🌄Capítulo 7🌄

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Tony

Estava na banheira do quarto onde eu me hospedei e minha mente insistia em pensar no beijo que troquei com Amanda.

Foi algo tão mínimo. Não deveria me fazer reviver a cena trocentas vezes em pensamento.

Meus consciente me alertava, lembrando-me que ela não era ninguém. Apenas mais uma, era o que tentava me convencer.

Só mais uma dentre tantas e tantas que eu já tive.

Durante o caminho até o aeroporto, refleti sobre aquele pequeno episódio. Obviamente não me incomodei nem achei ousado ou atirado da parte dela, querer causar um pouco de ciúme no ex. Não entendo pois nunca tive ciúmes, mas sei o que isso pode fazer com as pessoas. Ela queria apenas mostrar que estava bem e não precisava dele, e aquilo, naturalmente, não deveria me incomodar.

O Tony de semana passada não se incomodaria com um maldito roçar de lábios quentes.

Mas, enquanto dirigia, me senti mal. Não gostei de ter aquela pequena prova, apenas por nada.

Pelo contrário, eu quis tanto continuar.

Meu Deus.

Queria beijá-la ainda mais. Não apenas beijar, se é que me entendem. Eu já estava duro de imaginar tudo que desejava fazer com ela.

Foi quando ali, na banheira enquanto relaxava, que fechei os olhos e me deixei imaginar. Tentava comandar meus próprios pensamentos, mas sentia meu coração apertar de uma forma que nunca senti ao pensar nela. Nos olhos dela, no sorriso que ela dava, quando soltou uma gargalhada no carro e seus olhos fecharam, no perfume doce e envolvente que exalava quando estava próxima a mim, no modo dela andar de salto... E em como ela ficaria perfeita sem toda aquela roupa.

— Já foi longe demais, Tony! Ela é sua secretária, caramba! Foca no que seu pai te dizia, foca nisso!

Finalizei o banho e saí dali o mais rápido que pude.

Dizer que sou um cara diferente seria mentira, era óbvio que imaginava todo o tipo de imagem de Amanda, obscena ou não. É um ato bem comum aos homens, alguns só disfarçam. Mas além dessas imagens em minha mente, eu ansiava por mais dela. Queria sua companhia, queria conversar, abraçar, admirar a sua beleza. Mas então uma frase, quase um mantra, invadiu meus pensamentos:

Nunca se apaixone, o amor não vale a pena.

Era nisso que me apegava e me ajudava a espantar os pensamentos sobre Amanda.

Enfim comecei a me arrumar.

Pus um terno azul-marinho, me perfumei, penteei e prendi os cabelos. Estava nervoso pois veria meu pai. Eram poucas as vezes em que o via no ano, mas ele sempre falava do meu cabelo e em como me achava imaturo por deixá-los longos.

Que se dane. Ao menos no meu cabelo consigo mandar.

Saí do quarto e chamei Amanda, ficando ali apoiado na soleira da porta. Quando ela abriu, não consegui evitar que meus olhos corressem por todo o corpo dela, que também estava adornado por um terninho azul-marinho, como em combinação ao meu. Irônico. Mas rapidamente me ajeitei e voltei a ser o gelo profissional que era.

— Vamos, Amanda? — indaguei a encarando fixamente.

Notei seus olhos me verificarem rapidamente e gostei daquilo.

— Sim, Antônio. Podemos ir. —Ela deu tchau para sua filha que estava com a babá e saiu comigo em direção à empresa.

Gali Telecomunicações da cidade de Recife ficava a 10 minutos do hotel onde estavam hospedados, porém fiz questão de ir de carro. Havia alugado um assim que chegamos e o Range Rover me esperava no estacionamento do hotel.

1 - Inesquecível {VERSAO WATTPAD}Onde histórias criam vida. Descubra agora