eu já deveria te esquecido isso, porém eu ainda estava disposta a ir até o fim por mim e por Alec, afinal, ele não estava na minha vida à toa.
Fitei a aliança por mais alguns segundo e suspirei, se eu a encarasse por mais um segundo desabaria de vez.
Me levantei e fechei a palma da minha mão com a aliança, na esperança de acalmar um pouco os nervos, o que estava um pouco difícil. Fechei meus olhos e suspirei fundo desejando que Alec voltasse pra casa e esquecesse daquilo tudo, ele nem precisava me dar a aliança agora, eu só queria poder abraçá-lo e dizer que tudo ficaria bem.
A tarefa de não chorar já havia ido por lágrima abaixo, uma bem teimosa e solitária por sinal.
Ao abrir meus olhos, me assustei e logo após senti o maior alívio do mundo. Alec estava ali, na minha frente, á menos de três passos de mim.. eu poderia toca-lo, eu poderia abraçá-lo e falar que está tudo bem...
Andei até ele com os olhos marejados e ele sorriu fraco para mim.. Ah aquele sorriso... o pouco ar que eu tinha, eu já não tinha mais...
- Você voltou - sorri de lado sentindo ele me abraçar.
- Ainda não... - ele respondeu e beijou minha testa.
- Mas... - olhei pra cima sem entender - Você está aqui - eu sorri - Você tá comigo Alec...
O seu sorriso mudou... de um tom feliz para malicioso e só consegui sentir suas mãos em meus braços me lançando brutalmente para cama e logo em seguida pegando um vasinho de plantas e jogando em minha direção. Pus meus braços na frente de meu corpo em uma vã tentativa de defesa e gritei involuntariamente.
- Sarah? O que houve? - Josh entrou correndo no quarto apenas com a parte de baixo de seu pijama, uma calça moletom azul.
Eu estava confusa, eu me encontrava na cama e ainda estava chorando, porém o vaso estava intacto no lugar onde sempre esteve. As coisas estavam arrumadas, mas eu aparentemente tinha dormido e não percebi.
- Sarah.. - Josh se sentou ao meu lado me abraçando enquanto eu chorava mais do que tinha notado.
- Foi só um pesadelo, eu estou bem - eu disse tentando parecer forte em meio ao choro descontrolado.