Amanda
Cinco meses se passaram.
Já era Janeiro, verão, época de calor e mais um ano novo havia iniciado. 2016. Já estava com oito meses de gestação e morava em minha casa, comprada após a morte de Henri. O bebê que eu esperava estava grande e forte. O sexo foi descoberto quase no sexto mês de gestação, pois o bebê sempre cruzava as pernas.
Foi um dia de muitas emoções para Antônio e eu. Estávamos eufóricos, sentados na sala de espera do consultório onde seria feita a ultrassonografia.
— Amor, será que hoje vamos saber? — perguntou ele, num misto de curiosidade e ansiedade.
— Tomara que sim, não aguento mais essa agonia — respondi, acariciando a barriga.
Em instantes fui chamada para a sala.
No momento em que a doutora começou o procedimento e a imagem do bebê invadiu a tela, Antônio ficou hipnotizado, como em todas as vezes que via o bebê através daquele exame.
— Hum... Temos novidades dessa vez — a doutora falou.
De imediato sorri.
— Diga que vamos saber o sexo?
— Exatamente, descobrimos finalmente o sexo do bebê.
— Graças a Deus! — meu namorado suspirou. — E qual é?
Ela mexeu o aparelho na minha barriga e posicionou em um local específico, depois congelou a tela do computador onde a imagem estava sendo passada e apontou para o órgão genital do bebê, um pouco embaçado, mas que ela entendia.
— Parabéns, papais, vocês estão esperando uma linda menina!
Antônio e eu nos entreolhamos sorridentes.
— Letícia — dissemos juntos.
O nome não foi um problema, pois havia achado excelente colocar o nome de minha filha como o da avó, mãe de Antônio.
Nem preciso dizer que, para ele, aquele dia rendeu muitas lágrimas e beijos na minha barriga, né?
Quase prestes a ter o bebê, eu sofria com o verão. Estava quente demais e, mesmo que não abrisse mão de trabalhar, contra a vontade de Antônio por pura preocupação com Letícia, às vezes faltava um dia ou outro para não arriscar.
Nós dois continuamos morando em casas separadas. O pai dele, Douglas, mudou-se para Belo Horizonte e estava morando no mesmo condomínio que o filho.
Antônio, agora CEO da Gali Telecomunicações, vivia trabalhando demais. Eram muitos documentos, relatórios, problemas internacionais e nacionais que vinham para ele. Havia muitas coisas acumuladas, pois seu pai já não vinha desempenhando tão bem suas atividades como gostaria, em seus últimos meses de gestão. A melhor decisão foi mesmo passar tudo para as mãos do filho.
Estava eu em minha casa, numa tarde ensolarada com Clarinha, brincando de caça-palavras, quando a campainha tocou.
Ao abrir, me deparei com Bruna.
Bruna foi escolhida a dedo para ser madrinha de Letícia. Não havia amiga melhor. Ela acompanhou todo o relacionamento e deu conselhos de ouro para nós dois.
— Bruninha! — A abracei. — Entre!
Bruna estava com Jonas em um carrinho. Seu filho, agora bem maior, dormia como um anjo.
— Amanda, minha amiga. Tony me ligou dizendo que não se sentia muito bem. Vim ver como está, se precisa de alguma ajuda.
A indiquei o sofá para que Bruna sentasse e ela o fez.
VOCÊ ESTÁ LENDO
1 - Inesquecível {VERSAO WATTPAD}
ChickLitVersão wattpad. Leia com bonus e epilogo na amazon! Série feelings 1 "Não são os grandes momentos que marcam uma vida, e sim os que acabam por se tornar inesquecíveis." Amanda sempre foi o tipo de mulher ideal. Boa esposa e mãe, dedicada à família e...