🌄Capítulo 22🌄

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 Amanda

O dia seguinte chegou, com ele pude contemplar os olhinhos cor de mel da minha filha preciosa o se despedir de mim para passear com o tio. Ao deixá-la na porta do carro de Pedro, ela me abraçou.

— Mãe, quero dizer uma coisa — demonstrou receio.

— Diga, filha...

Eu admirava minha pequena a cada dia mais.

— Você cresceu tanto, está tão independente... Eu te amo, filha. — Meu coração encheu-se de emoção ao notar como ela crescia rápido.

— Eu te amo muito, mãe — Clara respirou fundo. — Sinto falta do papai. — Abaixou os olhos.

Eu sabia que minha filha sofreria por muito tempo, afinal Henri podia ter sido péssimo marido, mas sempre amou e cuidou da filha como devia. Nunca negou seu papel de pai.

— Filha, papai está longe agora, infelizmente ele não voltará, mas você tem a mim para sempre. Eu vou ser tudo pra você. Serei sua mãe e seu pai, serei sua amiga e sua irmã, serei seu tudo.

Eu já estava em lágrimas. Andava muito sensível ultimamente.

Pedro assistia a tudo calado. Sabia que seu desejo mais do que nunca, era ver sua irmã e sobrinha felizes outra vez.

— Vamos, Clarinha. Hoje vai ser dia de diversão com o tio Pedro! — Pedro tentou animá-la.

Clarinha beijou meu nariz e entrou no carro.

Ao retornar para casa, espantei pensamentos negativos sobre a perda de Henri ou como minha filha assimilaria tudo com o tempo, e fui tomar um banho, mas antes abri meu armário para verificar se tinha cera depilatória na minha necessaire.

— Hum... Escova de dentes... Cotonetes... O que é isso? — Espantei-me ao ver um pacote de absorvente interno lacrado bem ao fundo da bolsa.

No mesmo momento a realidade bateu.

Ainda não tinha usado sequer um absorvente após o acidente.

Mentalmente fiz as contas.

Fazia pouco mais de um mês da ocorrência do acidente, talvez meu ciclo menstrual tivesse ocorrido na semana anterior ao evento e agora estava em atraso, nada de mais.

Ou não.

— Meu Deus... Será? — Bati na própria testa, espantada. — Mas se eu sofri o acidente e ninguém falou nada, deve estar tudo bem, não é?

Comecei a suar frio, peguei a cera depilatória que estava logo ali próxima aos absorventes e fui tomar meu banho.

Ao sair do banho, ainda de toalha, fui surpreendida pela campainha tocando.

Ao ouvir a campainha tocar, gritei "já vai!" e corri para o quarto. Arrumei-me rapidamente e coloquei um vestidinho leve lilás.

Retornei à sala, abri a porta principal e sorri.

— Antônio, bom dia! — olhei radiante para meu chefe, que estava a cada dia mais deslumbrante aos meus olhos.

Ele vestia uma camisa básica e uma bermuda cargo, seus cabelos estavam presos em um coque bagunçado dando um charme lindo ao seu visual.

— Bom dia, Amanda. — Ele se aproximou e estendeu o buquê antes escondido detrás do corpo.

— Meu Deus! — Fiquei espantada com aquele tratamento tão carinhoso e peguei delicadamente as flores. — Obrigada!

1 - Inesquecível {VERSAO WATTPAD}Onde histórias criam vida. Descubra agora