(Nosso Pedro lindo da mamãe na foto)
Amanda
— Obrigada, Amanda — Val depositou um beijo em meu rosto e entrou.
Pedi para que conversássemos no sofá, de modo descontraído.
Ao sentarmos, após eu oferecer um lanche com algo para beber a Valentina, começamos a falar de Laira.
— Eu não sei como ajudar, mas quero muito. Henri falou antes da sua morte que sempre amou Laira desde a infância.
— Sim, eles se amavam — ela respirou fundo antes de concluir. — Eu tentei nos últimos meses abrir a mente dele e tratar o transtorno borderline que ele tinha, mas foi muito difícil, ele não queria aceitar que precisava de ajuda e eu nem podia tratar dele por ser uma pessoa próxima, mas mesmo assim o fiz.
Fitei fixamente em seus olhos esverdeados.
— Você conhece Laira há muito tempo? — indaguei.
— Sim, eu nasci e morei até os quatorze anos aqui em BH, a conheci na escola, éramos melhores amigas. Depois que voltei para a cidade, nos aproximamos novamente, e foi quando percebi que ela e Henri eram duas pessoas com sérios problemas psicológicos. Estou de volta aqui há apenas um ano — Valentina sorria, transmitindo confiança a mim.
— Ah, entendi. Como deve saber, eu perdi dois anos da minha memória, então não posso afirmar sobre o comportamento de Henri nesse período, mas antes disso eu já via a forma como ele tentava conter certas atitudes. Às vezes ele parecia muito descontrolado, chegava muito tarde em casa.
— Laira e Henri estavam juntos desde sempre. É uma tristeza falar isso aqui, para você, mas... Ele a amava mesmo. O amor dele por ela era muito genuíno, apesar dos problemas. Não posso detalhar o estado mental de Laira nesse momento pois, por mais que seja minha amiga, ainda é minha paciente, mesmo contrariando toda a ética, pois não consegui deixá-la como estava. Mas sobre Henri posso contar tudo que sei, pois ele já se foi — sua voz abaixou o tom no fim da frase, em lamento.
— Como acha que posso ajudá-la? Ela precisa de companhia, dinheiro, remédios? — evitei saber mais sobre Henri.
Eu não sentia raiva, nem rancor. Era como se realmente tivesse passado por cima daquela lacuna.
— Não, tenho suprido todas as necessidades financeiras dela, mas sua companhia e seu perdão mais pra frente podem ajudá-la a aceitar, dentro de sua mente, que não precisa se culpar mais. Seria bom que vocês, pelo menos, tentassem criar um vínculo de amizade, nem que fosse apenas superficial. É bom para ela saber que você a entende e quer ajudá-la.
Admirei a imponência na voz de Valentina. Ela tinha classe e firmeza ao falar sobre assuntos que entendia bem e uma pose convicta que transmitia muita confiança.
— Então é o que eu farei. Me fale de você, Valentina. Preciso conhecer você também, né? Afinal, sou uma pessoa que adora fazer novas amizades e já que estamos aqui... — Dei de ombros, sorrindo.
— Ah, eu sou uma psicoterapeuta formada na UFRJ com honras, fui financiada no fim do meu curso por um político importante do Rio de Janeiro, que investiu em mim e, devido à ajuda dele, hoje possuo uma rede de consultórios no Rio e aqui em Belo Horizonte. Mas passei por poucas e boas até chegar onde estou.
Conversa vai, conversa vem, nós já estávamos gargalhando, conversando sobre assuntos supérfluos, descontraídas, sentadas no sofá. Após um tempo, a porta da sala, que fica na outra extremidade do ambiente onde estávamos, abriu-se.
— Mamãe! Mamãe! — Clara entrou correndo e gargalhando em minha direção. — O tio vai me pegar! Ele é um zumbi, um monstro, mamãe!
Rapidamente pulou em meu colo escondendo-se de Pedro que, antes de aparecer na porta, deu um rugido grosso do corredor.
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1 - Inesquecível {VERSAO WATTPAD}
ChickLitVersão wattpad. Leia com bonus e epilogo na amazon! Série feelings 1 "Não são os grandes momentos que marcam uma vida, e sim os que acabam por se tornar inesquecíveis." Amanda sempre foi o tipo de mulher ideal. Boa esposa e mãe, dedicada à família e...