🌄Capítulo 30🌄

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Tony

—AHHHHHHH! — Amanda gritou às quatro da manhã, quando sentiu uma pontada grave em seu ventre.

Eu havia pedido há uma semana para que morássemos juntos, e agora vivia com ela todos os dias em minha casa no condomínio onde sempre morei. Reformei o quarto ao gosto dela e fiz o mesmo nos quartos de Clara e de Letícia.

Faltava uma semana para completar as 40 de gestação e Amanda optou pelo parto normal. Não sabia muito bem como essa contagem funcionava, mas entendia que seria pego de surpresa em algum momento. Estávamos felizes juntos, como uma família.

Saltei da cama, desesperado, e corri de um lado para o outro.

— O que foi? Ai meu Deus, o que eu faço? — indaguei.

— Me leva pro hospitaaaaaaaaaaaal — ela tentou dizer, mas gritou gemendo de dor.

Aquela cena estava tomando tudo de mim. Ela parecia ter sido atropelada por um trator e eu estava estático, sem saber como começar. Passei a mão nos cabelos em sinal de desespero e coloquei uma camiseta e uma bermuda. Tinha mania de dormir apenas de cueca. Amanda estava colocando sua roupa já separada para um caso de emergência, no criado-mudo ao lado da cama.

Peguei a bolsa do bebê e de Amanda, levei até o carro e retornei para pegá-la e colocá-la no veículo.

Ao pôr Amanda no banco de trás no carro, acomodada, corri para acordar Clara e a arrumei para ir conosco.

Assim que dei partida no carro, Amanda respirou fundo.

— Liga pro Pedro. Vamos deixar Clara lá.

Ela parecia controlar a respiração, num ritmo intenso.

— Ele não está aqui. Esqueceu? Vou ligar pra Bruna.

E foi o que fiz. Ligou para Bruna e coloquei no viva-voz. Ela concordou solícita em olhar Clara, enquanto Amanda fazia seu parto.

Deixei Clara na casa de Bruna e rumamos ao Hospital.

Chegando lá, Amanda foi direcionada à sala de pré-parto para todos os procedimentos padrão.

Orientaram-me a permanecer na sala de espera, e assim fiz, avisando através de ligações a todos os parentes, amigos e familiares que minha filha nasceria. Fiquei algumas horas aguardando, até que uma enfermeira foi até onde eu estava.

— Está na hora, papai. Quer acompanhar o parto?

Não pensei duas vezes.

— Sim.

Acompanhei a enfermeira até a sala de parto. Lá, após vestir os trajes adequados, posicionei-me ao lado de Amanda e segurei sua mão.

A cada grito dela, meu interior gelava. Estava suando de nervosismo e ansiedade. Nunca presenciei tal cena e estava admirado com a força da minha mulher ao trazer um filho ao mundo.

Depois de longas contrações, gritos e forças, Letícia nasceu.

— Quer ajudar a cortar o cordão, papai? — a obstetra perguntou.

O misto de emoções que inundou meu peito naquele instante, ao ver minha pequena bebê pela primeira vez, fez com que meus olhos marejassem. Assenti. Minha voz estava embargada de emoção.

Segui as instruções e cortei o cordão umbilical que ligava Letícia à Amanda. Depois a bebê foi levada para a lateral da sala e colocada em um respirador.

Me sentei na banqueta ao lado da maca onde Amanda estava, ainda fraca, e sorri, afagando sua mão.

— Ela é linda, meu amor. Obrigado, eu te amo tanto — disse a ela.

1 - Inesquecível {VERSAO WATTPAD}Onde histórias criam vida. Descubra agora