?Capítulo 29?

8.9K 1.5K 203
                                    

Amanda

Cinco meses se passaram.

Já era Janeiro, verão, época de calor e mais um ano novo havia iniciado. 2016. Já estava com oito meses de gestação e morava em minha casa, comprada após a morte de Henri. O bebê que eu esperava estava grande e forte. O sexo foi descoberto quase no sexto mês de gestação, pois o bebê sempre cruzava as pernas.

Foi um dia de muitas emoções para Antônio e eu. Estávamos eufóricos, sentados na sala de espera do consultório onde seria feita a ultrassonografia.

— Amor, será que hoje vamos saber? — perguntou ele, num misto de curiosidade e ansiedade.

— Tomara que sim, não aguento mais essa agonia — respondi, acariciando a barriga.

Em instantes fui chamada para a sala.

No momento em que a doutora começou o procedimento e a imagem do bebê invadiu a tela, Antônio ficou hipnotizado, como em todas as vezes que via o bebê através daquele exame.

— Hum... Temos novidades dessa vez — a doutora falou.

De imediato sorri.

— Diga que vamos saber o sexo?

— Exatamente, descobrimos finalmente o sexo do bebê.

— Graças a Deus! — meu namorado suspirou. — E qual é?

Ela mexeu o aparelho na minha barriga e posicionou em um local específico, depois congelou a tela do computador onde a imagem estava sendo passada e apontou para o órgão genital do bebê, um pouco embaçado, mas que ela entendia.

— Parabéns, papais, vocês estão esperando uma linda menina!

Antônio e eu nos entreolhamos sorridentes.

— Letícia — dissemos juntos.

O nome não foi um problema, pois havia achado excelente colocar o nome de minha filha como o da avó, mãe de Antônio.

Nem preciso dizer que, para ele, aquele dia rendeu muitas lágrimas e beijos na minha barriga, né?

Quase prestes a ter o bebê, eu sofria com o verão. Estava quente demais e, mesmo que não abrisse mão de trabalhar, contra a vontade de Antônio por pura preocupação com Letícia, às vezes faltava um dia ou outro para não arriscar.

Nós dois continuamos morando em casas separadas. O pai dele, Douglas, mudou-se para Belo Horizonte e estava morando no mesmo condomínio que o filho.

Antônio, agora CEO da Gali Telecomunicações, vivia trabalhando demais. Eram muitos documentos, relatórios, problemas internacionais e nacionais que vinham para ele. Havia muitas coisas acumuladas, pois seu pai já não vinha desempenhando tão bem suas atividades como gostaria, em seus últimos meses de gestão. A melhor decisão foi mesmo passar tudo para as mãos do filho.

Estava eu em minha casa, numa tarde ensolarada com Clarinha, brincando de caça-palavras, quando a campainha tocou.

Ao abrir, me deparei com Bruna.

Bruna foi escolhida a dedo para ser madrinha de Letícia. Não havia amiga melhor. Ela acompanhou todo o relacionamento e deu conselhos de ouro para nós dois.

— Bruninha! — A abracei. — Entre!

Bruna estava com Jonas em um carrinho. Seu filho, agora bem maior, dormia como um anjo.

— Amanda, minha amiga. Tony me ligou dizendo que não se sentia muito bem. Vim ver como está, se precisa de alguma ajuda.

A indiquei o sofá para que Bruna sentasse e ela o fez.

1 - Inesquecível {VERSAO WATTPAD}Onde histórias criam vida. Descubra agora